terça-feira, 31 de julho de 2012

Sporting e os Jogos Olímpicos

De quatro em quatro anos, quem gosta de desporto tem o pratinho cheio durante os Jogos Olímpicos. São heróis nacionais todos os que representam os seus países, mas só chegam ao Olimpo se obtiverem as medalhas que todos desejam.

Aqui é uma representação nacional mas é um facto que o Sporting lidera em presenças e medalhas. Desde 1976, com duas medalhas de prata, de Armando Marques no Tiro e Carlos Lopes no Atletismo, o Sporting tem sido um contribuinte para a representação portuguesa.

Nos Olímpicos torço pelos atletas que representam a Nação, mas gostava que todos tivessem presente que em 2012 são já 128 atletas olímpicos, em 16 modalidades, os que são do Sporting. O que mostra a força de um clube e o seu eclectismo.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Soares dos Santos é o Robin dos Bosques dele próprio

Li aqui que o Pingo Doce perdeu 10 milhões com aquela famosa operação que abriu telejornais. O povo agradece. Soares dos Santos é um Robin dos Bosques que rouba a ele próprio. Quem o tem é que o gasta

Vergonha das suas profissões

Eu e muitos outros somos, efectivamente, consultores de comunicação. Fazemos assessoria, planeamento estratégico, gestão de reputação. Julgo que quem faz isto que eu faço, gosta do que faz e por isso não tem vergonha em dizer a sua profissão.

Mas uma das coisas que mais me dá vontade de rir na sociedade portuguesa é a profusão de consultores. Agora há consultores de tudo, parece que têm vergonha do que fazem e tentam esconder com uma expressão mais apetecível.

Consultor de contabilidade era um contabilista, consultor de negócios era um intermediário, consultor de talho era um talhante, consultor de canalizações era um canalizador, consultor de compras era um merceeiro. Exagero nos exemplos finais, mas têm vergonha do que fazem?

terça-feira, 24 de julho de 2012

5 livros para o Verão

Eu espero a partir de quinta-feira ter pelo menos quatro dias de descanso total. Habitualmente repouso na praia, em Sesimbra, com livros. Deixo 5 sugestões de leitura para quem gosta também deste exercício:

. O Vendedor de Passados, José Eduardo Agualusa, D. Quixote, 225 páginas. Ainda há pouco tempo o Ricardo Costa o mencionou no Expresso. Félix Ventura é um homem que vende passados falsos à emergente sociedade angolana. Até memórias felizes e sorrisos consegue construir apesar do passado de guerra daquele País. Uma sátira corrosiva`ao que se passa naquele País irmão.

. Pena Capital, Robert Wilson, D. Quixote, 472 pág. O regresso de um grande autor de policiais agora sem o seu inspector Javier Falcon que protagonizou dois grandes livros: Último Acto em lisboa e o Cego de Sevilha. Nesta obra mete mafiosos indianos, fanáticos hindus e homens de honra britãnicos.

. Ela Cantava Fados, Fernando Sobral, Quetzal, 268 pág. Já tinha colocado como destaque uma vez. É um livro tão bem escrito passado em Lisboa, com o fado como fundo, brilhantes diálogos e tem política, poder, dinheiro e mulheres fatais.

. Índia (uma biografia íntima), Patrick French, Temas e debates, 461 pág. Recomendo este ensaio para quem tem algum fascínio pela Índia e para os que procuram conhecer melhor a sociedade país emergente. Aborda a religião, a evolução política (esta parte é magnífica) e a evolução de um país que é um sub-continente com disparidades enormes. A pobreza convive com a tecnologia de ponta e os novos milionários.

. Desde que o samba é samba, Paulo Lins, Caminho, 356 pág. O autor criou a Cidade de Deus, um livro que deu um filme brilhante do Fernando Meirelles e ainda escreveu outros argumentos premiados. É um livro de prosa escorreita com a pequena bandidagem do Rio de Janeiro no início do século. Prostitutas, proxenetas, a primeira escola de samba do brasil e as visitas de Carmen Miranda e Mário de Andrade, entre outros. Divertidíssimo, é mesmo de levar para a praia. 

Um conselho de comunicação a Godinho Lopes

Godinho Lopes não é especialista em comunicação e não é um grande comunicador. É uma verdade irrefutável. Mas também sabemos que como presidente tem tido disponibilidade para falar com os adeptos e é uma pessoa educada e que ouve.

Hoje leio que disse «Rojo não foi uma vitória sobre o Benfica» e que «as nossas vitórias são dentro de campo». A segunda afirmação é correctíssima, só se festejam campeonatos no Marquês e não compra de passes de jogadores e devia só ter dito isto.

