terça-feira, 23 de julho de 2013

Os 5 livros que levo para férias

"Comboio Fantasma para o Oriente", Paul Theroux, Quetzal.

"Chet Baker Pensa na sua Arte", Enrique Villa-Matas, Teodolito

"A Sombra da Sereia", Camilla Lackberg, D. Quixote

"Viagens", Paul Bowles, Quetzal

"Ternos Guerreiros", Agustina, Guimarães editores

Dois romances, dois romances de viagens e um policial são as minhas companhias para férias que começam amanhã à noite.

O bom e o mau de Lisboa

Ontem fui jantar cedo ao Bairro Alto e ali foram evidentes o mau e o bom de Lisboa nos dias de hoje:

O bom- Lisboa está na moda e, por isso, cheia de turistas. Para lá da beleza da cidade e da sua boa gastronomia, realço o trabalho do Turismo de Lisboa - cada vez mais autónomo da câmara - na promoção da capital. É o turismo o nosso petróleo, é nele que temos de investir. Os restaurantes estavam cheios...de estrangeiros. Se não fossem os turistas como estaria a hotelaria e a restauração? Por isso quando o Governo mexe no IVA deste sector é não ter a noção da realidade.

O mau- Eram 20 horas quando fui jantar, ainda era de dia, não era uma hora tardia. Pois nessa altura já havia ilhas de lixo espalhadas pelo Bairro, as ruas e os passeios continuam miseravelmente sujos e pouco cuidados. Com uma cidade tão bonita, é degradante que não haja atenção redobrada da CML nesta área. Lisboa nunca esteve tão suja como actualmente. E não é só ali, é em vários pontos da cidade.

domingo, 21 de julho de 2013

O poder dos "homens-sombra"

«O que tem a boca perto da orelha de César sempre desperta ódios e invejas», é uma máxima muito antiga à qual os séculos vieram dar razão. Surge neste artigo sobre o homem que influencia, na sombra, o PP espanhol desde os tempos de Aznar. Chama-se Pedro Arriola e diz o El País que é «mestre em fazer-se de morto».

É o conselheiro do líder, com ele analisa, monta estratégias, estuda sondagens, cria soundbytes. Em Portugal tenho alguma dificuldade em vislumbrar, no panorama actual, uma figura destas próxima dos líderes mais conhecidos. O último assim parecido foi Fernando Lima quando trabalhava com Cavaco.

Aliás, esse poderá ser um dos principais problemas dos líderes. Faltam conselheiros fora da esfera partidária, com outra visão e outro mundo, fora da intriga da baixa política e que sintam o pulsar da sociedade civil.

O Papa que está a pisar calos

Leiam este artigo do El Pais que é muito significativo. O Papa Francisco é muito popular, mas na Cúria há quem tenha os «calos pisados». Uma coisa são os fieis, e não só, que estão muito satisfeitos com ele, outra são os seus colegas que não gostam de ter os seus privilégios revogados. Algo a acompanhar.

sábado, 20 de julho de 2013

O buraco de Cavaco

Falou-se esta semana no "buraco da ministra", mas bem mais grave é o buraco de Cavaco. Ele com a sua pose esfíngica quis vingar-se de todas as maldades que Paulo Portas lhe fez no Independente. E ainda pretendeu entalar o PS ao impor um compromisso numa jogada «ousada» como lhe chamou Ramalho Eanes.

Portugal há mais de 15 dias que não tem Governo. Vitor Gaspar rebentou-lhe a credibilidade e Portas ajudou à festa com o seu irrevogável que engoliu três dias depois. Passos apresentou uma remodelação, Cavaco não confiou nela.

E por não confiar nela, atirou o País para mais uma semana de reuniões enquanto ia dormir com as cagarras. Só uma pessoa sonhadora acharia que haveria uma solução tripartida, uma nova troika, mas desta vez com os três principais partidos portugueses. Isso era impossível.

