sábado, 30 de abril de 2011

Super-Homem quer ser cidadão do mundo

A direita americana em estado de choque, o Super-Homem, portador dos valores americanos ameaça renegar a sua cidadania. Até nos Comics se pode centrar uma querela política e comunicacional. Para espreitar aqui.

A novidade da "Má Moeda"

Não sei se o programa será repetido, ou se já estará disponível em algum "sítio", mas tinha muito gosto que os leitores do meu blog tivessem visto ontem a "Má Moeda", programa do Económico TV com Luis Paixão Martins e José Morais Cabral.

Foi muita comunicação política e foi interessante. A grande novidade de ontem é que ficámos a saber, pelo próprio, que o Lpm, «com muito gosto», irá almoçar em breve com a marqueteira brasileira, Alessandra Augusta, que ontem no Sol foi dada pelo PSD, finalmente, como responsável pelo excesso de aparecimento da família de Pedro Passos Coelho na campanha, algo que eu já critiquei por diversas vezes e que ontem Lpm também criticou.

Vai ser um almoço muito interessante também, espero que dê post. Ontem, Lpm disse uma coisa que quem o vai acompanhando vai-se apercebendo: «que é divertido e gozão». Por isso é que acho que o almoço com a marqueteira brasileira, completamente desenquadrada da realidade portuguesa, deverá ser um "must".

Nota: afinal ontem a "Má Moeda" não falou do casamento real de William e Kate.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O caso TSF

Fui ao Elevador da Bica e deparei com esta prosa da Ana Catarina Santos sobre o assunto mediático do momento.

Paulo Portas sobe a temperatura

Na terça-feira, Teresa Caeiro, nº1 das listas do CDS por Lisboa, afirmou que «Paulo Portas devia apresentar-se como candidato a Primeiro-Ministro». Para alguns foi uma declaração inusitada, mas conhecendo eu os dois já se sabia que tudo tinha sido combinado entre eles.

Ontem de manhã, um jornalista de política ligou-me por causa das minhas declarações sobre Pedro Passos Coelho na "Meios & Publicidade". Uma das coisas que lhe disse foi: «o Paulo Portas vai subir a temperatura para combater de antemão o discurso do voto útil». Hoje, basta ver a manchete do SOL, e aí está a assumpção desse desígnio "solicitado" pela sua amiga Teggy.

Paulo Portas sente o cansaço das pessoas com Sócrates e a falta de afirmação junto das mesmas de Passos Coelho. Mas sabe que esse mesmo cansaço e o maior índice de rejeição de Sócrates será o fado cantado pelo PSD para apelar ao voto útil.

Inteligente, hábil, sagaz na detecção dos temas que caem no goto dos portugueses, astuto na forma de comunicar, Portas sabia que tinha de travar o apelo ao voto útil na recta final com a devida antecedência. Ontem, por exemplo, numa acção de rua, já se apresentava de fato e gravata imaculados como numa qualquer cartilha de imagem um Primeiro-Ministro deve ter.

Quem o conhece sabe como a sua imagem e comunicação são cuidadosamente preparados pelo próprio. Chega a isolar-se, acompanhado da sua caneta "futura" azul a pensar e a criar a frase certa, o soundbite que dá manchete.

O "Paulo", como é carinhosamente tratado, tem um virtuosismo natural que dispensa injecções de adrenalina ou pautas preparadas por um qualquer "marqueteiro" de segunda apanha.

Portas já viu o filme todo. Sente diariamente o seu partido a crescer e uma onda de simpatia para com ele, pois as alternativas dos maiores partidos não entusiasmam. Quem pode votar PSD, fá-lo apenas porque sim, mas sem motivação e apenas por cansaço de 6 anos de PS. E é esse eleitorado que Portas quer cativar e entusiasmar com as suas propostas, a sua equipa jovem, mas de categoria indiscutível, e com o seu discurso preparado e carisma indesmentível.

Portas afirma: «Sócrates não vai ganhar as eleições». Com essa frase afasta o "lobo mau" dos indecisos e do centro-direita. E sente que o terreno que pisa é fértil para o crescimento do seu partido.

E mais: está a ser criada a onda, fomentada por todos os partidos, Presidente da República, empresários e decisores, que o próximo Governo será amplo, terá de ter diversa representação partidária - uma ampla coligação de salvação nacional - e de independentes. Ora, com esse cenário delineado na prática e subliminarmente, o voto útil à esquerda e direita será muito menos sentido. E isso ajuda naturalmente Paulo Portas, que como escrevi, há já algum tempo, poderá ter um resultado magnífico e está a trabalhar bem para isso acontecer.

Oráculo (257)

«É uma satisfação adivinhar o interior das pessoas»

Cesare Pavese, "A Praia"

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A comunicação política do PSD na Meios & Publicidade

A Meios & Publicidade decidiu fazer-me três questões sobre a comunicação política do PSD, baseada sobretudo na exposição mediática da família de Pedro Passos Coelho.

Podem ver por aqui as perguntas e as minhas respostas.

O título diz tudo: “O PSD desfocou o campo de acção na comunicação política que deve privilegiar”.

Quando os media tradicionais vêm aos blogs (2)

Ontem avancei a hipótese de José Couceiro substituir Pedro Mil-Homens na Academia do Sporting. O Record hoje confirma a hipótese.

Cavaco e o Facebook *

Ainda na terça-feira Medeiros Ferreira falava das comunicações de Cavaco Silva através do Facebook. Dizia que ele «devia aparecer mais porque as pessoas queriam vê-lo e não só saber que ele queria ser moderno».

Num blog que tenho recomendado e acompanhado pela sua qualidade, o Luís Paulo Rodrigues salienta, e bem, que o importante é a mensagem. Qualquer canal serve para comunicar e o que é certo é que as intervenções de cavaco nas redes sociais têm tido eco nos meios tradicionais.

Mas que se perde alguma solenidade, isso é um facto.

* o título é do Luís Paulo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Santana deu recital ontem e indicou o caminho para o PSD

Pedro Santana Lopes deu ontem uma enorme ajuda à S. Caetano, na Prova dos Nove, da TVI24 e disse tudo sobre a oposição que deve ser feita e sobre os discursos dos ex-presidentes no 25 de Abril.

«Este Primeiro-Ministro parece o Tony Carreira - respeitando o cantor e os seus seguidores - a cantar os seus êxitos é insuperável. Canta o seu hit-parade das últimas seis semanas, mas o PSD tem de pedir é a canção dos últimos seis anos. O PSD tem tentado, mas não consegue passar nada. O líder do PSD é que tem de desmontar isso».

«Tem de desmontar o discurso do governo que como récita é interessante e explicar o que ele quer para o País».

Aproveito para elucidar os marqueteiros brasileiros Alessandra Augusta e Marcos Martinelli, que Pedro Santana Lopes é dos melhores políticos portugueses e não é nem o António Imbassahy nem o Tasso Jeiressati.

E sobre o 25 de Abril: «Tinha ficado bem aos quatro presidentes para lá da prédica um mea-culpa, pois nos últimos 35 anos todos tiveram responsabilidades no estado a que Portugal chegou».

Couceiro no lugar de Mil-Homens

A confirmar-se esta minha informação, tudo vai mudar na Academia do Sporting em Alcochete. A actual direcção pretende rescindir com Pedro Mil-Homens e Jean Paul e colocar na direcção da fábrica de talentos, José Couceiro.

Sendo Mil-Homens "persona non grata" em muitos sectores leoninos pelo seu reconhecido benfiquismo, poderá ser uma mudança que vai cair bem entre os associados.

PS: A Bola traz hoje que Domingos Paciência, possível futuro treinador, exigiu toda a sua equipa técnica de Braga, incluindo o ex-guarda-redes do Sporting, Vital, para a preparação dos mesmos. É verdade a notícia e já a tinha comentado ontem com alguns sportinguistas, pois uma das condições impostas por Domingos é ter o seu núcleo de confiança com ele e não quer nenhuma ex-glória nos treinos da equipa.

Manobra à Sarkozy

Nicolas Sarkozy nunca deu qualquer passo sem que isso fosse um objectivo para a sua ambição política.

Quando ainda era pretendente ao Eliseu, já dizia «que penso mais do que uma vez ao barbear-me em ser Presidente» e toda a sua vida foi baseada em manobras com um único fito. A obtenção e a manutenção do poder.

A sua vida pessoal foi usada sem tabus. Já se sabia em França, por alturas das presidenciais, que praticamente já nada o ligava à mulher. No entanto, manteve a imagem familiar porque isso era necessário para a vitória.

Pouco depois do objectivo alcançado, arranja nova muulher, Carla Bruni, ultra-mediática, mas saiu penalizado e teve a primeira quebra de popularidade por misturar a vida íntima com o governo da nação.

Agora, a viver uma das maiores crises de popularidade, e a ver até a hipótese de se não recandidatar bem esmiuçada na Nouvel Observateur, onde Fillon e Juppé podem ser alternativas mais populares, com Villepin a formar novo partido como veículo para a sua candidatura, com Marine Le Pen forte nas sondagens e o PS ainda em processo de busca de candidato ideal, temos novo espectáculo.