A primeira frase não a devia ter dito. Explico porquê. Um dos fundamentos da comunicação é o seu lado subliminar. Se há coisa que o universo sportinguista adora, para lá das suas cores, é dar bicadas no rival. E este ano arrancamos com duas bicadas: Labyad e Rojo. Não foram ditas, mas estão implícitas em ambas as contratações, como já tive oportunidade de explicar noutro post.

Com a primeira afirmação reduz-se o impactos das contratações na moral do adversário e nos meios de comunicação, que sobre Labyad deram gás à ofensiva do Benfica e sobre Rojo até primeiras páginas fizeram como sendo reforço do rival.

O futebol é festa para os adeptos, mas é uma guerra psicológica no campo e fora do campo. E não basta ser melhores e ganhar. Há componentes subliminares, psicológicas e comunicacionais, sem falar as questões dos poderes do futebol, que não podem ser esquecidas pois ajudam à vitória.

De resto, como já escrevi, julgo estarmos pelo menos bem armados, em termos de plantel, para o arranque do campeonato.

«Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal»

Isto terá sido dito ontem por Pedro Passos Coelho num jantar do grupo parlamentar do PSD que incluiu diversos membros do Governo.. Em termos de comunicação política é um bom "soundbyte" e fica bem neste momento de dificuldades e reforça o seu perfil de liderança com um rumo bem definido.

Mas mais do que uma técnica de comunicação política, por o conhecer e ser amigo dele, até creio ser sincero o que diz o Primeiro-Ministro. E isso é muito mais importante.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Tall Ship Races em Lisboa

Um espectáculo bonito que visitou Lisboa, a regata Tall Ship Races. Tenho uma história particular com este evento.

Foi por causa dele, em 2006, que entrei no mundo das agências de comunicação. Naquela altura fui contactado pelo João Oliveira e Costa, da Addmore, para comandar a comunicação deste evento. Correu tão bem que a organização nos convidou para ir à Polónia, à sua conferência internacional, para explicar porque tinha sido em Lisboa um sucesso em termos de público, comunicação e patrocínios.

Seis anos depois, Lisboa viu com bons olhos o regresso deste bonito espectáculo e também julgo que correu bem. Fico satisfeito por isso.

As mulheres de Obama

Quando há eleições em qualquer parte do mundo, os candidatos combatem também na arena mediática pelo apoio de personalidades conhecidas e da cultura.

Nos Estados Unidos, Hollywood tem sempre uma palavra a dizer. Com Obama agora estão Eva Longoria, Sarah Jessica Parker, Scarlett Joahnsson, Beyoncé e muitas mais. Podem ver por aqui e os motivos que as movem a apoiar o Presidente. 

sábado, 21 de julho de 2012

O que está a dar é ser serralheiro

Esta notícia é verdadeira e sentimos sempre na pele quando se passa connosco. Quando temos um problema em casa, vemos os preços que as velhas profissões, que para muitos sem visão são indignas, cobram para nos tratar de um cano, da luz, etc.

Em tempos de crise generalizada saber um ofício, como diriam os antigos, é uma escapatória. Em Portugal não basta ser engenheiro ou doutor em qualquer coisa para se obter um emprego. E é digno trabalhar, o que é indigno é não querer trabalhar.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Morreu um grande comunicador

Era um homem do Estado Novo que ultrapassou os ventos da democracia e soube conquistar o seu lugar. Não era um historiador fabuloso, mas era um fenomenal comunicador e penso que é assim que ficará para a´história. Que descanse em paz José Hermano Saraiva.

Só para quem ainda não percebeu...

Leiam esta notícia: Finanças poupam advogados. Para quem ainda não percebeu, a maior parte dos políticos são advogados.

"Mad Men" lidera nomeações aos Emmy

A lista completa para ler por aqui. E a série dos homens da publicidade pode passar a ser a série mais premiada de sempre. Neste momento está empatada com a "Hill Street Blues", "L.A. Law (As Teias da Lei) e West Wing.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Rojo já é nosso: Sporting 2 - Benfica 0

Ainda ontem mostrei satisfação pelos jogadores que o meu clube tem contratado. Custo zero, em silêncio, com calma, mostrando que há profissionalismo e que se sabe o que se tem de fazer quando a carteira está vazia. Venham Labyad, Gelson, Pranjic, Boulahrouz e agora também o Rojo que está confirmado e é uma grande aquisição.

Mas o que é engraçado é o folhetim da imprensa desportiva com os conhecidos esquecimentos quando interessa aos clubes que habitualmente protegem. Todos os anos o Benfca é o anunciado campeão das contratações e Luis Filipe Vieira´ é o «negociador duro» que gostam de propagandear.