Cavaco ainda informou, julgo que de forma irrevogável, que um Governo de iniciativa presidencial estava completamente fora das suas cogitações. Ora, assim, ele não pode aceitar agora o Governo remodelado que recusou e não tem mais nada na manga. Só lhe sobra um caminho: eleições antecipadas no dia das eleições autárquicas.

Qualquer outra solução não é credível e não vai dar em nada. Cavaco jogou e perdeu. Quis fazer manobras florentinas com um País que não precisava delas. É o maior derrotado deste processo e deixou Portugal num buraco.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

«O buraco da ministra»

O JN faz hoje uma manchete ordinária. Se é de humor, é reles. Se é informativa, joga também com o reles. O JN tem perdido leitores, bem como todos os jornais portugueses, mas um jornal deve primar pelo bom gosto e pela seriedade. Julgo que os responsáveis já devem estar arrependidos.

terça-feira, 16 de julho de 2013

A dormir nas Selvagens

Portugal está sem Governo e ninguém sente saudades dele. Desde que Gaspar bateu com a porta e Portas abriu outra porta, entrámos numa espiral de crise que já meteu uma remodelação que não se verificou, uma comunicação de Cavaco, um debate do estado da Nação, reuniões em busca de compromissos de salvação nacional e ainda vai haver uma moção de censura.

É muita coisa. Na quinta-feira, enquanto Portugal não vai chegar a solução nenhuma, Cavaco decide dormir no silêncio das Selvagens. Deixou por cá tudo ao molho, enquanto dorme. Confesso que qualquer observador deve olhar para Portugal de uma forma inusitada e achando que há qualquer coisa de muito estranho.

Ao mesmo tempo assiste-se ainda a um contrato danoso com o BIC que deu 40 milhões por parte do BPN e que agora já exige 100 milhões ao Estado, num negócio com o carimbo da miss Swap. É grave demais, mas Cavaco dorme nas Selvagens...

domingo, 14 de julho de 2013

Sugestões para a semana (15-2013)

Livros

"A verdade sobre o caso Harry Quebert", Joel Dicker, Alfaguara, 680 páginas. Disseram que era o novo Stieg Larsson, o fenómeno de vendas à Dan Brown de 2013. Eu já o li, em 3 dias, é um livro magnífico de intensidade, de "suspense", uma trama magnífica, bons diálogos e conselhos para um escritor. Vão gostar.

"O Jogo das Contas de Vidro", Herman Hesse, D. Quixote, 445 pág. Reeditado por esta editora um dos melhores livros, juntamente com "O Lobo das Estepes", de um dos meus escritores preferidos. O livro que lhe valeu o Nobel da literatura, uma das grandes obras do século XX.

Cinema

Na segunda-feira à noite, o ARTE exibe dois dos grandes filmes de Luis Buñuel: ""O Charme Discreto da Burguesia" e "Esse Obscuro Objecto de Desejo".

O TVC2 exibe um dos meus filmes preferidos, na 3a às 13,30h, "O Vale era Verde" de John Ford.

Documentários

Hoje, no Odisseia às 21.45h, "Como o facebook mudou o mundo árabe". Sobre as Primaveras no Egipto, Tunísia e Líbia.

Na terça, às 19.50h, no ARTE, "O nosso veneno quotidiano". Sobre todas as coisas que ingerimos no dia-a-dia enquanto comemos.

Na quarta, à 1 da manhã, no ARTE, "Birth of Groove", sobre a importância da Motown e da Stax para o nascimento da música soul.

Séries

A FOX apostou forte e a série "The Bridge" é mesmo boa. É aos sábados às 22.15h

Exposição

Na Bacalhoa, em Azeitão, uma homenagem a Nelson Mandela com uma exposição de arte africana. Vale a pena a visita.

Restaurante

Tico-Tico, não está tão bom como já foi e está a fechar muito cedo. Jantei ontem ali na Avenida da Igreja, ainda tem boas opções e é bom para grupos mais alargados.

"Juntos criamos notícia"

O título do post é o slogan com que termina o Jornal das 8 da TVI. É engraçado como na altura em que o País tem espalhados milhares de slogans de candidaturas autárquicas, um dos canais generalistas faz este caminho de proximidade com quem é o seu espectador.

