Sou amigo dos dois. E gosto muito de ambos. Estilos diferentes, mas não incompatíveis. É sabido da sua rivalidade e dão-se horrivelmente. Mas não deviam, para bem do nosso sector de Conselho de Comunicação.
São as duas grandes personalidades da comunicação em Portugal, donos das maiores agências de comunicação do País e têm algo que é o fundamental neste sector: influência. Porque nenhum cliente em comunicação contrata criatividade nem outras valências e há muitos que continuam em busca do bezerro de ouro, mas nunca terão influência.
São ambos guerreiros. Mas todos os líderes são guerreiros, são é melhores estrategas que os simples guerreiros. O António tem no seu sangue o melhor do networking, o Luis tem no seu sangue o melhor da comunicação. Por isso, se se juntassem as duas personalidades teriam a personalidade perfeita. Mas não há perfeição e o mundo é belo porque é imperfeito. Mas quero dizer com isto que, juntos (sem casamentos empresariais), seriam mais fortes e a nossa indústria também.
Do trabalho do António este ano destaco os CTT, a FPF e Champions League e Altice. No último caso, recordo o seu estilo de combate ao escrever um artigo no Público a defender o seu cliente com transparência e clareza. Mas guardo também uma bela entrevista que deu ao Luis Osório na RTP2, de longe a sua melhor, ele que por vezes erra em algumas entrevistas que dá, como o próprio reconhece. E continua com a mesma boa energia e boa disposição que conheço desde 1995, ele que ainda foi meu administrador de uma revista que criei e dirigi entre 1998 e 2001.
Mas quando menciono o trabalho dele, logicamente que na sua equipa tem bons profissionais. Este ano, estão ou estiveram na CV&Associados, o David Damião, o Telmo Carrapa, a Susana Monteiro, o Miguel Morgado, o João Villalobos, a Carlota Burnay, o Ricardo Salvo, David Soromenho ou o José Pedro Abrantes. Uma equipa grande que o tem ajudado.
Do trabalho do Luis, apesar dele dizer que está cada vez mais fora e a gozar a vida, e tendo hoje em dia a sua estrutura a direcção de clientes e equipas por parte da Catarina Vasconcelos e a área de gestão do grupo LPM nas mãos do João Paixão, o que é certo é que o Luis não dorme. Parece aqueles jogadores que andam adormecidos e de repente num passe de mágica fazem toda a diferença ou marcam golos. E continua com a curiosidade intelectual que todas as grandes mentes têm. E julgo também que não deixou de mandar mails, logo cedo quando acorda, por volta das 6 da manhã. Por isso, reforma é só quando um homem quiser.
Destaco este ano, a gestão reputacional e mediática de Isabel dos Santos, o BES (quando era bom), Nike e BMW (curiosamente o carro que mais cresceu em Portugal no último ano). E do seu estilo guardo duas memórias em 2014: o regresso dos seus pensamentos sobre comunicação no blog a Teoria do Q e a guerra, o tal lado guerreiro, que acompanho com curiosidade com o "activista" Rafael Marques. Sim, activista, como aparece mencionado em vários jornais e a quem a Justiça portuguesa mudou os fundamentos do seu processo, como se as regras dos jogos mudassem depois do apito inicial do árbitro à medida de quem mete os processos.
Na estrutura global da LPM, estão ou estiveram em 2014 a Maria Garcia Luis, o João Paulo Velez, a Sandra Silva, o Paulo Padrão, Isabel Carriço, o Hermínio Santos, a Joana Machado, o Gonçalo Vilela Santos, a Patrícia Afonso, o Pedro Rio ou a Carla Bulhões que têm desenvolvido bom trabalho.
O sector de Conselho em Comunicação teve um ano razoável, mais de sobrevivência do que de crescimento. Mas muita gente continua sem conhecer a importância do nosso trabalho, a mais valia para o robustecimento de marcas, instituições, empresas, pessoas, que todos os dias com profissionalismo realizamos.
Comunicação é vida, a vida é comunicação, é uma frase minha que aporta a importância que os consultores de comunicação têm com o seu conhecimento na sociedade actual. O nosso sector tem uma associação que não existe. Chama-se APECOM mas não tem notoriedade nem representatividade, e nem todos estão ali representados nem são associados, logo, não tem credibilidade. É tempo de repensar, de reforçar e mudar a área associativa do sector de Conselho em Counicação. E isso só poderá ser construído com a participação e contributo das duas maiores agências: a LPM e a Cunha Vaz & Associados.
dando os parabéns aos dois pelo trabalho em 2014, o meu desejo para 2015 é que, como Obama e Castro que desbloquearam o relacionamento Estados Unidos/Cuba, o António e o Luis conversem. Que mantenham os seus interesses geopolíticos, a sua rivalidade no mercado, mas devem convergir em termos de reforço e promoção da nossa actividade. Todos teremos a ganhar com isso.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
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