O falso líder é fácil de achar. Ele não erra, porque não age. É o estadista do óbvio. O líder carismático e sua versão moderna, que é uma caricatura de liderança, com esgares e objurgatórias, são ainda mais
fáceis de improvisar. O falso líder não sobrevive a uma crise. O líder carismático só sabe viver dentro dela. O líder verdadeiramente democrático tem sempre má aparência, pois resulta de uma colagem de todas as posições. Líderes da linhagem faraónica erguem monumentos e cidades. Outros gravam a sua voz no subconsciente colectivo do povo. Outros, ainda, incensam a população para que esta, vaidosa, se deixe levar por uma ilusão de autossuficiência e se feche para a realidade dos outros povos, o grande termo de comparação para saber como vai sua vida.
Tirado de "A República das Abelhas", de Rodrigo Lacerda, Companhia das Letras
quarta-feira, 28 de maio de 2014
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