Tem de haver cumplicidade entre quem comunica e quem segue, é assim que se estabelecem relações . O marketing da informação do canal não esquece que hoje um televisor é quase mais um elemento da família, que rouba a atenção desse convívio porque lhe atribuem valor e importância ao que estão a ver.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Portugal, um País de "descobridores" e um cantinho de malucos

Demos mundos ao mundo nessa gesta que é a parte mais bela da nossa História. Tivemos alguns reis muito bons, os melhores, provavelmente, D. Dinis e D. João II.

Não sou monárquico, sou convictamente republicano, mas chegamos ao século XXI sem "reis". As lideranças são frágeis e inexperientes, já o escrevi e não só sobre Portugal.

Ontem, Maria Luis Albuquerque deu a conhecer ao mundo que é ministra das Finanças num Governo que encontrou uma fórmula, mas o Presidente da República, à mesma hora, recebia os partidos com assento parlamentar para reflectir e ver se aceita a fórmula proposta.

A semana passada mostrou ao mundo que há um cantinho na Península Ibérica que se distingue, não pela resistência aos romanos, mas pela loucura dos seus responsáveis. Hoje, a nossa realidade é essa. Vasco da Gama, Infante D. Henrique, Bartolomeu Dias, Afonso de Albuquerque, Pedro Álvares Cabral são fantásticos para lermos nos livros.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

E se Cavaco dissesse que não?

Cavaco Silva tem uma visão minimalista dos seus poderes presidenciais. Além disso, é temente e medroso, algo que Fernando Lima durante anos conseguiu esconder.

Logo, é quase certa a aceitação da "fórmula" que Passos Coelho lhe apresentou, apesar de nada fazer sentido e dar a entender que o PSD vai mandar muito menos que o CDS no novo Governo (não sei se as bases do PSD compreendem isto muito bem).

Mas, e se Cavaco dissesse que não e impusesse um Governo por si escolhido com apoio parlamentar  tendo em vista a salvação nacional?

É um cenário quase impossível de realização, mas não sei se um Governo à Mario Monti em Itália não seria positivo para Portugal. Nem que fosse apenas para preservar a imagem da classe política.

domingo, 7 de julho de 2013

Sugestões para a semana (14-2013)

Livros

"Testamento político", Crdeal Richelieu, Temas & debates, 389 páginas. Em tempos onde é evidente a falta de categoria das lideranças do mundo, sugiro a leitura deste tratado sobre o poder, legado por um dos homens mais influentes de França de séculos passados.

"Veneza", Jan Morris, Tinta da China, 434 páginas. Da magnífica e belíssima colecção de literatura de viagens, coordenada por Carlos Vaz Marques, deixo mais esta pérola que, juntamente com o livro de Henry Miller, "O Colosso de Maroussi", são para para mim as duas mais geniais desta edição.

"Lobo Vermelho", Liza Marklund, Porto Editora, 442 pág. Para os amantes do policial, aqui vem mais um livro com o selo da escola nórdica, uma boa companhia para a praia.

Cinema

"Amor", Michael Haneke. Para quem não viu, não perca a oportunidade de ver uma história magistralmente realizada, com dois actores de excepção, Jean-Louis Trintignat e Emanuelle Riva, que foi um dos melhores filmes do ano passado.

"Eclipse", Michelangelo Antonioni. Um dos melhores realizadores da história do cinema que tem uma série de filmes à venda na FNAC ao preço de 5 euros. Escolho este, pois aquele minuto de silêncio durante a sessão da bolsa, acompanhado do turbilhão que lhe segue diz tudo sobre a sociedade contemporânea. E andam lá o Alain Delon e a Monica Vitti.

Documentários

"Joaquim Agostinho - um grande campeão", amanhã na RTP2 às 15.20. Um dos maiores nomes do desporto nacional, uma vida de triunfos com uma morte trágica e um dos ícones do Sporting Clube de Portugal.