Mas este ano já se esqueceram de duas derrotas, vou relembrar:

1- Labyad já era jogador do Sporting desde o mercado de Inverno. Depois, Godinho Lopes, que não é homem de futebol, cometeu o erro de o anunciar numa entrevista à RTP e o PSV e os adeptos desse clube fizeram a vida negra até ao final da época ao rapaz que teve de andar com segurança privada na Holanda, mas mostrou carácter e princípios e manteve a sua decisão de vestir de verde e branco.
Mas os espertos de Carnide, decidiram fazer uma ofensiva sobre o jogador, mais uma vez descoberto por uma das melhores aquisições deste mandato, o Paulo Menezes, director de scouting do Sporting que também trouxe Schaars e Carrillo. O Benfica tentou interferir no negócio já apalavrado e não levou nada. Os jornais, convenientemente, esqueceram-se.

2- Rojo posso confirmar sem problemas já é jogador do Sporting. Mas antes era a maior prioridade do Benfica, com o «negociador duro» na jogada, ele que o ano passado tinha cinco laterais-esquerdos no plantel e nenhum prestava e por isso, este ano, tem de andar a mostrar os seus dotes de «negociador duro» (repito esta expressão porque me dá vontade de rir) para arranjar mais jogadores para a posição. Rojo era do Benfica nos jornais há um mês, vai vestir de verde e branco. Espero que os jornais, convenientemente, não se esqueçam outra vez.

As «cabeleireiras que paguem a crise»

Este engraçado título do meu post é roubado ao título do editorial do Jornal de Negócios, começo por avisar. Ontem, um secretário de Estado de nome Paulo Núncio, pouco conhecido da população em geral mas apontado pelos seus colegas de profissão, os advogados, como «um gozão», veio anunciar um pacote baseado no regime «da equidade».

Estupidamente, e sem qualquer preparação comunicacional, algo que não existe no Governo nem na maior parte dos seus assessores, anunciou-se esta medida como uma mais-valia para o povo que podia reduzir o seu IRS com facturas de cabeleireiros, restaurantes e oficinas.

Logo se fizeram as contas, pois hoje em dia, infelizmente para o Governo, já ninguém acredita em nada, e para reduzir até 250 euros no IRS teria de se fazer despesas de mais de 20 mil euros. O problema é que o «gozão» frequenta os grandes salões mas não conhece o país real e poucos em Portugal têm capacidade de realizar estas despesas, apenas os privilegiados.

Esta medida está-se marimbando para os portugueses. É apenas uma artimanha para evitar a fuga ao fisco de quem habitualmente o faz. Agora, quando se armarem em espertos e tipo Oliveira da Figueira tentem vender uma medida para obter boa "media" falem com profissionais de comunicação e não deixem as coisas só na mão de «gozões». Dá mau resultado.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Aquisições do Sporting

Tudo em silêncio como deve ser feito, jogadores bons e com classe: Labyad, Gelson, Pranjic e Boulahrouz. A SAD tem actuado bem, vamos acreditar e apoiar como sempre.

No Verão e no Natal a turbulência em Conselho em Comunicação

Não sei se acompanham estas coisas do meu sector, o de Conselho em Comunicação, mas é sempre quando se espera mais calma, Verão e Natal, que acontecem mais turbulências. Ninguém gosta de descansar.

A igreja e a política

D. Januário Torgal Ferreira tem feito diversas críticas duras a este Governo. Esquece-se que a sua moral bate com os mais de 4 mil euros que aufere por mês enquanto bispo das Forças Armadas, e que ofendem qualquer dos crentes.

O Governo respondeu bem, se o bispo sabe alguma coisa do que diz, «corrupção» e «diabinhos negros», então que denuncie junto das instãncias que podem investigar.

A igreja deve ter voz e fazer-se ouvir, mas um bispo não representa o todo. Por isso, por aqui leio que a  igreja se demarca de apenas uma voz. Se os militares devem estar nos quarteis, os padres e bispos têm muito que fazer para encontrar mais vocações e não perder crentes.

Não julgo que um bispo com um salário que choca a população portuguesa seja um bom cartão de visita.

Rei de Espanha baixa o seu próprio salário

Não sou monárquico mas reconheço o importante papel do Rei Juan Carlos na consolidação da democracia espanhola. Nos últimos tempos viu a sua família, e ele próprio, envolta em escândalos que, drasticamente, diminuíram a popularidade da casa real.

Espanha atravessa uma grave crise, tão ou mais grave que a nossa, e este gesto do Rei, de baixar o seu salário, para lá de sensato, é boa comunicação e cai bem junto dos seus.