Carla Bruni pode estar grávida. Nada melhor que um bébé no Eliseu para espevitar as pessoas e lhe adocicar a imagem (pode ler aqui). Se isto não é uma manobra à Sarkozy...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Um mês de Godinho Lopes

Vamos ser claros: Godinho Lopes nunca será um Presidente carismático, até porque não tem características pessoais para isso. Parece sempre um "second man", um vice, o que ali está para ajudar a resolver os problemas com sensatez mas não para liderar multidões.

O que é certo, é que o seu primeiro mês foi bom. O Sporting estava em cacos, pela divisão dos votos e por um candidato que pretendeu ser Presidente, irresponsavelmente, pela via judicial, quando já se sabia que isso era impossível e bastava ter bom senso para não arrastar o nome do clube na lama durante esse período, algo que os sócios sensatos nunca irão esquecer.

Godinho Lopes tentou, de imediato, agregar as diversas sensibilidades, porque ninguém é dono dos votos, como bem disse na altura Pedro Baltazar, a não ser os seus.

Na sua primeira prova de fogo, em Alvalade, quando lhe prometiam manifestações contrárias (em que ninguém reparou), tirou da cartola a homenagem sempre justa a Artur Agostinho, e apresentou Moniz Pereira, Obikwelu e Naide Gomes no relvado.

Tem havido aproximação aos sócios e aos núcleos, tem-se sentido calma, falta sentir-se esperança e isso vai depender muito do que Luis Duque e Carlos Freitas têm na manga. O rei - o treinador - e os ases - os craques.

Neste período, notei apenas um erro, que advém do facto de Godinho Lopes não ser um homem da bola, algo que terá de melhorar. Demorou muito tempo a reagir à arbitragem do Porto-Sporting e se quer começar a marcar o seu caminho - e esse caminho terá de passar por divergir claramente do Benfica e do Porto - os tempos de reacção são fundamentais.

E quais serão as principais dificuldades para o futuro de Godinho Lopes? Exactamente as que foram detectadas na campanha.

1- Repito, melhorar muito no capítulo do futebol onde é praticamente um leigo na matéria.

2- Distanciar-se da imagem da continuidade e evitar falar de assuntos da banca. É a banca que tem de ir ao Sporting e não o Sporting a ir à banca.

3- Manter unida uma equipa que tem muitas personalidades respeitáveis mas com muito ego, na terminologia da campanha a tal lista do saco de gatos. Que, para já, não tem mostrado sinais de fissuras e tem vindo também a trabalhar discretamente e bem. Ponho nomes:

Luis Duque e Freitas no futebol sabem da poda e vamos ver o que fazem; Carlos Barbosa com o marketing e comunicação, reeleito há pouco no ACP, é um nome de prestígio, mas já tomou uma decisão que, a meu ver é de perfil baixo e fraco, refiro-me à directora de comunicação e já escrevi sobre isso; Paulo Pereira Cristóvão, que tem estado a meter ordem na casa e a ensinar a alguns funcionários do Sporting que o clube não é a função pública, e já no terreno pela construção do novo pavilhão. Pode custar a muita gente, mas digo de antemão que este senhor vai ser o melhor vice do Sporting; Filipe Nobre Guedes, que deverá estar bastante calado pois é neste momento o que tem maior nível de rejeição entre os sócios.

Godinho Lopes não é especialista em bola, mas sabe de cimento. É esse cimento que manterá unida a sua equipa e, fundamentalmente, os sócios do Sporting. E uma nota final: é preciso dinheiro. E Godinho Lopes já avançou com garantias pessoais na ordem dos 2,5 milhões de euros para pagar despesas do clube. Teve um bom mês, há que elogiar.

Oráculo (256)

«É a falta de lógica que torna a vida inexplicavelmente agradável»

in Daisy Kenyon, filme de Otto Preminger

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sevilha

Há quem diga que Sevilha é a mais bela cidade de província do mundo. Para mim, das que conheço, é a que tem a atmosfera mais especial, onde o calor que se sente se mistura com a simpatia das pessoas.

Conheço-a bem, adoro-a e respeito-a. Começa a Feira de Abril, um momento fantástico para quem já o viveu naquelas "casetas" povoadas de alegrias e de sentimentos simpáticos.

Eu sou aficionado e ali moram os que mais percebem de tauromaquia. Durante 15 dias, a minha televisão está no canal Festa Brava. Morante (de quem eu espero tudo pois é um génio), El Juli (a regularidade), Manzanares (numa forma já magnífica), Castella (ainda fraco este ano) e Miguel Angel Perera (de quem já vi a melhor faena do ano nas "Fallas" de Valência) são os nomes de quem se espera o triunfo.

«Abril es Sevilla. Parecen hechos tal para cual. La luz, la ilusion, el estreno, la primavera, el optimismo, la fiesta, la feria...Llega Abril y apetece ser torero».

O essencial e o acessório na comunicação política do PSD

Já antevia uma coisa assim, como escrevi, e aconteceu. Seguindo os conselhos da marqueteira brasileira o PSD expôs a vida familiar do seu líder em demasia.

Uma capa, como foi a da Flash, e a coisa estava feita, mas toda a sobreexposição enjoa e pode ser uma arma de contra-ataque.

O que é acessório? A vida familiar de Pedro Passos Coelho.

O que é essencial? A governação do PS e José Sócrates.

O PS está a fazer spinning, a desviar o essencial para o acessório. A desviar as críticas gerais ao estado de coisas e os elevados índices de rejeição de Sócrates. Aproveita-se desta exposição familiar que muito pouco tem a ver com as características pessoais do líder do PSD e que tem sido vítima de má estratégia comunicacional e de uma profissional que não conhece bem Pedro Passos nem Portugal.

Se eu o conheço, e conheço bem, deve estar a ser penoso para ele estes passeios pela Baixa e as produções de cariz social. Mas faz porque o aconselham a fazer. Vai ter de dar um murro na mesa e fazer a política que sabe.

O que deve fazer o PSD? Centrar o discurso no ataque ao PS e aos indicadores do Governo. Reforçando os factores de rejeição de Sócrates e criando a esperança num novo Primeiro-Ministro e num novo Governo.

Os apoiantes do PSD criaram nas redes sociais o "autocolante" "Mudar". Mas se fizerem um "autocolante" a dizer "eu não quero mais Sócrates" serão muito mais eficazes.

É isto que especialistas em comunicação política portugueses diriam, porque conhecem o país onde vivem e o ânimo geral. É natural que uma marqueteira brasileira, que não é de primeira linha - dessa só Duda Mendonça, Nizan Guanaes ou João Santana, por sinal o último a actuar no Perú, com o próximo presidente - ande a apanhar bonés e será o bode expiatório que o PSD tem de imolar de imediato.

domingo, 24 de abril de 2011

Oráculo (255)

«Não tenho religião, porque não gosto de liturgia, de ritual»

Clarice Lispector, citada na sua biografia de Benjamin Moser

Sobre a privatização da RTP

Tenho as minhas dúvidas, já o escrevi, deixo aqui esta boa reflexão.

sábado, 23 de abril de 2011

Conselho à marqueteira brasileira do PSD (contin.)

O Luis Paulo Rodrigues, no blog Comunicação Integrada, que recomendo, agarra num texto de hoje do I que ouve o Luis Paixão Martins e a Sara Batalha e escreve sobre esta aposta de Pedro Passos Coelho na família.

É uma ajuda no conselho que anteriormente dei à marqueteira brasileira de António Imbassahy na Baía. E como podem ver os comentários de outros profissionais portugueses de competência reconhecida na área da consultoria de comunicação e coaching não são positivos. Tal como tenho afirmado por aqui.

Conselho à marqueteira brasileira do PSD

Tudo o que é de mais enjoa. Pedro Passos Coelho fez bem uma capa social, a da Flash, esta segunda-feira - já o tinha aqui escrito -, expondo a ligação familiar e a maneira como a conheceu, o que é sempre uma história bonita, de sonho, para as domésticas e senhoras que compram aquelas revistas.

Mas depois foi o vídeo pascal do líder com a esposa e hoje na capa do Correio da Manhã a mesma conversa com o título «Passos e a mulher abrem a intimidade».

Querem fazer o favor de dizer à senhora marqueteira brasileira para parar o espectáculo. E já agora, digam-lhe porque ela não sabe pois não está minimamente enquadrada - seria o mesmo se qualquer especialista português fosse fazer uma campanha para a Rondônia, um estado brasileiro - o que se passou no Verão.

Foi quando Passos caíu pela primeira vez nas sondagens. Motivos: o erro da revisão constitucional e o excesso de entrevistas sobre as suas férias, a casa modesta no Algarve onde descansava, o ser um «homem de Massamá», nas palavras de Mendes Bota repetido à exaustão.

Digam à respeitável senhora brasileira que este espectáculo não dá votos.

PS: Boa gestão de crise: o PSD coloca o Zeca Mendonça, o mais experiente dos seus assessores de imprensa - e um amigo e cavalheiro - a acompanhar Fernando Nobre em Lisboa para evitar dissabores. É que quando este senhor que emprega a família toda na AMI abre a boca já se sabe que pode vir asneira. Da grossa.