"A maldição do gás de xisto", no ARTE na terça~feira às 7.55h. Uma das novas técnicas, polémicas, de exploração de recursos naturais e o que se passou numa vila da Polónia.

Séries

Por esta altura os canais de séries costumam refrear as estreias. Mas a RTP2 avança às segundas com a 5a temporada do Mentalista e às 5as com a última temporada, a 5a, de Fringe. Tudo lá pelas 22.30. Boas alternativas.

O TVSéries também está coom um pacote de estreias interessante: "Vikings", hoje, "Terapia de Choque" inicia a 3a temporada e ainda "Ray Donovan". E nas últimas semanas estreou a 2a temporada de "Magic City" e "Under the Dome" (de Stephen King) e "The Deep"

Os canais FOX fazem o pleno numa boa jogada de comunicação, no próximo sábado, com The Bridge.

Restaurante

A Camponesa, em Santa Catarina. Boa cozinha, boa carta de vinhos e ali no centro da "movida". Jantei lá nas últimas duas sextas-feiras e recomendo.

A voz de Cavaco

Tenho muita simpatia pelo Luis Marques Mendes e ele é uma pessoa muito inteligente. Por isso, ao sábado, é penoso de ver ele tornar-se na voz de Cavaco Silva.

Ontem anunciou que Cavaco «está muito furioso» e que deverá «fazer uma comunicação ao País», entre outros oráculos oriundos de Belém. No comentário devemos ser a nossa voz e não a voz de outros.

sábado, 6 de julho de 2013

«S: Pedro não tinha conta no banco»

Esta frase é do Papa Francisco. Dá ainda os seus primeiros passos, mas não há ninguém que não tenha simpatia pela bonomia deste argentino que está a limpar a Cúria, a exorcisar alguns demónios da Igreja, mantendo o seu sorriso e o contacto fácil com os fieis. São bons tempos estes para os católicos.

Rating "lixo" para a política portuguesa

O que se passou nesta semana não foi um pesadelo, foram brincadeiras caprichosas. Como escrevi na terça-feira, isto é um rombo na credibilidade de quem se dedica à actividade política.

Os portugueses querem gente de excepção a resolver os seus problemas, estão fartos de jogos florentinos que só nos prejudicam.

Algo que é irrevogável, tem de ser irrevogável. Sair do Governo por causa de uma ministra das Finanças que nem devia ser e agora voltar a sentar-se num Conselho de Ministros com ela não faz sentido.

A narrativa que começará a ser escrita irá colocar a responsabilidade em Vitor Gaspar pelo desencadear da crise. Um ministro que nunca percebeu o País que delapidou e a quem roubou a alma. Passos, Portas, Cavaco são as figuras maiores deste disparate nacional.

Mesmo com novo Governo, bastará uma corrente de ar para se reiniciar outra qualquer guerra de alecrim e manjerona. A classe política portuguesa se fosse avaliada, teria irremediavelmente o grau lixo.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O adeus anunciado a Nelson Mandela

Todo o mundo tem pena que uma lenda viva possa desaparecer. Nelson Mandela foi um resistente e combatente por uma causa justa. E todos respeitamos e admiramos uma pessoa assim.

Quando chegado ao poder, nunca usou a linguagem do ódio ou da vingança, mas sim a da paz e da reconciliação.  A África do Sul vive sob a sua silenciosa tutela, um líder que sempre se portou como um estadista, que deu passos firmes na tranquilidade de uma sociedade marcada pelo conflito racial.

Saiu do poder após um mandato, podia lá ter ficado para sempre. Uma grande lição para quem não sabe viver sem poder. Já não há homens assim e é uma pena, mas o seu legado será eterno. Um mito que era, e ainda é, um homem bom.

A "solução ampla" de Cavaco é matar Portas

A crise da maioria governamental vai arrastar-se mais uns dias. A "fórmula" ainda não foi encontrada e Portas marcou a sua saída do Governo com a palavra «irrevogável». Logo, qualquer retrocesso nessa intenção descredibilizaria mais o líder do CDS.

