quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um País sem esperança

Comunicação penosa de Pedro Passos Coelho, provavelmente a mais dura das últimas décadas.

Portugal vai ficar em choque, vai agravar-se a contestação social e alguns lembrar-se-ão mais do que foi dito na última campanha eleitoral.

Não tenho saudades de Sócrates, confio na seriedade e rigor de Passos, mas muitos sentir-se-ão traídos.

Vivemos um estado calamitoso, mas não vemos luz ao fundo do túnel. Está sugerida a recessão, o crescimento será inexistente.

Os que se endividaram, vão ficar com a corda ao pescoço. Os subsídios de Natal e de férias ajudavam os remediados, que ficam sem bóia de salvação.

O tom foi pessimista, sem réstea de optimismo, como o bom aluno que ouve o professor mais velho e segue-o, mesmo que esteja errado. Sente-se que vivemos tempo de contabilistas sem golpe de asa.

Pedem-se sacrifícios sem que haja um horizonte delimitado para o seu fim. O tom gravoso torna-se mais grave pois ninguém conseguiu pressentir a esperança.

O País está sem esperança.

1 comentário:

  1. "Não tenho saudades de Sócrates, confio ma seriedade e rigor de passos"
    Meu amigo, então porque se queixa, de que se queixa?
    A ideia pressupõe que Sócrates não era rigoroso e certamente não prefere o anti-rigor de um outro qualquer governante.
    Mas acerca de rigor já viu e pensou, só para dar um entre dezenas de exemplos, sobre o que se passou acerca do "rigor" com que ppc pensou, falou, defendeu e usou a famigerada TSU como aremesso político contra Sócrates?
    Ainda estou vendo o sorriso alarve do macedo e tuti-quanti do psd, entre catrogas e cavacos em bando, faziam da TSU o deus ex-machina da economia portuguesa?
    Contra Sócrates que não a queria, que a deixou evasiva no memorando e sempre defendeu que era uma medida de que não gostava nada. E porquê? Porque experiente e cuidadoso na análise das situações, logo previu que era uma transferência financeira mais para os bolsos dos empresários do que, própriamente, serviria para baixar preços e aumentar exportações. Mal vai a nossa economia se não é capaz de valer por sí própria com inovação, daí a aposta na escola e inovação do governo anterio.
    Ainda não tem saudades de Sócrates mas vai tê-las mais tarde ou mais cedo, certamente.

    josé neves

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