Perdidos na Tribo (2)

Na guerra dos reality shows, que nenhum canal quer perder, já começou a TVI a fazer sair todo o tipo de imagens com aqueles "famosos" que enviou para o meio de tribos.

Para lá do deboche de Castelo Branco maquilhado e a maquilhar tribais que nunca viram antes aquele tipo de make-up, já Cláudia Jacques aparece em fotos a fazer furor junto de outros nativos (pode ver por aqui).

Auguro risota geral com este triste espectáculo que vão transmitir e já percebi porque o "famoso" Telmo da "trópá" não foi nesta comitiva ridícula. É candidato a deputado pelo PS.

Portugal está assim, paupérrimo, mas com restaurantes cheios e viagens nesta época pascal esgotadas. Portugal é uma tribo de gente perdida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Oráculo (254)

«No futebol o destino não existe. É a mente, os melhores treinadores e as botas dos jogadores que o escrevem»

Luis freitas Lobo

Os erros da Igreja na Semana santa

Bento XVI não é carismático e deixa muitos fieis com muitas saudades dõ seu antecessor. Mas Ratzinger é um brilhante teólogo, homem de gabinete e não de massas, que sabe os limites e os erros da sua Igreja.

A sua prioridade não foi o ecumenismo, mas sim a fortaleza da Cristandade, a Europa. O seu pontificado tem sido marcado por várias histórias de pedofilia, de abusos de alguns ministros do Senhor.

Logo esta sua penitência pelos males da Igreja e o enaltecer de João Paulo II ficam bem e mostram a sensatez do seu reinado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A sondagem perigosa

Hoje, Económico e TSF avançam com sondagem que dá PS à frente do PSD. Uma recuperação de mais de dez pontos dos socialistas, uma queda da mesma ordem dos sociais-democratas. E pela primeira vez um Presidente da República com opiniões mais desfavoráveis.

Sondagens são tendências e já sabemos que os institutos de sondagens erram muito antes das eleições e só acertam na noite eleitoral. Geralmente os prejudicados são os mais pequenos, mormente o CDS.

Se já sabemos que o PS é um partido profissional na comunicação e marketing político, nesta altura ainda está a ser ajudado pelo desconhecimento que os portugueses têm da competência para enfrentar a crise por parte do PSD e do tal governo que «já está na cabeça» de Passos Coelho.

O PSD, basta falar com jornalistas da política, ontem falei com dois, tem cometido erros estratégicos e comunicacionais sucessivos. Para lá do PS ser um partido unido em torno do seu chefe, o PSD continua com uma série de egos à solta.

E noto, como observador, de um crescente afastamento de dois homens que estiveram sempre com Pedro Passos Coelho: António Nogueira Leite (ontem a elogiar a câmara do Porto, curioso) e Pedro Marques Lopes.

O PSD recorreu a uma marqueteira brasileira - que arrisca-se a ser um novo Hiram Pessoa de Mello, lembram-se do Mago? - que poderá ser o bode expiatório se as coisas correrem mal, mas o que é facto é que nem deve saber a diferença entre Coimbra e Faro, ou entre Sócrates e Portas. E as críticas aos seus assessores alastram-se gravemente (aliás, era interessante que saísse cá para fora as declarações de um deles sobre não perceber nada de política, o que é de facto ilustrativo do estado de coisas).

Mas esta sondagem é perigosa. Para o PS que pode com este resultado acentuar o voto útil contra os que rejeitam Sócrates no PSD; no PSD é perigosa porque retira confiança numa vitória que muitos julgavam certa, subestimando um «animal feroz» como é Sócrates; para o CDS, que continuo a achar que irá ter um magnífico resultado, mas que se preocupa com estes números (aliás, para desmistificar era interessnte que Paulo Portas fizesse sair a história da empresa de sondagens que trabalhava com ele na campanha de 2001 em Lisboa...). O que é certo é que só ouço pessoas a dizer que votam «no Paulo».

Para terminar, Cavaco Silva. É o primeiro Presidente com mais opiniões desfavoráveis. Prometeu magistratura activa, foi relegitimado recentemente, mas a esfinge de Belém remeteu-se ao silêncio, entrecortado de vez em quando pela sua tendência de querer parecer moderno e escrever umas coisas pela mão de um assessor qualquer no Facebook. há muito nervosismo em Belém, já o escrevi. Pois uma vitória do PS é um cartão vermelho para Cavaco.

Oráculo (253)

«A sinceridade rejuvenesce o mundo, segundo Ortega, mas é perigosa na política»

Jorge Verstrynge, "Memórias de um Maldito"

quarta-feira, 20 de abril de 2011

«Não posso negar, eu gosto de guerra»...

...coronel Nascimento. É raro um filme que é uma sequela ser melhor do que o primeiro, ainda por cima quando este já era muito bom.

Tropa de Elite 2 é um filme fenomenal, ainda não tinha tido tempo de o escrever aqui. Quando o crime passa da favela para o Governo, quando a Polícia Militar controla o "sistema" de corrupção que elege governadores, deputados federais e estaduais é esse o testemunho de José Padilha, o realizador, num filme de cortar a respiração.

Wagner Moura que é um dos grandes actores do momento. Vejam a mudança de imagem do primeiro filme para agora. Passaram poucos anos, mas o envelhecimento do protagonista é o envelhecimento provocado pela angústia da descoberta do mal, que se teve numa profissão honrada mas que é quem comanda o sistema.

«Eu passei uma vida julgando que a polícia fazia coisa certa», diz lá para o final. O seu apartamento é mixuruca, vazio de coisas e de emoções, de quem perdeu a família para a profissão, a sua missão. Nascimento vive a solidão tão própria dos heróis.

Agora que ele passa por um braço armado da política, descobre que «eleição é negócio. Favela tem muito voto e quem a controla ganha eleição». E «quem quer rir, tem de fazer rir».

Nascimento é um herói trágico, porque descobre que a guerra de que gosta, não mata corrupto nem ladrão nem bandido, apenas mantém esse sistema corrupto onde o verdadeiro bandido não vive na favela. Está no poder. O plano final de Brasília com a bandeira da Ordem e Progresso quase morta sem esvoaçar ao vento é fenomenal.

Esperemos uma Tropa de Elite 3, auguro que se assim acontecer, vamos ter um Nascimento nos corredores do poder de Brasília.

Oráculo (252)

«A potência intelectual de um homem mede-se pela dose de humor que é capaz de utilizar»

Nietzsche

terça-feira, 19 de abril de 2011

Passos a seguir os livros da comunicação política

O que deve fazer um líder um mês antes das eleições em termos de media? Uma capa popular e para o segmento feminino, revelando a sua vida mais pessoal. E outra puxando pelo perfil de líder, a equipa que o acompanha e como decide.

Esta segunda-feira, Pedro Passos Coelho e a sua mulher foram a capa da Flash, numa produção de família e com conversa sobre a harmonia do casal e como se conheceram.

Esta sexta, o líder do PSD será capa da Única, do Expresso, a criar imagem de executivo e a apresentar a equipa que o acompanha. Como pode espreitar aqui. Julgo que a altura é mal escolhida pois vai estar muita gente de férias da Páscoa.

O PSD segue os cânones da comunicação política, não precisava de ter importado nenhuma marqueteira brasileira.

Oráculo (251)

«Nós não somos um todo materialmente constituído, idêntico para toda a gente e de quem cada um apenas tenha de tomar conhecimento, como de um caderno de encargos ou de um testamento; a nossa personalidade social é uma criação do pensamento dos outros»

Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido - Do lado de Swann, Edição Relógio D´Água, tradução de Pedro Tamen

Madonna na Opus Dei

Quando abri a notícia, primeiro vi que não era de 1 de Abril. Madonna pode trocar a a Kabala pela Opus Dei.

A Opus Dei, juntamente com os jesuítas, são provavelmente aa organizações mais poderosas dentro da Igreja Católica. Os seus membros fazem parte de algumas das empresas e instituições mais influentes do mundo. Mas têm imagem de ascetismo e discrição.

Madonna é hoje um dos maiores ícones do mundo, provavelmente a maior estrela do mundo da música. Com uma vida pouco discreta, com vídeos polémicos sobre a Igreja e com uma vida pessoal nada Opus Dei.

A notícia é do daily Mirror, por cá reproduzida pelo DN. A Opus Dei não precisa de notoriedade nem de holofotes, a sua prática navega no mundo da discrição e da influência. É um casamento (será?) pouco auspicioso.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A purga estalinista, perdão, socratista

A varrer descaradamente as pessoas mais próximas de António José Seguro, que manteve o silêncio no último Congresso, Sócrates mantém o partido sob controlo no mais magnífico dos espíritos dos PC`s soviético, cubano ou chinês.

Há muito que Sócrates esqueceu o diálogo, o convívio livre de opiniões avulsas. Longe vão os tempos de Soares e Guterres, o PS tornou-se refém de um líder autoritário.

Galamba e Seguro afastados das posições que ocupavam no partido. Tinha de haver um disparate do PS para combater o disparate de Nobre.

