terça-feira, 17 de julho de 2012
Dois embustes de agências de comunicação e um apelo ao Luís e António
Não tenho escrito muito directamente sobre o meu sector, o de Conselho em Comunicação, o das agências de comunicação, nos últimos tempos. Continua tudo igual, as rivalidades habituais, as guerras normais, os egos gerais, apenas houve um facto novo que foi o da aparição dos negócios por avental, mas não é isso que me motiva hoje a escrever sobre o meu sector.
Assisti hoje a duas daquelas cenas que deviam indignar um sector se ele fosse forte, unido e reconhecido, e falasse com uma voz credível sobre algumas coisas que acontecem na nossa indústria.
1- Há uns tempos atrás a M, empresa do meu ex-colega na universidade Migiel Rato e a quem desejo as maiores felicidades, anunciou nas publicações ligadas a este sector a conquista do Millenium. Era um embuste que todos já sabiam, mas que só hoje caíu no conhecimento geral devido a uma excitação de João Líbano Monteiro (JLM) no Diário Económico.
JLM era um dos críticos de António Cunha Vaz, em hoteis e restaurantes a baixa voz, por este trabalhar a comunicação de vários bancos. mas o que acontece é que a JLM usou a M para acumular a comunicação do Santander e Millenium, algo que criticava aos outros. Anuncia uma entrada de capital, um elemento no new business na M, mas diz que não vai comprar agência nenhuma depois de dizer que andava a analisar o mercado como se pode comprovar aqui.
O Millenium é pois um cliente da JLM e desejo que façam um bom trabalho. Agora, quando me perguntarem como é que está a minha empresa, vou responder: «tenho 30 colaboradores e facturo 50 milhões de euros». Pode ser que acreditem e publiquem e depois me dêem uns Prémios Reputação.
2- Depois, na Meios, outra situação que considero mais grave. Não escrevo este texto pela amizade que tenho pela Susana Monteiro e por outras pessoas da sua equipa, escrevo porque isto apesar de ser legíimo é perigoso para o meu sector.
A Parceiros de Comunicação trabalhava a área de música da Optimus penso que bem e com objectivos cumpridos que seriam do agrado de qualquer marca.
Pois bem, como podem ler no link, a Optimus passa a sua área de música para o ex-responsável dessa área da Optimus que precisava da Parceiros para obter resultados, e agora abre à pressa uma agência de comunicação sem funcionários e não sei se tem experiência de comunicação para fazer o trabalho que uma experiente agência de comunicação fazia.
Imaginem que isto se passa em várias empresas, como ficam as agências de comunicação profissionais? Será que estes embusteiros depois vão usar os planos antigos e os métodos de trabalho de um sector que é competente e profissional na sua área? Como reagiu o mercado? Em silêncio, é o habitual. Pois os egos só se mexem quando lhes tocam nos seus bolsos. E esta notícia merecia uma nota da associação mais representativa do sector, a APECOM, pois pode abrir um precedente, repito, legítimo, mas perigoso para o nosso sector que é profissional.
3- Gostava muito que o Luis Paixão Martins e o António Cunha Vaz (as duas figuras mais poderosas de Conselho em Comunicação) se dessem bem. Sou amigo dos dois, gosto dos dois, e o nosso sector seria muito mais forte se eles pelo menos nas coisas que interessam à nossa indústria deixassem as rivalidades naturais do mercado de lado e quisessem construir uma união corporativa que desse mais força à nossa indústria e mais reconhecimento e credibilidade à nossa actividade. Sei que é quase impossível, mas não deixo de fazer este apelo.
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