Qualquer cidadão europeu não se sente ainda europeu. Primeiro, está a sua nacionalidade. O espaço europeu nunca foi encarado como um estado de pertença comum, apesar de todos os esforços de sedimentar essa ideia.
Países pequenos e periféricos como o nosso, olham a Europa como algo distante, controlada pela Alemanha, que nos manda uns dinheiros e pouco mais. Quando há crises ainda não se manifesta uma resposta da UE, uma estratégia comunitária.
A Europa é um continente onde não há europeus, mas apenas cidadãos de cada vez mais países. A mudança de visão deste "statu quo" é uma das ideias de Itália que assume a presidência europeia no próximo semestre.
Ainda há poucos dias, o novo fenómeno da esquerda e líder italiano, Matteo Renzi, dizia que «a Europa de hoje é aborrecimento e não tem alma». Nunca a teve. Ele que se assume um homem da «geração Erasmus» defende que a base da criação e fortalecimento desta alma europeia é este programa que possibilita a estudantes continuarem a vida académica fora dos seus países de origem.
Renzi é um líder dinâmico, talvez o primeiro líder europeu da geração marcada pelas redes sociais. Tem vontade de andar, de construir coisas e a um ritmo acelerado.
Há exactamente duas semanas, o embaixador de Itália foi o orador convidado do International Club of Portugal. Perguntei-lhe se a «Europa estava preparada para o ritmo e dinamismo de Renzi». Ele respondeu: «julgo que nem Itália nem a Europa estão preparadas para o seu ritmo». Essa é a interrogação para o próximo semestre: conseguirá Renzi ser o motor dessa mudança e marcar a liderança europeia?
quinta-feira, 3 de julho de 2014
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