Por cá, ainda não vi Cavaco Silva preocupar-se em fazer o mesmo. E devia

terça-feira, 17 de julho de 2012

Dois embustes de agências de comunicação e um apelo ao Luís e António


Não tenho escrito muito directamente sobre o meu sector, o de Conselho em Comunicação, o das agências de comunicação, nos últimos tempos. Continua tudo igual, as rivalidades habituais, as guerras normais, os egos gerais, apenas houve um facto novo que foi o da aparição dos negócios por avental, mas não é isso que me motiva hoje a escrever sobre o meu sector.

Assisti hoje a duas daquelas cenas que deviam indignar um sector se ele fosse forte, unido e reconhecido, e falasse com uma voz credível sobre algumas coisas que acontecem na nossa indústria.

1- Há uns tempos atrás a M, empresa do meu ex-colega na universidade Migiel Rato e a quem desejo as maiores felicidades, anunciou nas publicações ligadas a este sector a conquista do Millenium. Era um embuste que todos já sabiam, mas que só hoje caíu no conhecimento geral devido a uma excitação de João Líbano Monteiro (JLM) no Diário Económico.
JLM era um dos críticos de António Cunha Vaz, em hoteis e restaurantes a baixa voz, por este trabalhar a comunicação de vários bancos. mas o que acontece é que a JLM usou a M para acumular a comunicação do Santander e Millenium, algo que criticava aos outros. Anuncia uma entrada de capital, um elemento no new business na M, mas diz que não vai comprar agência nenhuma depois de dizer que andava a analisar o mercado como se pode comprovar aqui.
O Millenium é pois um cliente da JLM e desejo que façam um bom trabalho. Agora, quando me perguntarem como é que está a minha empresa, vou responder: «tenho 30 colaboradores e facturo 50 milhões de euros». Pode ser que acreditem e publiquem e depois me dêem uns Prémios Reputação.

2- Depois, na Meios, outra situação que considero mais grave. Não escrevo este texto pela amizade que tenho pela Susana Monteiro e por outras pessoas da sua equipa, escrevo porque isto apesar de ser legíimo é perigoso para o meu sector.
A Parceiros de Comunicação trabalhava a área de música da Optimus  penso que bem e com objectivos cumpridos que seriam do agrado de qualquer marca.
Pois bem, como podem ler no link, a Optimus passa a sua área de música para o ex-responsável dessa área da Optimus que precisava da Parceiros para obter resultados, e agora abre à pressa uma agência de comunicação sem funcionários e não sei se tem experiência de comunicação para fazer o trabalho que uma experiente agência de comunicação fazia.
Imaginem que isto se passa em várias empresas, como ficam as agências de comunicação profissionais? Será que estes embusteiros depois vão usar os planos antigos e os métodos de trabalho de um sector que é competente e profissional na sua área? Como reagiu o mercado? Em silêncio, é o habitual. Pois os egos só se mexem quando lhes tocam nos seus bolsos. E esta notícia merecia uma nota da associação mais representativa do sector, a APECOM, pois pode abrir um precedente, repito, legítimo, mas perigoso para o nosso sector que é profissional.

3- Gostava muito que o Luis Paixão Martins e o António Cunha Vaz (as duas figuras mais poderosas de Conselho em Comunicação) se dessem bem. Sou amigo dos dois, gosto dos dois, e o nosso sector seria muito mais forte se eles pelo menos nas coisas que interessam à nossa indústria deixassem as rivalidades naturais do mercado de lado e quisessem construir uma união corporativa que desse mais força à nossa indústria e mais reconhecimento e credibilidade à nossa actividade. Sei que é quase impossível, mas não deixo de fazer este apelo.

O que quer um jornalista?

«O que quer um jornalista? Capturar a verdade para depois a libertar.»

Mons Kallentoft, «Flores caídas no jardim do Mal»

A magia negra de Fernando Collor e a fragilidade dos homens de poder

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os homens de poder, na maior parte dos casos, são frágeis. Têm hesitações, temores, ligam à sorte.

No Brasil, Fernando Collor foi um produto que a Globo apoiou para que Lula não ganhasse o Planalto no início dos anos 90. Basta ler um dos melhores livros políticos que já li, «Notícias do Planalto», de Mario Sergio Conti, para se perceber as conexões com a imprensa e o seu mandato que envergonhou o Brasil.

Nesta notícia, a sua ex-mulher revela os rituais de magia negra a que assitiu. Collor era um político frágil, uma pura encenação. Durante a sua liderança o Brasil perdeu a sua «Collor».

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A rã Godinho e o escorpião Barbosa

Hoje o director do Jogo faz uma alegoria sobre o Sporting relembrando a conhecida história da rã e do escorpião.