Biografia polémica de Fernando Pessoa

A editora brasileira Record lança Fernando Pessoa-Uma quase autobiografia, de José paulo Cavalcanti Filho.

Vai ser polémica, diz que Pessoa tinha «pouca imaginação» e se limitava a retratar a actualidade. Era «vaidoso» e «tímido». Acho que este livro será em breve muito comentado aqui deste lado do Atlântico. Fica a notícia e entrevista com o autor.

Notícias: Quando os jornais vêm aos blogs

Será uma tendência recorrente e a crescer no futuro, os media tradicionais virão aos blogs e a outras ferramentas nas redes socias para fazer notícia.

Este sábado, felizmente, foi a vez de Público e DN virem ao meu blog buscar duas "cachas" que avancei na semana passada.

«Alessandra Augusta a marqueteira do PSD» que aqui avancei esteve na página 16 do DN e na página 6 do Público, aqui, e agradeço, com honras de menção, cito: «Foi o blog It`s PR Stupid, especializado em comunicação que alertou para a contratação».

Quanto a outra notícia que avancei em primeira-mão: «Fernando Nogueira convidado para as listas do PSD», foi alvo de comentário no editorial de sábado de João Marcelino, director do DN.

Oráculo (250)

«Definitivamente as pessoas tornaram-se um perigo para as pessoas»

Javier Marias

domingo, 17 de abril de 2011

Grande festival de Cannes

Para quem é cinéfilo e não se contenta só com heróis da Marvel no cinema, este ano Cannes tem no seu cardápio o que de melhor ainda existe no mundo do cinema.

Almodovar, Kaurismaki, Nanni Moretti (Habemus Papam, a história de um psicólogo de um Papa, desempenhado por Michel Piccoli), Lars Von Trier, Terrence Malick (que filma pouco, mas bastava "Thin Red Line" para ser um grande), Paolo Sorrentino (realizador de Il Divo, sobre Giullio Andreotti), Gus van Sant e arranca com a estreia do último Woody Allen, que conta com Carla Bruni.

A Palma de Ouro honorífica servirá para homenagear Bernardo Bertolucci e ainda haverá louvores a Jean-Paul Belmondo. Um grande festival de cinema em perspectiva.

Marinho e Pinto: um tipo perigoso

Se até Otelo já sonha com a democracia directa, se mais não sei quantas pessoas do passado deram opiniões sobre a crise económica e de valores do País, achava estranho que um dos seus maiores demagogos e populistas ainda não tivesse dito nada.

Marinho e Pinto é um tipo perigoso, ambicioso, com uma agenda própria com objectivos mais ou menos secretos. De banal advogado e truculento comentador, utilizou o cargo de Bastonário da Ordem dos Advogados para fazer política e se projectar numa sociedade onde declarações bombásticas costumam marcar pontos.

Fala em «greve à democracia», de «refundação da República, sem velhos recursos a estereótipos revolucionários». E naturalmente, esqueceram-se de perguntar isso - os jornalistas às vezes têm outras coisas em que pensar - considera-se a si próprio o Pai da nova Pátria a refundar.

Uma espécie de Antonio di Pietro com operação Mãos Limpas que depois fundaria o seu partido, como o juíz italiano. A Ordem dos Advogados é uma vetusta e credível instituição, mas teve o condão de eleger nos últimos anos duas picaretas falantes que a usaram como trampolim para os seus objectivos pessoais. Refiro-me naturalmente ao actual cavalheiro e a Rogério Alves.

Marinho e Pinto com esta declaração irresponsável mete lenha na fogueira de um país que desconfia dos políticos e não se sente representado por eles. Nas próximas eleições a seguir a estas, querem apostar comigo como Marinho e Pinto será candidato a deputado? Só que se Fernando Nobre não tem jeito para a coisa, este é muito mais perigoso e ambicioso.

sábado, 16 de abril de 2011

RTP vai ter reality show

Tenho as minhas dúvidas sobre a privatização da RTP, mas já defendi extinção de canais, nomeadamente a RTP-N.

Agora a RTP também vai ter um reality show, como li por aqui. Ou é um formato francamente inovador, ou não está nas competências do serviço público um programa tipicamente de canais comerciais.

Pedro, retire o convite a Nobre sff!

Fernando Nobre, como já está demonstrado, ao contrário do que disse na campanha presidencial, vem provar que ele é que polui a política. É o seu tipo de oportunismo que traz a desconfiança das pessoas para uma nobre actividade.

Caro Pedro Passos Coelho, só tem um caminho: tire Nobre das listas, não leve oportunistas para o Parlamento, afaste os que não honram a actividade política.

Nas redes sociais, onde tantas petições existem, já pensaram fazer um grupo ou uma petição, «nós não queremos o triste Nobre no Parlamento!»?.

A vergonha de Nobre

Já tinha escrito na quarta-feira que esta era a grande pergunta a fazer a Fernando Nobre: «o senhor fica como deputado, se não for Presidente da Assembleia da República?».

Conseguiram desmistificar com a sua resposta a esta pergunta, ele renuncia ao mandato se não for eleito Presidente da Assembleia da República, a fraude da sua candidatura. O PSD precisava de um "número" que abafasse o congresso do PS e uma ratice que piscasse o olho a independentes, e foi um tiro no pé.

Fernando Nobre, o anti-político e anti-parlamento, vendia a sua alma a troco de uma sinecura e ia nas listas para deputados revoltando milhares de pessoas que confiaram nele nas presidenciais.

Uma vergonha completamente desmistificada à vista de todos e um arraso feito por gente políticos de gabarito do PSD que não estão nas listas de deputados e até pelo círculo restrito de confiança de Pedro Passos Coelho, que, sinceramente, eu acho que não merecia isto.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Excelente reflexão sobre o Ìpsilon

Há pouco jornalismo cultural de qualidade, o Y, do Público é um caso raro de qualidade. O Luís Paulo Rodrigues faz aqui um excelente texto de reflexão sobre o mesmo que recomendo.

Diálogo moderno com Facebook

- «Então não te casas?»

~«Tenho o Facebook»

Oráculo (249)

«Fazer algo perigoso com estilo é o que eu chamo arte»

in "Contos da Loucura Normal", filme de Marco Ferreri

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Francisco José Viegas e Carlos Abreu Amorim nas listas do PSD

O escritor e o comentador são dois ganchos da sociedade civil nas listas do PSD. Vão encabeçar em Bragança e Viana do Castelo.

Confesso que não tenho opinião, mas Francisco José Viegas faz um bom produto que é a Ler, apoiou Cavaco e evoluiu muito ideologicamente da esquerda para a direita.

Abreu Amorim evoluiu da direita dura para o centro. E olhem, encontraram-se.

Alessandra Augusta marqueteira do PSD

Pois o PSD, e bem, também acompanha o marketing. Nesta campanha eleitoral tem uma mineira, marqueteira, a trabalhar na sua equipa. De seu nome Alessandra Augusta.

Esta notícia, ao contrário da Laurinda Alves que publiquei com ponto de interrogação, pois era apenas uma possibilidade ventilada nas hostes sociais-democratas, mas uma boa possibilidade se fosse alcançada, está confirmadíssima.

Alessandra Augusta está a trabalhar na S. Caetano. É para acompanhar e combater a afinadíssima máquina de marketing de José Sócrates, o tal que era um produto de marketing.

Laurinda Alves nas listas do PSD?

O PSD já anunciou que vai recorrer a independentes nas suas listas, alguns mesmo a encabeçá-las, como já é conhecido o caso de Fernando Nobre.

Contam-me que um dos nomes que poderá ser integrado pelos sociais-democratas, julgo que em Lisboa por decisão da direcção nacional, será o de Laurinda Alves que teve outrora um resultado muito simpático nas europeias com o MEP.

Acho uma escolha simpática, positiva, independente e tem já uma mais-valia. É que enquanto Nobre no momento de abrir a boca só vai perder votos, Laurinda traz serenidade e entra bem em diversos segmentos de eleitorado. E nunca disse mal dos políticos e da política, apenas defendeu novas maneiras e ideias de estar nela.

O silêncio e nervosismo de Cavaco

Sobre os silêncios de Cavaco Silva nada melhor do que a alcunha que sempre lhe destinei: a esfinge de Belém.

Cavaco pautou a sua carreira política com silêncios, tornando as suas intervenções públicas, assim, mais fortes e com elevado peso comunicacional.

Cavaco foi eleito há muito pouco tempo, foi relegitimado pelos votos, tem uma força e aura retocada por essa confiança popular, mas nesta fase em crescendo de conflito político, de ataques sem quartel e com uns senhores tecnocratas do FMI por cá mantém o silêncio uma vez mais.

Sobre o seu silêncio, destaco este artigo de hoje da Ana Sá Lopes no I.

Mas em Belém, pelo que me contam, existe algum nervosismo. Cavaco permitiu e condicionou a situação actual. Aceitou eleições num piscar de olhos levando o país à loucura de mais um acto eleitoral sem qualquer intervenção sua, como se não pudesse fazer nada. E podia.

