segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A miséria das presidenciais

É penoso o que está a acontecer nestas eleições presidenciais. É uma miséria, é uma vergonha, é uma imbecilidade, diria eu. Vasco Pulido Valente chamou-lhe ontem, no Público, «a galeria dos horrores».

Portugal tem mais de 40 anos de maturidade democrática, promoveu políticos e suas carreiras, gente com talento e outra com menos talento, e chegamos a 2016 com estas criaturas candidatas a Belém. Ainda mais, para quem tem memória, quando é escolhido um Presidente da República para um primeiro mandato, a carga de energia é maior e a capacidade de mobilização e empenho mexia com os portugueses.

Desta vez nada acontece. Os portugueses estão-se marimbando para estas presidenciais, as campanhas são medíocres, os debates são, para lá de uma chatice, absolutamente ridículos. E logo no dia 1 tivemos um espectáculo deprimente que deverá constar na história da política portuguesa: um debate entre Marcelo, Tino, um "orador motivacional" de óculos roxos e um candidato que se levantou e saiu do estúdio, uma anedota triste que corou de vergonha quem o viu.

Portugal é muito mais que esta pornochachada. Merecia muito mais, merecia melhor gente, merecia pelo menos uma ideia. Estas presidenciais são o grau zero da política, um convite à abstenção, um concurso de mister e miss nulidades. É um nada. Quarenta anos depois de Abril é triste.

PS: este é o meu primeiro texto de 2016 no meu blog. Desejo a todos os leitores um excelente 2016 e deixo o compromisso que tentarei escrever pelo menos um texto por dia por esta via, com a mesma liberdade que já vos habituei.

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