Infelizmente, no início da época que é sempre de esperança e motivação para o universo leonino, voltaram as guerras fratricidas que não agradam a nenhum sportinguista.

Barbosa disparou chumbo grosso, Cristóvão reagiu no mesmo tom e a direcção seguiu o mesmo rumo. Carlos Barbosa não devia falar, pois embarcou neste barco e confiou nesta equipa, senão por que é que aceitou ser vice de um presidente que «é bom tipo mas não é líder e não decide»?

Paulo Pereira Cristóvão reagiu uma vez mais e a direcção desta vez não deixou o presidente do ACP sem resposta à entrevista que deu que foi puro exercício de branqueamento da sua passagem débil pelo Sporting.

Fonte da direcção colocou e deu a entender em todos os jornais que Barbosa foi varrido da direcção por Godinho Lopes: ´«se o presidente do Sporting não decidisse , Carlos Barbosa ainda estaria no Sporting». E ainda acrescentou: «o clube necessita de quem trabalhe e não de papagaios».

O problema é que foi a rã que escolheu a sua equipa, onde estava o escorpião. Se a rã fosse líder o escorpião nunca tinha entrado na lista. As questiúnculas eternas, como está à vista, quem as provocou foi a própria direcção e o seu presidente. Da próxima vez, se o fizer, escolherá, por certo, melhor os elementos da sua equipa.

As "mariolices" de Marcelo


Ontem Marcelo Rebelo de Sousa dedicou quase 30 minutos das suas cansativas prédicas ao caso Miguel Relvas. E fez duas "mariolices" para lixar dois adversários.

1- Malhar em Miguel Relvas é hoje um desporto popular em Portugal e Marcelo esteve na origem da onda contra o ministro. E fê-lo para eliminar uma peça que seria fulcral nas aspirações de Durão Barroso a Belém, pois Relvas estaria sempre na vanguarda estratégica dessa possível candidatura que baralha o caminho livre para as aspirações presidenciais do professor das prédicas dominicais.

2- Ontem Marcelo apontou uma pessoa para o lugar de Relvas numa hipotética remodelação. Em diversos jornais, e fruto dos seus comentários bem preparados na TVI24, têm saído notícias que colocam Marques Mendes (MM) na rota para Belém também. A "brincadeira" de Marcelo serve para lançar para a fogueira MM, retirar-lhe aura presidencial e colocá-lo apenas com aura de ministro e tirar mais um seu putativo adversário de cena.

Marcelo está como Nicolas Sarkozy: pensa muito mais de 5 vezes por dia em Belém. Todos os seus comentários, os que granjeiam a popularidade fácil, num povo pouco esclarecido como é o português, e os outros, só servem para dar gás à sua ambição. Relembro apenas que por onde passou Marcelo foi só derrotas: nem um mergulho no Tejo o salvou em Lisboa e na liderança do PSD nem chegou a ir a votos pois apresentou a demissão. A vida politica de Marcelo é de comentador e não de estadista. Portugal precisa de estadistas e não de brincalhões.

Má despesa pública

A Bárbara Rosa e o Rui Oliveira Marques criaram um blog onde vão elencando e dando a conhecer casos de má gestão dos nossos dinheiros. Chama-se Má despesa pública. Agora a sua aventura virtual passa para o papel com um livro. Deixo aqui a apresentação e o convite roubado ao PiaR para o lançamento de hoje e convido a acompanharem o blog.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O escândalo da FIFA

A FIFA é uma organização que se tornou uma espécie de gerontocracia anquilosada. Onde a corrupção parece evidente.

João Havelange, nos anos 90, recebeu, ilicitamente, um milhão de euros de comissão e Ricardo Teixeira dez milhões. Depois consta que ambos pagaram à justiça, divulga hoje o Público na página 47, cerca de 4,5 milhões para que não divulgassem os seus nomes.

Sepp Blatter, na altura secretário executivo da organização, e hoje seu presidente, diz: «eu não poderia saber de um crime que não era crime na época». Havelange e Ricardo Teixeira, seu genro, abandonaram os cargos alegando motivos de doença. A FIFA está doente há muito tempo.

Onde as televisões generalistas não andam

É sabido que os canais generalistas têm perdido audiências para o cabo. Continuam impassíveis, majestáticas e graníticas, sem capacidade de inovação e sem criar programas de culto.

Ontem o Joel Neto no DN chamava a atenção para o regresso de Jerry Seinfeld e do seu grupo e para um actor porno, Nacho Vidal, que vai fazer um "Big Brother" com bolinha na sua casa. E em que plataformas? Na internet. Nos generalistas continua jornal-novela-novela-novela. Nas audiências, cabo e outras plataformas tentam ser criativas.