Cavaco está nervoso com o PSD em que nunca confiou, está preocupado com as sondagens, com o profissionalismo mediático da máquina de Sócrates e com o amadorismo que vai revelando parte do PSD (quando se sabe que Miguel Relvas é muito profissional nestas coisas), com o crescimento e aproximação do PS e com o crescimento dos pólos, nomeadamente CDS e PCP.

É que se o PSD não vence claramente, ele sabe que a sua margem de manobra cai dramaticamente e se o PSD perder vai ter de se demitir.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PSD convidou Fernando Nogueira para deputado

Seria um nome interessante, de um político que se retirou bem, e que manteve discrição sem nunca entrar em qualquer luta, seguindo a via da carreira num banco privado.

Era uma boa escolha e um nome agregador no partido. Pelo que me contam, Nogueira recusou o convite e só depois é que foram bater à porta doutro Fernando. O triste Nobre, um gigantesco tiro no pé e que viu fugir por um canudo o apoio de milhares de pessoas que votaram nele.

Aliás, hoje, escrevia o DN que se ele não tivesse condições para ser presidente da Assembleia da República não ficaria deputado. Como está no Sri Lanka ninguém lhe pode perguntar: o senhor fica como deputado, se não for Presidente da Assembleia da República?

Estou muito grato aos militares de Abril, mas...

...deixem-se estar quietinhos.

Otelo Saraiva de Carvalho volta a ser ouvido por causa da crise e já vem com soundbite perigoso.

Todos devemos estar gratos aos militares de Abril, cumpriram a sua missão de nos libertar das grilhetas da ditadura, depois estenderam demasiado as suas funções com o Conselho da Revolução, e terminaram bem quando voltaram aonde devem estar: nos quarteis.

É lá que no século XXI devem estar, ou em casa desfrutando da reforma alcançada.

LPM disponível para "nova" APECOM

No seguimento das notícias sobre as eleições para a APECOM, a realizar em Maio, e para o refrescamento da mesma, é bom saber que muitos na APECOM, muitos dos que saíram na APECOM e muitos dos que não estão na APECOM vêem com interesse e importância uma Associação empresarial forte que represente bem e com dignidade o nosso sector.

Dos últimos posts de Luís Paixão Martins retiro esta declaração: «Preocupado como estou com o próximo futuro da nossa indústria, neste período tão conturbado da nossa Pátria, faço votos para que os associados da APECOM aproveitem a oportunidade para proceder à refundação da associação.

As consultoras a que estou ligado encontram-se naturalmente disponíveis para apoiar um projecto associativo que constitua uma mais-valia consensual para o mercado.

É isso que tenho dito e redito aos associados da APECOM que me têm contactado nas últimas semanas.

E também tenho dito que, muito provavelmente, as outras consultoras que se foram colocando de fora, em resultado da cativação da associação por interesses particulares, também estarão disponíveis para avaliar uma nova situação».

Acho um bom sinal para o sector e para a "refundação" da APECOM.

FMI está-se marimbando para Portugal

Ontem alguém me dizia que em Portugal já há gente com FóMI. As reportagens que tenho visto com pessoas em dificuldades, sem dinheiro para pagar a renda e em que algumas crianças a única refeição que fazem é a escolar é um primeiro sinal da degradação que irá chegar e que se agravará em 2012.

Portugal não pode fazer o que fez a Islãndia porque o nosso problema não é bancário, mas sim estrutural. É do Estado e não dos bancos.

O FMI vem pôr alguma ordem nas contas públicas, mas não fará nada pela nossa economia real. O FMI não está preocupado com o nosso desenvolvimento, apenas com o pagamento da nossa dívida. O FMI está-se marimbando para Portugal.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A ironia sobre a mulher-objecto

Arnaldo Jabor que filmou mulheres belíssimas tornou-se um dos mais mordazes cronistas da sociedade brasileira. Vejam esta prosa sobre as mulheres, algumas mulheres. As mulheres-objecto

Eleições na APECOM

Leio a notícia da Meios e não posso deixar de concordar com esta linha, penso que assinada por Alexandre Cordeiro: “o sentimento geral era de que se deveriam realizar eleições gerais para todos os órgãos sociais iniciando um novo biénio”.

Era interessante que se explicasse bem porquê. Eu sei o verdadeiro motivo e os mais atentos sabem também. Digam lá claramente, se faz favor, quem prejudicou e descredibilizou gravemente a imagem da APECOM.

É de bom tom, e um bom sinal, que essa pessoa não faça parte dos órgãos sociais da futura APECOM. Se isso acontecer, a APECOM ganha de imediato um banho de credibilidade.

Oráculo (248)

«Nos bons velhos tempos, havia mil castas e destinos na Índia. Hoje em dia, existem apenas duas castas: Homens de Barriga Grande e Homens de Barriga Pequena. E apenas dois destinos: comer ou ser comido»

Aravind Adiga, O Tigre Branco

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Almoço nada secreto

Hoje, só saí de casa para ir comprar jornais e revistas. Ao ler a Flash, deparei com a habitual coluna do Carlos Dias da Silva. Uma das suas linhas diz assim:

«À Mesa - Na Bica do Sapato, ao almoço, Manuel Falcão, Rui Calafate e Pedro Baltazar ex-candidato à presidência do Sporting. O que vem aí?».

Agora, o que seria se o Carlos (que muito prezo e já não via há algum tempo) visse o almoço privado de sábado que juntou 16 pessoas e mais tarde passaram por lá mais três...

Nobre política, o caso de Fernando (Nobre) Triste

A política é uma actividade nobre, assim a aprendi a viver e a respeitá-la e aos seus protagonistas. Quem me fez gostar de política foi o meu avô.

Fundador da concelhia do PS da Golegâ e da secção do Bairro Alto (aquela na curva ao pé da Praça das Flores), juntamente com Gustavo Soromenho, o patrono na advocacia de Mário Soares. O meu avõ nunca foi nada na política, gostava do PS e nunca quis nenhum cargo nenhuma benesse.

Por isso, com a sua memória sempre viva, há certas criaturas que por vezes nos surpreendem pela negativa.

Pela primeira vez na vida concordei com Louçã, o que é muito difícil. A ida de Fernando Nobre para as listas do PSD e como putativo candidato a Presidente da Assembleia da República, é «uma fraude».

Nobre já foi tudo na vida. Bloquista, soarista, monárquico, activista e agora vai parar ao PSD. Criticou os políticos e a política nesta campanha presidencial, enlameou a casa da democracia com ataques mal feitos, defendeu a independente e livre cidadania. E o que aconteceu?

Se lhe restava alma, vendeu-a ao diabo. Talvez para pagar contas, não sei. Mas Nobre quer sentar-se na instituição que atacou e enlameou e tornou-se a tal «fraude» aos olhos de muitos milhares que votaram nele.

O PSD fez o convite com boa intenção, julgando que o nome de Nobre poderia ser integrador de muitos independentes desiludidos com a política. Fê-lo na óptica da caça ao voto, tacticamente bem jogado.

Porém, muitos ainda não perceberam que ninguém é dono dos votos de ninguém e Nobre não é, afinal, nenhum sindicato de voto firme. Os seus eleitores nas presidenciais não são cativos dele.

Logo, pelas reacções que se viram, Nobre traiu quem votou nele e desiludiu a grande maioria que tinha confiado nele. Fernando Nobre tornou-se um gigantesco tiro no pé, um exemplo para os anais da política de transformismo sem alma e sem convicções.

Fernando Nobre não é nobre, é triste figura, podia mudar o nome para Fernando Triste, tenho a certeza que muitos dos que votaram nele aplaudiriam esta ideia.

domingo, 10 de abril de 2011

A directora de comunicação do Sporting e outros modelos

Como ontem referi, o Sporting escolheu uma «especialista em transversalidade» para liderar a sua comunicação. E é um erro e vou explicar porquê.

A jornalista Irene Palma é bonita, mas desconheço-a e aos seus talentos. A sua escolha não é nada consensual por outros jornalistas desportivos. Revelo ainda que também se pensou num jornalista do Diário Económico para o cargo.

Godinho Lopes foi assessorado pela Cunha Vaz & Associados, bem assessorado pelo meu amigo, grande sportinguista e bom profissional, Miguel Morgado. A escolha de Irene Palma é uma decisão de Carlos Barbosa que vai mandar na comunicação e marketing do clube, e ninguém votou nele para isso. Logo, este vice-presidente vai fazer "as suas coisas" no clube.

Quando o Sporting, há um ano, escolheu Nuno Dias para liderar a comunicação do clube disse que era um erro tal como é um enorme erro a escolha actual. Porquê?

O Sporting cai no pequenino de escolher asessores de imprensa, uns tipos porreiros para os jornalistas, mas sem qualquer visão global do que é o Sporting enquanto Clube e Marca de elevado potencial.

Um director de comunicação tem de ter outro perfil ou então escolher-se outro modelo na comunicação do clube. Um director de comunicação de um grande clube tem de ser um nome de prestígio, com experiência muito mais vasta do que apenas jornalista desportivo, tem de conhecer o mundo em que vive, conhecimentos de marketing, envolvimento com parceiros e patrocinadores, ser duro quando necessário. Dou dois exemplos e modelos para comparar.