Em Belém faz-se o habitual de uma carreira política: silêncio com recados pela imprensa, foi sempre assim Cavaco.. O recado matinal de Cavaco é «a solução ampla» que ele quer, incluindo Portas na fórmula para novo Governo.

Cavaco se conseguir isso, para lá de se salvaguardar, tenta matar Portas e o futuro próximo do CDS, Mas se o fizer, evitando eleições em Setembro no mesmo dia das autárquicas, como quer o PS, fica indelevelmente ligado ao que se passar e arrisca matar definitivamente, também, o seu legado e o seu papel na História. Para quem nunca percebeu, Cavaco é o verdadeiro escorpião da política portuguesa.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O campeão da mentira

Gosto muito de ciclismo, é um desporto de heróis, que fazem da abnegação, do sofrimento e do esforço a matéria que permite ultrapassar dificuldades e conquistar a meta.

Há uma semana, o canal National Geographic emitiu uma magnífica reportagem intitulada a ascensão e queda de Lance Armstrong. Ele foi um herói para muitos adeptos, mas, afinal, foi apenas o campeão da mentira.

Lance foi o melhor...a consumir drogas, a montar uma máquina de mentira que impunha aos colegas e que lhe permitiu ganhar vários Tour. Andava sempre um passo à frente do controlo anti-doping.

Foi EPO, foram auto-transfusões de sangue que tinham como objectivo ultrapassar o cansaço e melhorar o desempenho. Ganhou milhões em contratos e publicidade que agora pode perder. A política e os media deram-lhe uma força que permitiu saltar por cima dos problemas e escondê-los

O que Lance não percebeu é que a farsa podia durar muito tempo, mas nos tempos modernos os embustes não subsistem. Desmentiu todas as acusações, jurou pelo filho, mas depois na Oprah confessou o que milhões de adeptos suspeitavam.

Foi uma desilusão, para a modalidade um rude golpe. Porque se descobriu que Lance Armstrong não era um campeão, mas apenas um vigarista.

PSD e CDS não têm vergonha?

Vive-se um pesadelo derivado de uma brincadeira de crianças. Os humoristas nem precisam de se esforçar muito para fazer humor, basta deixarem esta nave de loucos falar.

O presidente do CDS bate com a porta, mas depois o partido manda-o negociar com alguém que já não confia nele. Depois, o PSD aceita  negociar as imposições do partido pequeno da coligação, porém, os militantes do PSD também não confiam no líder do CDS.

Se estamos num jogo de traições e de falta de confiança, como é que os portugueses podem acreditar neste grupo de pessoas? Nas autárquicas, ambos os partidos já tinham vergonha de apresentar os seus emblemas, agora ainda é pior. Não há vergonha em se coligarem?  Ainda mantêm a hipocrisia destas alianças?

Portugal está refém deste embuste e em Belém nada se passa. A esfinge que lá mora está mesmo caduca. A política portuguesa é embaraçante e toda a gente no estrangeiro está atónita com o que por cá se passa. Não há solução.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Comunicação, briefings e Governo por quem sabe

«Coordenar a Comunicação de um Governo, sobretudo em momentos de Crise, é das tarefas mais difíceis que existem ao cimo da terra. Tenho a maior compreensão pelas pessoas que desempenham essas tarefas.
Dito isto, invoco a minha qualidade de profissional veterano para dizer que é absolutamente surreal colocar a desempenhar essas tarefas pessoas que não têm qualquer experiência nesse tipo de tarefas....
As pessoas foram escolhidas porque razões? Porque aparecem a fazer comentários na TV? Porque escrevem bem em blogues? Porque dão conferências engraçadas, interessantes e motivadoras?
Refiro-me a pessoas que não possuem a mínima das experiências, a mínima das características para as funções que foram chamadas a desempenhar (e que, adicionalmente, devem ter o ego do tamanho da lua porque não se dão conta das suas limitações).
Chamo a atenção para este assunto apenas porque os mesmos “critérios” de escolha parecem ter estado na origem dos convites para várias pastas do Governo.
Por exemplo, o ministro das Finanças que acaba de sair reconhecendo que falhou em toda a linha tinha alguma experiência profissional, real, concreta que o indicasse para as tarefas que desempenhou? E o ministro da Economia, tem alguma experiência empresarial? E por aí fora.
Quem seleccionou a equipa de Governo deve supor que os treinadores desempregados que comentam os jogos da SportTV são os melhores treinadores do mundo»
 
