Cavaco Silva inicia hoje a segunda etapa enquanto Presidente da República. Tem neste momento um país como gosta. A olhar para ele e ainda com expectativas sobre a sua magistratura.
Os tempos são de crise, de valores e de economia, Cavaco manterá a sua pose esfíngica em Belém, mas deverá ser agora mais activo, pois será este segundo mandato que marcará como passará à história.
A sua política temporizada pelos silêncios e pela sua agenda que sempre resguardou não o deixam fugir muito da sua cartilha. «A estabilidade é algo inscrito no código genético de Cavaco Silva», como escrevia hoje o Público.
Os mais próximos do PSD e mais ávidos de poder esperam que seja de Belém o remate final em José Sócrates. O PS volta a namorá-lo no sentido de ganhar tempo para que o Primeiro-Ministro recomponha a sua acção.
Se Portugal precisa de estabilidade junto dos mercados, não esperem que seja Cavaco a provocar instabilidade. Cavaco ficou afectado pela campanha presidencial, pelo caso BPN, mas não esperem uma nova «má moeda» para derrubar Sócrates.
Os tempos serão de subtilezas, algo tão apreciado pela esfinge de Belém. Mas não deixará de haver reparos, que os media que agora estão a sentir a mudança de ciclo darão maior eco.
Cavaco vai influenciar, mais em bastidores do que ao vivo e a cores, esperando que o actual PSD se afirme definitivamente. Mas não esperem dele a bomba atómica. Pois enquanto Sampaio amava o seu partido, Cavaco sempre se deu mal com o dele e nunca gostou das «coisas partidárias», porque ele sempre se achou mais importante que o próprio partido.
Vão ser tempos difíceis, pressão externa sobre Portugal, cansaço interno dos portugueses. Cavaco será aquilo que foi ao longo da sua história política, neutro.
quarta-feira, 9 de março de 2011
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