Oráculo (393)

«Se se é Republicano antes dos 30 não se tem coração. Se se é Democrata depois dos 30 não se tem cérebro»

Lei e Ordem, Série de tv

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Um escritor que partilha a sua criação com os leitores na web

Arturo Pérez-Reverte, um dos escritores espanhóis mais lidos da actualidade, no seu último livro foi partilhando a sua criação com os leitores e os seus estados de alma. Um processo interessante, de proximidade e de comunicação, pois são muitos os que gostariam de saber como se processa a criação literária. Para ler por aqui.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Agora já podemos prever o futuro

Se isto é verdadeiro, este senhor vai ficar milionário e tirar o emprego a bruxos e videntes.

A marcha mineira até Madrid

Quase poética a marcha dos mineiros asturianos até Madrid. Reivindicação justa que levou os próprios madrilenos nas ruas a aplaudi-los e a sentirem como deles esta luta.

Não sei se vai dar cinema, mas esta luta tem a mesma aura do grande filme de John Ford, "How green was my valley" (O Vale era Verde), também centrado numa família de mineiros. A justiça de um combate faz dele épico.

Rato Mickey e a Minnie na festa do líder da Coreia do Norte

Como as relações internacionais se podem agudizar com disparates, como leio por aqui. O novo líder da Coreia do Norte gosta de figuras da Disney, os Estados Unidos não gostaram. Há assuntos de lana caprina que marcam o mundo e parecem inofensivos.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Oráculo (392)

«Ama a hipocrisia porque é o mais próximo que o homem jamais chegará da virtude»

John Le Carré

A falta de marketing do ciclismo

Partilho aqui este post do PiaR pois ouvi também as mesmas declarações do ciclista Bruno Pires no Eurosport. O pelotão nacional está mais pobre, continuam algumas nuvens sobre a verdade desportiva na modalidade que projectou Joaquim Agostinho, mas nunca tantos ciclistas portugueses pedalaram nas equipas internacionais como agora, de que é de destacar, naturalmente, o Rui Costa.

O ciclismo tem retorno, é popular e garante, efectivamente, enorme cobertura em diferentes países. As marcas portuguesas estão desligadas da força comunicacional do ciclismo, é uma pena.

Há certas comitivas que não fazem sentido

Defendo a diplomacia económica e que o Governo se deve fazer  acompanhar de empresários onde entenda que há possibilidades de cooperação e desenvolvimento de oportunidades para as empresas portuguesas, agora viagens de staff, como se pode ler por aqui, em tempo de vacas magras são gestos que não caem bem junto da população que passa por dificuldades. Até tenho elogiado a prestação da Assunção Cristas, mas 20 meninos de gabinete a cirandar na cidade maravilhosa são uma ofensa ao erário público.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

A cadeira de Cavaco

Pediu-a «austera e de trabalho» e já a recebeu. Várias figuras vão receber cadeiras personalizadas e de autor, Cavaco Silva foi um deles.

Na imagética do poder português está uma cadeira, aquela da qual Salazar caiu. Cavaco, quanto a cadeiras. tem o estranho hábito de as arranjar sempre mais altas que o seu interlocutor, um tique ditatorial e de alguma insegurança face aos outros, Mas Cavaco é assim: mais inseguro do que as pessoas pensam. Mas a cadeira parece-me segura.

Primeiros Jogos Olímpicos da era das aplicações

Vai ser interessante de acompanhar como a maior manifestação desportiva do mundo se liga a uma nova era de aplicações e de inovação tecnológica. A comunicação do futuro passará por aqui, as Olimpíadas vão dar sinais importantes.

Parabéns ao sr. João Rocha

Faz hoje 82 anos o melhor presidente que conheci do meu clube. Com João Rocha, o Sporting era uma potência desportiva, com eclectismo pujante e sempre na primeira linha do combate.

Havia mística, o clube era temível, assente como sempre nos seus adeptos, mas com uma liderança forte e inquestionável. O Sporting tinha um rumo e um presidente líder e visionário.

Podia escrever muitas coisas sobre ele, mas basta dizer uma coisa: tenho saudades do sr. João Rocha. E isso é sinal que a sua acção fica na nossa memória e no coração dos sportinguistas.

Obama vs. Romney: a disputa pelo dinheiro

Ao ler esta notícia, lembrei-me de uma sabedora frase da série West Wing, lá pela sexta temporada, quando Matthew Santos defronta Russell e Hoynes: «dinheiro é visibilidade».

Porque na América se gastam somas astronómicas em campanha eleitoral, devido ao facto de se investir muito em publicidade (positiva e negativa) em televisão.