Luis Paixão Martins - retirado do seu mural no facebook

A morte de uma classe política medíocre

Ontem, no meu facebook, comentei o manicómio em que vivíamos. Em dois dias de briefing, essa "grande manobra" de comunicação do Governo, caíram os dois mais importantes ministros. Vitor Gaspar e Paulo Portas.

Insano, e sinal dessa ópera bufa que atravessamos, foi ver o triste espectáculo de Cavaco Silva dar posse a uma ministra que nem o devia ser, como se nada se passasse, como se não visse que este Governo não tem vida, está morto.

Foram brincadeiras perigosas a mais de quem se vê hoje que não é estadista. O definhamento das lideranças é um pobre sinal das democracias contemporâneas. Mais grave é que Cavaco tudo consente, a tudo diz sim, porque perdeu o controlo.

A classe política portuguesa está completamente descredibilizada e moribunda, os seus profissionais da política que andam pelo Governo e autarquias deviam levar um cartão vermelho. A política é uma nobre arte que serve para melhorar a vida das pessoas e da comunidade. Com estes tipos não vamos lá.

terça-feira, 2 de julho de 2013

«PSD queria Paulo Macedo e saída de Álvaro»

É com este título desta notícia que o Expresso espelha o que se passa dentro do maior partido do Governo. Estão aflitos, a nova titular das Finanças é fraca e sente-se o fim de um ciclo político. Ninguém confia no Governo.

Para a miss Swap o que é um Swap

Em homenagem à nova ministra das Finanças, a miss Swap, Maria Luis Albuquerque. Deixo aqui um vídeo com uma boa explicação sobre o que é um Swap. Pode ser que ela se lembre, em vez de mentir.

Um Governo moribundo e sem escolhas

Quando um Governo apenas tem um fio de vida, poucos são os que se querem juntar a ele. Gaspar foi ungido por Pedro Passos Coelho a número 2 do Governo e muitos viam-no como o número 1.

Gaspar foi sempre um problema pois não conhece os portugueses. Respeitado fora de Portugal, por cá era alvo de desprezo e ridicularia.

Maria Luis Albuquerque é a solução de recurso e nem devia ser ministra, pois nem um segundo teve de estado de graça. A questão dos Swap é tóxica e ela não fugirá dela.

Por cada dia que passa a dúvida é saber quando Portas romperá a coligação. Pode ser num dia qualquer e ninguém estranhará. Este é um Governo moribundo, à deriva, sem futuro. É penoso e tenho pena que assim seja.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

5 notas sobre a saída de Vitor Gaspar

Vamos ao que interessa sobre a saída de Vitor Gaspar:

1- Ele falhou em tudo, em perspectivas, em estratégia, em medidas, em objectivos.

2- Vitor Gaspar não conhece o País, nunca se adaptou aos portugueses.

3- Quem o escolheu é que é o responsável, mas já só quem o escolheu, Pedro Passos Coelho, tinha confiança e era um factor de divisão do Governo.

4- Dava jeito ao PSD, Vitor Gaspar. Pois o seu "spinning" apontava que ele não era militante do partido e o PSD não tinha culpa. Era usado para afastar problemas do PM. Isso acabou.

5- Como irão verificar, Vitor Gaspar era muito mau e era uma figura bizarra, mas como verão, o Governo é que é mesmo mau. Não tem coordenação nem salvação.


Director da RTP com Aston Martin

Li aqui a notícia e apenas quero dizer o seguinte: não ligo nada a carros, aliás, o meu carro são os táxis. Cada um que compre o que lhe aprouver. Mas acho um bocado falta de senso andarem a exibir-se Aston Martins numa altura destas, numa empresa pública.