Costa Gavras é um realizador que sempre adorei. É dos poucos que tem uma obra consistente sobre os mecanismos do poder nas suas variantes formas. Fez o prodigioso "Z- A orgia do poder" ou "Missing".
O seu último filme é sobre o dinheiro, chama-se "O Capital". Não o vi no cinema, só ontem em dvd. Abre quase de forma brutal com a ascensão de um novo presidente de um banco que cita o antecessor: «o dinheiro é um cão que não pede mimos, só quer que lhe atirem a bola cada vez mais longe para a poder ir buscar indefinidamente».
A reflexão de Costa Gavras é sobre como se domina e explora o mundo para satisfazer uma série de pessoas sem rosto que têm apenas um afrodisíaco: o dinheiro. E assim termina a falar para o espectador: «são crianças. Estão contentes até rebentar a próxima bolha».
Vemos a ganância que mata países, segurança social, pessoas. «Nós caçamos em matilha», diz um banqueiro. E sobre as agências de rating registo um diálogo: «tivemos de tomar em consideração as agências de rating»; «Estou-me nas tintas para esses mafiosos», responde o presidente do banco.
O cinema poucas vezes faz exercícios notáveis sobre os mecanismos obscuros do poder. Costa Gavras consegue-o. E recomendo vivamente que o vejam.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
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