O Benfica escolheu João Gabriel para esta área. Jornalista da SIC, com experiência na Amorim Turismo, assessor de um Presidente da República. Não gosto muito da figura, mas é competente. E dá mais nas vistas pois nem Vieira nem Jorge Jesus são comunicadores de excelência. Tem um perfil duro, sério, mesmo autoritário, dá o corpo às balas nos momentos difíceis e blindou a comunicação, que antes dele era um passador.

O Porto tem outro modelo e muito interessante. Tem um director de comunicação com experiência televisiva, o Rui Cerqueira, mas mais discreto. É apenas uma peça numa engrenagem que funciona bem e que sabe o que está a fazer. Ainda por cima Pinto da Costa e Villas Boas são bons na arena comunicacional.

Mas o Porto, tem também uma das mais fortes agências de comunicação, a LPM, na comunicação da sua Marca e nos momentos difíceis. Recorde-se que foi o próprio Luís Paixão Martins a estar envolvido na operação do Porto Canal, que será o veículo de transmissão, o canal Porto.

O Sporting, mais uma vez erra. Vai buscar apenas uma assessora de imprensa, que não blindará o balneário nem as relações com os jornalistas e não tem qualquer capacidade para pensar o universo Sporting e a sua Marca Por exemplo, sobre o Canal Sporting, algo que escrevi durante as eleições, o que está a ser planeado? Patrocínios e merchandising o que irá acontecer? Comunicação institucional do Presidente?

O Sporting continua a pensar pequeno e mais uma vez, na área da comunicação, arranca atrás dos seus rivais. É um mau sinal.

Adeus a Sidney Lumet, um grande realizador

Sidney Lumet era um grande realizador e um tipo porreiro. Era dos poucos grandes nomes de algum classicismo que ainda estava vivo. Os seus grandes filmes eram magníficos, os seus mais fracos eram bons filmes.

À minha memória vêm logo alguns filmes e queria recomendar às gentes da comunicação dois para eles verem porque são imperdíveis. Deixo-os para o fim.

Doze Homens em Fúria, com Henry Fonda em tribunal e uma decisão judicial onde todo o júri acha um homem culpado,com a excepção de um. Um filme de tribunal mas com todo o drama da justiça e a sua convicção de um homem.

Serpico, com Al Pacino, um jovem polícia sonhador, que se torna excêntrico e que é integrado no Departamento Interno que avalia os seus colegas e a corrupção na polícia.

Veredicto, outro filme de tribunal com paul newman inesquecível; ou o seu último filme, Antes que o Diabo Saiba que Morreste, com Ethan Hawke e Philipp Seymour Hoffman, dois irmãos envolvidos num assalto em que um mata a própria mãe, com música fantástica a acompanhar os dramas pessoais.

Mas deixo então duas sugestões para as gentes de comunicação:

Network, para mim um dos melhores filmes sobre televisão. Com Peter Finch que é um pivot de telejornal que tem vindo a cair nas audiências. Os administradores e uma jovem ambiciosa, Faye Dunaway, querem tirá-lo do ecrã. Mas no último dia, o pivot revolta-se em directo e faz um monólogo sobre a sociedade. O pior é que os resultados são fantásticos e transformam-no numa celebridade, num grito de revolta ambulante. Ele passa de pivot a quase um moderno tele-evangelista. Vejam.

Power- Chaves do Poder, este filme é com Richard Gere que faz de especialista em comunicação política e campanhas eleitorais, que tem como escape tocar bateria nos aviões que o levam a diversos pontos. É um filme sobre política, não é genial, mas tem de se ver.

E deixo aqui este texto que é uma bela homenagem a Sidney Lumet. Um adeus eterno a um mestre.

sábado, 9 de abril de 2011

Sporting com nova directora de comunicação

Estou a recolher mais informações e a confirmar o que tenho ouvido e li no Record, para amanhã poder comentar.

O que digo já é que é uma escolha de Carlos Barbosa, repito, Carlos Barbosa. Mas cito Godinho Lopes: «Admitimos uma responsável pela comunicação com o objectivo de ela ser transversal».

A especialista em «transversalidade» é Irene Palma da TVI. Amanhã comentarei...

Sócrates à esquerda

Sócrates fez um grande discurso, foi muito eficaz e mobilizador das suas tropas em termos comunicacionais.

Já tinha escrito sobre a estratégia de Sócrates, a sua intervenção de ontem veio confirmar tudo. Voto útil à esquerda, pensando que algum eleitorado de centro ainda o prefere a Passos pela inexperiência deste, políticas sociais contra o liberalismo do PSD.

Tudo resumido nesta frase: «só a concentração de votos no PS poderá travar a agenda liberal, aventureira e perigosa da direita contra os serviços públicos e pelo recuo da protecção social do Estado».

Sócrates parece renascido e pronto para o combate de uma vida, este será o seu principal, cabe agora ao Pedro Passos Coelho afastar um pouco a racionalidade e ganhar emoção.

Não se ganham eleições sem um pingo de emoção e de sonho.

Lula e Dilma: as diferenças

Veja-as via Nelson Motta.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Truque para aumentar a autoestima

O País está numa fase má, por isso nada melhor que tentar aprender truques para levantar a autoestima.

Na Lux de hoje ficamos a aprender, através da simpática Raquel Rocheta, um truque muito importante. Penso que não aplicável a homens. Espreitem lá.

Narciso Miranda: o líder da oposição

Entrevistei por três vezes o Narciso Miranda. Teve vários problemas, mas fez obra em Matosinhos.

Narciso era um dos autarcas de eleição do PS, era estimado sobretudo por Mário Soares, depois, tal como Fernando Gomes, também veio para Lisboa para o Governo de Guterres.

Era ele que garantia os banhos de multidão aos líderes na lota de Matosinhos, até ao triste episódio com Sousa Franco, onde rivalizou atenções com Manuel Seabra, o delfim que o enfrentou e que depois também veio para Lisboa, viver para o Sheraton e tirando algum tempo para ser chefe de gabinete no primeiro mandato de António Costa.

Narciso dava boas entrevistas, tinha o conceito do soundbite, «sou um vencedor», lembra-se a minha memória desta quando enfrentou para a liderança da federação Distrital do porto, outro meu amigo o Manuel dos Santos, lá pelos idos de 1996.

Hoje, é estrela das redes sociais e do spinning de Pedro Passos Coelho, que eufórico tem publicitado a notícia do Sol com Narciso a instar Sócrates para que não se recandidate (pode ler por aqui), por causa das declarações sobre o FMI.

Entrevistar Narciso continua a ser espectáculo garantido.

Uma boa notícia

Nem só de coisas más podemos viver, esta decisão da Cultura vem ainda mais reforçar a dinãmica do Museu do Chiado e reforçar a oferta turística de Lisboa. Ver por aqui.

Perdidos na Tribo

Quando os canais privados aguçam as lâminas de guerra para combates em reality-shows, os telespectadores sabem que os pobres espectáculos estão de volta.

A SIC aposta forte num bom formato que é o Biggest Looser, com Júlia Pinheiro nos comandos. Para Carnaxide, este seria o programa capaz de iniciar o seu "come back" na liderança das estações.

Mas a TVI, preocupada com este possível êxito, meteu na gaveta um preparado programa que acompanharia a vida de umas senhoras ricas para apostar tudo em Perdidos na Tribo.

Numa altura em que o país está mal, mas as agências de viagens não têm mãos a medir, o que não se compreende por vezes, os portugueses mais uma vez vão ser narcotizados pelos disparates de doze figuras "conhecidas" espalhadas por diversas tribos em diversas partes do mundo.

Umas são recoletoras, dedicando-se à caça, outra é muito aberta em questões sexuais, coisas assim. A TVI vai meter uns cavalheiros e cavalheiras semi-nus para animar a malta, esperando que disparates e horrores aconteçam.

Com Cláudia Jacques, Mafalda Teixeira, Joana Alvarenga e uma Vera que aumentou o peito para os meninos. Kapinha, José carlos Pereira (de quem se espera tudo de mau, nomeadamente dramas) e outro troglodita do Big Brother para as garotas.

A encabeçar o elenco, com o cachet mais valioso, essa figura que não consigo qualificar chamada José castelo Branco, que em determinado momento passou a ser tratado por "conde", mas que sem sem problema diz que é uma "bicha" e costuma qualificar algumas pessoas conhecidas como "machos fantásticos".

Na sua chegada ao aeroporto com destino a uma tribo levou sete malas Luis Vuitton - não sei se cópias - proporcionando um espectáculo ridículo a quem estava na Portela, estava lá um amigo meu que me contou.

Portugal é um pobre país, mas muito rico em pobres criaturas. O problema é que os portugueses gostam.

Baixo Alentejo junta música clássica e sustentabilidade

Li esta notícia em papel anteontem no El Pais. Santiago do Cacém, Almodôvar, Castro Verde, Grândola e Beja vão entrar numa aventura artistico-ecológica.

