Cavaco Silva é hoje notícia pelas piores razões e a minha análise vem no seguimento do que de outras vezes já apontei: o inquilino de Belém há muito que perdeu o contacto com a realidade e com os portugueses, e há muito que perdeu o controlo do terreno mediático, onde durante muito tempo conseguiu comandar as percepções. Esse divórcio e essa perda de controlo foram visíveis a partir do momento em que Cavaco deixou cair Fernando Lima. Mas vamos aos factos:
1- Morreu António Borges e Cavaco Silva na sua página oficial apresentou nota de pesar e condolências. Na mesma semana em que uma bombeira morreu, em que as corporações dos soldados da paz têm sido massacradas por diversos incêndios, o Presidente da República em nada tomou nota de pesar nem oficial.
2- Na mesma nota oficial de pesar por António Borges no Facebook da Presidência, foram milhares de portugueses que numa manifestação de cidadania foram dar as condolências às famílias dos bombeiros que pereceram.
3- isto teve natural repercussão mediática, deu notícia e os assessores de Belém foram acossados e obrigados a dar explicações de que já tinham sido enviadas condolências «a título pessoal», como leio aqui..
Então é oficial para António Borges e é «a título pessoal» para as famílias dos bombeiros? Oficial é o Presidente de um Estado dar voz aos portugueses que estão gratos por quem perde a vida em defesa da comunidade e esses são os bombeiros. Aqui ao lado, quando aconteceu a tragédia da Galiza houve presença da família real e luto nacional. Por cá é a «título pessoal»????
No tempo de Fernando Lima, saber-se-ia que Cavaco já tinha apresentado condolências e nunca teria acontecido este triste episódio e não se deixava o rastilho da indignação avançar. Sem Fernando Lima, é risível o spin de Cavaco Silva, reactivo, com argumentos inacreditáveis. Cavaco perdeu a razão.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
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