Há quatro anos, Barack Obama bateu recordes de arrecadação via doações na net e fez uma campanha das mais caras de sempre nos EUA. Era o fenómeno da mudança e da novidade. Hoje, é o do cansaço e de alguma desilusão.

Mitt Romney não é o candidato perfeito, mas num mês recebeu 100 milhões e vai ter muito para gastar, veja-se o facto de já ter assegurado espaço publicitário nas imagens das Olimpíadas que forem transmitidas para o seu País.

Para lá das ideias e das palavras, uma campanha política americana tem como cerne da disputa o dinheiro e Romney nisso vai estar taco-a-taco.

sábado, 7 de julho de 2012

Cada homem vale um universo

Prosa do José Luis Nunes Martins

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Carlos Barbosa e o Sporting

Escrevi bastante sobre Carlos Barbosa enquanto ele foi vice do Sporting. Não foram artigos meigos, posso ter errado alguma vez se fui mais agressivo, mas não retiro uma vírgula ao que escrevi em devido tempo.

Julgo que Carlos Barbosa terá ainda a oportunidade para fazer um melhor balanço sobre o seu trabalho directo, que na maior parte do universo sportinguista é visto como muito negativo. Nomeadamente diversas declarações que não caíram bem e foram disparatadas no contexto, como por exemplo a declaração aquela de que neste ano o nosso campeonato seria com o «Barcelona, Real Madrid e Ajax» .

Hoje, voltou a prestar declarações à Antena 1. «Sobre a saída do Sporting, no início do ano, Carlos Barbosa diz que tomou essa decisão porque «o clube não tem liderança». «Godinho Lopes é uma pessoa encantadora, mas não tem jeito para ser presidente do Sporting».

O clube não ter liderança é algo que tenho escrito há bastante tempo, Godinho Lopes, efectivamente, não é um líder. Mas entendo estas declarações de Carlos Barbosa como um «mea culpa».

Barbosa era uma das peças mais importantes de Godinho Lopes e foi o primeiro a bater com a porta, mas só hoje fez verdadeiro estrondo. O problema é que ele, homem batido e experiente, de muitos contactos, já devia saber o que diz quando aceitou fazer parte desta lista.

O que ele vem dizer hoje é que foi um erro fazer parte da equipa de Godinho Lopes. Enganou-se. Mas mais grave: enganaram os sportinguistas.

O estado actual de Portugal

«Estamos num cruzamento sem polícia sinaleiro»

West Wing (Os Homens do Presidente)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Oráculo (391)

«O homem é um milagre sem interesse»

Jean-Jacques Rousseau

O foco nas pessoas

Simples mas eficaz, a ler aqui escrito pelo Renato.

Julgava que só havia pressões sobre jornalistas, afinal...

...também há pressões sobre a ERC. Extraordinário.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Duas notas positivas do Sporting

Elogio quando é justo elogiar e tenho muito gosto nisso:

1- Sala para os sócios do Sporting. Uma pretensão justa de muitos sócios que pretendiam uma sala digna, de convívio, tal como foi a do antigo estádio onde muita gente por lá passou, como foi também o meu caso. A agora inaugurada junto ao hall vip do estádio tem essas condições e era algo que faltava ao clube.

2- Regresso da Porta 10A. A mística de um clube faz-se das suas gentes e das suas referâncias. A porta 10A tinha um simbolismo enorme pois era por ali que entravam os campeões e os sportinguistas contactavam os seus ídolos. O seu regresso acentua a mística do clube.

É de dar os parabéns, isto é positivo.

«Política é como o "show business"»

«Política é como o show business, você tem uma estreia fantástica, desliza por algum tempo e termina num inferno»

Ronald Reagan

Trabalho de spin doctors e o caso de Rajoy

Uma grande descrição sobre o trabalho de spin doctors e nem todos os consultores de comunicação são spin doctors porque alguns nem sabem o que isso é e outros apenas não têm talento. Mas aqui fica e serve de guia.

«La pretensión de modular un estado de opinión favorable parte del convencimiento de que, a base de construir y repetir un relato, es posible llegar a imponer una determinada percepción de la realidad. Forma parte de las estrategias de mercadotecnia política y a eso se dedican los llamados spin doctors, una mezcla de asesores de imagen y expertos en propagada política que con frecuencia recurren al lenguaje y las tácticas orwellianas para presentar las cosas de la forma más conveniente para sus intereses. Para ello utilizan eufemismos, manipulan el significado de las palabras y no dudan en recurrir a las medias verdades o las casi mentiras para lograr sus propósitos distorsionadores. También puede incluir tácticas encubridoras, como decir lo contrario de lo que se hace, o elusivas, como culpar a otros de los errores propios».

Sobre o caso de Rajoy, a ler aqui.