Tocar-se-á Bach para preservar peixes exóticos. Pois o programa juntará música clássica com os desfios da sustentabilidade. É até 9 de Julho.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Manuela recusa, Santana adivinhou

Quem viu Pedro Santana Lopes na terça, na Prova dos Nove, na TVI24, viu como ele achava muito estranho se Manuela Ferreira Leite aceitasse ser deputada com Pedro Passos Coelho.

Na altura disse «se conheço Manuela Ferreira leite, que não aceitou Pedro passos Coelho, como cabeça-de-lista em Vila Real, ela não deve aceitar o convite para deputada. Se aceitar é muito estranho ou eu não percebo nada disto».

Pois Manuela recusou convite, leia aqui, Santana acertou.

Estadão diz qual é o melhor queijo português

O Estado de S.Paulo é o melhor e mais lido jornal do Brasil. E agora que é dali que tem aumentado o volume de turismo, com a classe média brasileira a viajar e com dinheiro para gastar, é muito bom o Estadão falar do melhor queijo português.

Reparem no destaque do texto: «Pode até cutucar a casca, mas não queira acelerar a ‘queijação’ na Serra da Estrela: as ovelhas zangam. Por isso é que sai coisa boa». Sempre fantástica a construção. Leia o resto por aqui.

Virtudes Cardinais: uma questão de imagem

Um jogador de um clube grande, craque e bom profissional, é adepto de outro clube. Tem direito a ir ver jogos e a festejar vitórias desse outro clube?

Claro que sim. A liberdade é isso. Porém, deve apresentar-se na primeira linha da principal claque desse outro clube, rigorosamente equipado com as cores dele?

Não, isso pode, mas não deve. Um jogador representa um clube e uma marca, é pago por ela, é ídolo de milhares de seguidores, logo, em manifestações em prol de outro clube deve ser mais discreto, pois isso pode ofender muitos que o apreciam e festejam os seus golos.

O melhor jogador de futsal do Sporting, e seu máximo goleador, Cardinal, foi apanhado na primeira linha dos Super Dragões no jogo benfica-Porto.

E o que fez o Sporting e o jogador? O clube emitiu um comunicado a garantir o profissionalismo do mesmo e no mesmo comunicado, bem, o jogador penalizou-se e pediu desculpa pelo erro cometido prometendo brio e golos.

Se tivesse sido discreto, continuando adepto do seu FC Porto, nada disto teria acontecido. Pode ser o artilheiro do futsal, mas a sua imagem saiu danificada. Uma questão de imagem.

Luís Paixão Martins nos AAA

O meu amigo António Colaço, ex-assessor de grupo parlamentar do PS, convidou para os Animados Almoços Ânimo (daí o título dos 3 A, não é nenhuma associação estranha, nem nada relacionado com agências de rating) o Luís Paixão Martins.

Retiro o melhor da conversa:

«As pessoas não querem que lhes falem verdade, querem ter alguma emoção e algum sonho. Não se ganham eleições com o real, pode ganhar-se credibilidade»

«Sócrates vai ter de deslocar os seus argumentos comunicacionais para a esquerda, para a área Manuel Alegre e BE»

«Pedro Passos Coelho, tem de ir buscar centro-esquerda, tem de fazer discurso para os mais carenciados e afastar a privatização da Caixa»

«Consultores de comunicação devem ajudar a encontrar o foco comunicacional»

«Campanhas são fascinantes, pois uma ideia ou palavra abrem telejornais, vivem-se intensamente durante mês e meio» (só um ignorante mete férias durante campanhas eleitorais, acrescentaria eu)

«A grande ferramenta de comunicação política são os telejornais. Ponto final parágrafo»

Para quem quer ver o resto ficam os 12 minutos de conversa por aqui.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Já ouviram falar no "trem-bala"?

Pois é, por cá Sócrates ainda defende o TGV, a maior parte da oposição diz que nesta altura é uma obra cara para o momento em que vivemos.

No Brasil também há TGV, mas lá chama-se "trem-bala". Queriam-no já para o Mundial, mas parece difícil (vejam pelo Estado de S. Paulo). Mas fica a nota humorística deste belo nome para o TGV que parece por cá coisa de burocrata e por lá coisa divertida.

Lixo e as agências de rating quando falharam?

Temos uma série de empresas com rating de lixo. CP, Refer, RTP, etc. Pode ler por aqui.
Mas que rating foi atribuído às agências de rating quando todos se enganaram sobre os bancos de investimento americanos e a Islãndia?

Para quando um rating para as agências de rating?

Oráculo (247)

«A era da irresponsabilidade deve acabar»

Gordon Borwn

Tim Pawlenty 2012 e pensando em 2016

O Nuno Gouveia já tinha dado conta desta candidatura no seu magnífico blog Era Uma Vez na América. Com Tim Pawlenty, governador do Minnesota, estado vizinho do Iowa, sempre fulcral numas primárias, está dado o tiro de saída a sério para a nomeação republicana.

Viu-o anteontem na CNN, nada tem a ver com as loucuras da madame Palin. É um candidato sério, bem preparado, que anunciou a sua intenção via Facebook. Mas há duas coisas que quero lembrar.

1- Como as Convenções nacionais dos dois partidos, em ano de eleições, são importantes. Habitualmente são as Convenções que ratificam a escolha Democrata ou Republicana, a chapa final para ganhar a Casa Branca.

Nessas convenções, os grandes astros da política americana e as velhas glórias convivem com os apoiantes do partido num ambiente de festa e de união. E surgem os grandes discursos de apoio e lançamento do candidato ganhador das primárias.

Relembre-se que em 2004, na Convenção Democrata, o grande discurso de apoio a John Kerry veio de um senador mais ou menos desconhecido chamado Barack Obama, que seduziu a plateia e os media com a sua voz e palavra. Em 2008, no lançamento Republicano de John Mc Cain, um dos astros foi Tim Pawlenty.

2- Obama parte com favoritismo natural, apesar de um espírito de decepção que marca os americanos actualmente. É raro um Presidente perder eleição no segundo mandato, isso só aconteceu com o pai Bush nos últimos 50 anos e com Jimmy Carter, um dos mais brandos Presidentes americanos.

É em 2016 que vai haver um combate mais quente e naturalmente, depende sempre da história, mas a alternância dita que os Republicanos possam estar mais fortes por aquela data.

Pois bem, fixem estes nomes. No campo Democrata auguro uma senhora candidata, ainda não a consigo vislumbrar, e especialmente Andrew Cuomo, governador de Nova Iorque e herdeiro de Mario Cuomo. No campo Republicano, a madame Palin continuará a fazer das suas, mas Tim Pawlenty, Bobby Jindal, Jeb Bush e especialmente Mark Rubio, então com 44 anos, estarão no terreno.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Paulo Portas tem estado brilhante

Eu já augurei, em anterior post, um grande resultado para o CDS nas próximas legislativas. Paulo Portas tem estado brilhante nos últimos tempos, conseguindo marcar distâncias para o PSD e PS.

Em Rio Maior pediu que escolham quem é o melhor líder, quem tem mais coerência, quem tem melhor equipa. Antes anunciou que não ia gastar um chavo em outdoors e iria apresentar caras novas.

Depois, de estadista, disse, numa escola de Mafra, que não é importante quem é o responsável pelo estado de coisas porque o que lhe importa é o futuro. E nesse encontro com alunos atacou a queda da avaliação de professores.

Hoje, agarra num dos maiores erros de Pedro Passos Coelho, a privaização da Caixa, para agarrar numa bandeira que neste momento é muito popular e mostra reservas sobre a privatização da mesma nesta altura (por aqui).

Portas está num grande momento de forma e com gente jovem e de qualidade que vai conhecendo e recrutando.

Oráculo (246)

«Comecemos pela vitória. O que é isso no amor? Conquistar? Não. Isso é uma expedição de comandos. No amor, vencer é construir, colonizar, semear, defender, reproduzir. São necessários muitos anos para saber se ganhámos»

Filipe Nunes Vicente, na Ler deste mês

Os 25 anos da Pixar

Se há produtora criativa na área do cinema, ela é a Pixar. Toy Story ou Cars são exemplos de 11 filmes que foram sucessos de bilheteira arrecadando mais de 6 mil milhões de dólares.

Os seus 25 anos aqui num artigo do El Pais.

Umberto Eco e a modernidade do livro

Confesso que tenho alguns prazeres mensais actualmente: a Vanity Fair espanhola, a National Geographic Historia, a Monocle e a Ler.

Na Ler deste mês deparamos com os livros de Hitler, Michael Cunningham, Jonathan Franzen, um ensaio de henrique Raposo sobre religião e Joseph Ratzinger que começa com duas frases: «o cristianismo não é o Parque Jurássico», João Tolentino Mendonça; e «Even if God is dead, you`re still gonna kiss is ass», de...Tony Soprano.

Artigos de opinião imperdíveis e o grande tema de capa é a mega entrevista a Umberto Eco, agora que lança mais um livro e que já é best-seller. Ali perguntam-lhe:

«Acredita que o livro electrónico chegou para ficar?»

Resposta: «A fotografia não matou a pintura. O cinema não matou a fotografia. A televisão não matou o cinema. O avião não matou o comboio. Hoje vai-se mais depressa de Milão a Roma de comboio do que de avião. Há o livro que se quer sublinhar, em que se quer escrever coisas nas margens, que queremos ler no ramo de uma árvore ou na praia ou na casa de banho. Aí acho que o livro manterá sempre o seu charme e a sua função».

