sábado, 13 de fevereiro de 2010

A gente de Smiley

Neste momento leio Cossacos, de Tolstoi (edição Relógio d`Água) e o sempre fantástico John Le Carré, nesta nova reedição de A Gente de Smiley (da D. Quixote, julgo que havia uma antiga da Europa-América) que gostava de sugerir para este fim de semana.

Para mim, Le Carré, com o tempo tornou-se um dos melhores escritores ingleses, escapando apenas à visão de um homem que só escrevia livros de espionagem. No prefácio escrito em 2000 ele deixa algumas coisas que deixo como aperitivo, desta fase em que se tornou um dos homens que melhor compreendeu a Guerra Fria.

«A espionagem em todas as suas diversas formas, era no fim de contas aquilo que a Guerra Fria tinha como campo de batalha, sendo os espiões as suas tropas no terreno».

«Smiley possuía uma visão do mundo antiquada, onde via mudança sofria».

E sobre uma frase de um comediante de Berlim quando o Muro foi demolido: «Perdeu o lado certo, mas venceu o lado errado. Queria ele dizer, creio eu, que, depois de derrotar o comunismo, se nos coloca o problema de saber como lidar com a nossa própria ganância e com a nossa indiferença perante o sofrimento no mundo exterior ao nosso».

Ou como diz uma personagem mais à frente: «a minha vida na Rússia não era imoral. O que era imoral era o nosso sistema».

Um grande livro que é o confronto final entre Smiley e o seu oposto, do KGB, o agente com o nome de código Karla. Que recomendo.

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