BD de Nelson Mandela para viver o seu legado

«Se a BD criar novos leitores, o projecto terá valido a pena», diz o próprio Nelson Mandela. E a BD chega a outros públicos mais jovens que ficarão a conhecer a vida do resistente sul-africano. É, às vezes, por outros caminhos que se transite uma mensagem e a BD move milhões de leitores em todo o mundo. Uma acertada manobra de comunicação para se conhecer o seu legado.

terça-feira, 3 de julho de 2012

A vassoura/bengala para limpar toda a corja da sociedade portuguesa

Nos anos 60, no Brasil, apareceu um político bizarro e excêntrico chamado Jânio Quadros. Que durante os seus discursos os interrompia para comer uma banana. Esta figura foi governadora estadual de S: Paulo e Presidente da República.

Os seus apoiantes, face aos discursos contra a corrupção e a vigarice, levavam para os comícios vassouras. Em Portugal nunca houve vassouras, mas uma tradição de bengaladas em defesa da honra.

Como escrevi no meu mural, este País devia regressar a outro tempo: pulhas, vigaristas, corruptos, tipos que abrem empresas novas e levam à falência as antigas sem pagar a funcionários e fornecedores, gente que se cola a interesses secretos, tudo corrido à BENGALADA até à linha de fronteira ou até ao mar. Limpar a porcaria sinistra dos gabinetes do Governo, as afinidades de avental apenas pelo negócio, tudo corrido à BENGALADA.

Um País de gente honesta e limpa é o primeiro passo para a sua modernidade e salvação.

Invenção portuguesa, com certeza

É na inovação, com novas descobertas, que podemos fazer um caminho de futuro. Portugal tem excelentes criadores e investigadores, muito espera o País do seu contributo.

Esta novidade que leio no Expresso é daquelas que pode inovar e ter recepção no mercado. Seringas sem agulha, que não causam dor. Um trabalho de investigadores da Universidade de Coimbra.

Rio de Janeiro Património da Humanidade

Se há cidade naturalmente bela é esta. Conheço algumas no mundo, mas nenhuma me impressionou tanto pela sua beleza natural. Quem visita o Rio, imagina o que teriam visto os portugueses quando ali chegaram, no século XVI, numa altura onde ainda não havia favelas, construções, efeitos visíveis da mão humana.

Depois, essa ligação do desenvolvimento demográfico e social não amputou as suas belezas naturais, interligando-se com a simpatia dos cariocas. É uma cidade linda de morrer, é pena ainda alguns problemas de segurança. Mas a UNESCO escolheu bem a primeira cidade Património da Humanidade.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Anderson Cooper assume ser gay

Uma das caras mais conhecidas da CNN, e das mais talentosas, diga-se, assume ser gay. Normal nos dias de hoje, sobretudo na América onde o presidente Obama tem decidido em prol desta causa.

Para mim não me faz confusão, não deixo de confiar nas suas perguntas, nas suas opiniões ou na maneira como conduz com Wolf Blitzer as noites eleitorais americanas. Mas é um sinal dos tempos, onde quem o é, não tem de esconder nem arranjar umas raparigas para as revistas socias disfarçarem a sua sexualidade. Por cá ainda andamos nos tempos antigos.

Uma «espécie de nado-morto» chamado Durão Barroso

Na Europa, a má notícia é a fragilidade da Comissão Europeia. O seu presidente é uma espécie de nado-morto». Esta frase é do artigo de hoje, no CM, do Luis Marques Mendes.

Para quem está esquecido, o que é natural, o presidente da Comissão Europeia chama-se José Manuel Durão Barroso. É um político débil, que só em Portugal chegaria a algum lado.

Uma das minhas primeiras entrevistas na vida, lá por 1995, foi a Durão Barroso, sobre Timor. Foi no Parlamento e não gostei nada logo por uma coisa. Estão a ver aquele tipo de mão molhada, mole, num cumprimento? Pois é o cumprimento de Durão, mole.

Foi um Primeiro-Ministro fraco que ganhou por pouco numa eleição imperdível a Ferro Rodrigues. Depois, no Governo, não teve talento, estava mortinho para se ir embora e aí foi ele para a Europa, mas antes deixou o pior resultado de sempre de PSD e CDS nas europeias de 2004.

Na Comissão Europeia tem sido um desastre, sem qualquer liderança e apenas um pajem dos interesses alemães. É uma nulidade que tem tornado Jacques Delors um gigante. O mais sinistro disto tudo é que quer voltar...para Belém.

domingo, 1 de julho de 2012

Oráculo (390)

«Faz tempo que Deus renunciou a ser Deus»

Ernesto Cardenal, hoje no El Pais