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Brands like Bands pediu-me música e eu dei

Primeiro, agradecer o simpático convite do blog Brands Like Bands para iniciar uma sua rubrica em que vão convidar algumas pessoas para escolherem uma música que as tivesse marcado.

Segundo, apesar de não ser muito o rock o meu oceano, deram-me liberdade para escolher uma música que fosse importante para mim.

Terceiro, aqui fica o meu contributo. Escolhi o Laurent Garnier pois foi esta música que me acompanhou o despertar durante dois anos, quando me iniciei na assessoria de comunicação. E deu-me sorte. Eu, para lá do trabalho, ligo à sorte.

E mais uma vez obrigado pelo convite.

A saída do Salvador da APECOM

Tenho estima pelo Salvador da Cunha, em 1995, quando comecei no jornalismo, ele era o editor de economia do Semanário e nas minhas primeiras duas semanas de trabalho ali convivi com ele, vendo o seu trabalho e a sua boa disposição, depois seguiu o seu caminho tornando-se empresário e criando um grupo que hoje é um dos maiores de Conselho em Comunicação.

Sempre separei o Salvador presidente da Lift, a quem, é público, desejo as maiores felicidades e o maior sucesso para a sua empresa, do Salvador presidente da APECOM.

Acho que este mandato não foi bom. Decidiu agora abandonar a APECOM (deixo o seu post onde publica a carta aos outros associados) e acho que fez bem.

Publicou estudos (que elogiei), criou os prémios Reputação (que eu muito contestei) e envolveu-se em guerras estéreis (com que não concordei). A APECOM com ele cresceu em número de empresas associadas, mas também com ele iriam sair várias como já começou a acontecer.

Neste mandato a APECOM (associação empresarial, não esqueçamos) perdeu força de representação do sector e deixou que associados se envolvessem em quezílias e ataques inacreditáveis e outros não associados fossem vítimas de pulhices por parte de seus associados.

A APECOM não é polícia nem juíz, mas assobiou para o ar e fez que nada viu. Isso, meus amigos, não se faz. No seio da sua organização devia pelo menos ter chamado a atenção dos prevaricadores.

Eu lancei um repto construtivo à APECOM, aguardei este tempo em silêncio como prometi. A APECOM nada disse e nada fez publicamente, mostrando apenas alguns a título privado a solidariedade contra certos vilipêndios, algo que agradeço e não esqueço.

Como escreveu a Virginia Coutinho, o Salvador teve a «sensatez de sair». Tenho a certeza, pelo que escreve, que continuará a ajudar no que puder a APECOM, dentro das suas limitações de tempo.

Defendo uma APECOM forte pois é importante para o nosso sector. Neste momento de alguma fragilidade, mas com futuro, tenho a certeza que a sensatez e experiência do Alexandre Cordeiro será importante para encontrar uma solução credível e de união para esta associação empresarial.

Deixo nota de esperança se o caminho for de credibilidade e de respeito por todos os players do sector.

Deixo uma nota de ainda maior esperança no caminho que a nova associação profissional dos consultores de comunicação, que em nada é incompatível com a APECOM, irá trilhar para o reconhecimento da nossa profissão e para o valor que damos aos trabalhos que fazemos.

Honra aos campeões

Campeonato limpinho, limpinho. O Porto merece o título pois foi a equipa sempre regular e a jogar bom futebol.

«Um futebol à portuguesa, de posse, curto e bem jogado», resumia sem segredos André Villas Boas, no final da partida marcada pelos problemas "eléctricos".

Na base do triunfo Pinto da Costa, como sempre, que já leva 17 títulos. Foi ele que teve a ousadia de ir buscar um jovem de 33 anos à Académica que tornou uma equipa letal, ambiciosa e vencedora.

Rolando, Moutinho, Belluschi, Guarin (na segunda volta), Falcao e o genial Hulk só deram espectáculo pois a equipa estava bem armada, e as outras unidades também brilharam.

O Porto tem vitórias desportivas e muito dinheiro em caixa em perspectiva. E já estão outros prodígios na calha, como Kelvin e Iturbe. O Porto é um clube e uma Marca de sucesso, bem gerida, em que cada um sabe a sua função e a liderança forte impõe respeito e ordem. Honra aos campeões.

domingo, 3 de abril de 2011

Oráculo (245)

«A moda nasce para morrer»

Jean-Paul Gaultier, na revista de hoje do El Pais que é sobre os grandes criadores de moda

Estratégia PS: Vai ser assim até 5 de Junho

A estratégia de campanha do PS está bem clara. Sócrates, o estadista, contra Passos, o aventureiro.

O PS já apresenta «José Sócrates 2011», o PSD vai com «Mudar» e «Mais Sociedade». Sócrates ataca assim, coadjuvado por Pedro Silva Pereira que ontem escreve artigo de opinião, «Por uma Caixa forte», no Expresso, baseando-se em diversas declarações contraditórias de Pedro Passos Coelho sobre a Caixa Geral de Depósitos.

O PS acha que tem um homem experiente, Sócrates, e vai lançá-lo contra um que acha inexperiente. Reparem que nos ultimos dias o PSD, para combater isto, tem apresentado Manuela Ferreira Leite, Marques mendes, Eduardo Catroga, pesos-pesados de quem ninguém duvida da experiência.

Vai ser assim até 5 de junho.

sábado, 2 de abril de 2011

A humilhação a Portugal

A crise portuguesa é muito pior do que se pensa, é frase que cada vez mais se ouve. Todos os dias uma agência de «rating», um líder europeu ou uma instituição internacional vêm ainda mais ajudar à festa nos limites mínimos da nossa auto-estima.

Temos o FMI à porta para nos governar, temos um Primeiro-Ministro de saias chamado Angela Merkel e uma agência de "rating" hoje dá-nos grau quase de lixo.

Basílio Horta, por aqui, dá conta desta humilhação a que estamos sujeitos e tem razão. Já tinha falado há uns tempos da nossa imagem no exterior. Acho que nos vêem como um povo bizarro, talvez mais africano do que europeu.

Num momento tão grave vamos suportar mais umas eleições, mais uma campanha que o próprio líder do PSD já antevê como «campanha negra» e mais guerras do alecrim e manjerona.

A estabilidade, esse valor tão caro à esfinge de Belém, é algo inexistente. E se não houver governo maioritário e integrador de diversas tendências vamos ter crises constantes. A imagem de Portugal está de rastos.

Zapatero não se recandidata

Espanha vai ter novo Presidente do Governo em Março de 2012. Zapatero terminou o tabu e já decidiu que não se recandidata.

O Governo do PSOE que não está bem nas sondagens, para lá do trabalho de gestão da crise económica ainda vai sentir a luta interna para a sucessão.

Chamo a atenção que nas últimas sondagens dos principais jornais espanhóis, o político de esquerda mais valorizado e mais confiável é Alfredo Pérez Rubalcaba, a quem Zapatero deu responsabilidades alargadas como seu nº2, projectando-o com tempo.

A saída do Salvador da Cunha da APECOM

Uma notícia de final de tarde de ontem, surpreendente, e que comentarei na segunda-feira, aguardarei mais esclarecimentos.

Fica a notícia da Meios.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Refundar ou acabar com a RTP-N?

Leio no DN que Nuno Santos, novo director de informação da RTP e que acumulará com a da RTP-N, quer «refundar» este canal de notícias.

Vejo habitualmente o seu jornal da meia-noite, acho que é a única coisa, e também de vez em quando a Liga dos Últimos. Entendo que a RTP-N não faz sentido. Se tenho dúvidas quanto à privatização da RTP, quanto à extinção deste canal sou totalmente a favor.

Que usem os seus meios para mais informação e cumprimento do serviço público na 2, de resto é mais um veículo concorrencial do canal que recebe verbas dos contribuintes contra as outras estações comerciais que tentam fazer bem o trabalho noticioso.

PR After Work - Club Edition e Rodrigo

Lá estiveram algumas dezenas de pessoas ontem pelo Le Chat para o PR After Work para conversar e matar saudades. Consultores de comunicação que se respeitam e que a pouco e pouco vão criando mais fortes laços de amizade e camaradagem.

Uma iniciativa do PiaR que tem sido um sucesso, especialmente por parte do Rodrigo Saraiva que tem sido o grande animador. Quero, pela amizade que lhe tenho, desejar todas as felicidades do mundo, e à Susana Monteiro também, no dia em que é anunciada a sua transferência da Next Power para a Parceiros de Comunicação.

Também ontem sou be de duas transferências: a Nádia Novais, profissional que gosto que vai para a Next Power e a muito querida Sara Cabral Avelino que está a ocupar o lugar da não menos querida Teresa Roque de Pinho na Time Management. Sorte para as duas.

PS: Depois do PRAW ainda houve tempo para a Comissão Instaladora da Associação profissional que será criada para os consultores de comunicação ter a sua primeira reunião, da qual as conclusões serão dadas a conhecer muito em breve.