quinta-feira, 15 de julho de 2010

«Hola» - a morte do rei do social e o nosso social

Algumas amigas pediram-me a minha opinião sobre o director e fundador da «Hola» que morreu ontem.

Eduardo Sanchez Junco diria pouco a muita gente e a mim também. Enquanto vivi 30 anos com os meus pais, esta revista espanhola de social nunca era perdida pela minha mãe. Desde miúdo que conhecia melhor a alta sociedade espanhola que a portuguesa.

Duquesa de Alba, Carmen Cervera, os descendentes de Franco, o Marquês de Griñon, mas também Isabel Preysler, Ana Obregón, o conde Lequio, ou os amores dos primos Alberto Alcocer e Alberto Cortina com as manas Koplowitz, vida sentimental dos toureiros e todas as toilettes da família real espanhola faziam parte semanalmente do menú.

Ainda na semana passada quando comprava jornais de manhã, uma senhora pedia a IOLA, repito, a IOLA, como alguns portugueses ainda se referem à «Hola».

Esta revista tornou-se um fenómeno mundial de qualidade. Grandes produções, grandes «cachas» do social. Em Portugal, a Caras e a Lux aproximam-se do conceito: social, com qualidade.

Mas há uma grande diferença entre a Hola e as congéneres portuguesas que é inultrapassável.

No social espanhol há mais dinheiro, mais glamour, mais classe. Em Portugal há não sei quantos oportunistas que nada fazem e que vivem destas fotos.

Os nossos Vips, com honrosas excepções, são ridículos. São «wanna be`s», não existem.
A diferença do social da Hola para as revistas portuguesas, está entre os jesuítas e os franciscanos.

Alguns Vips portugueses são gente mediática que ninguém sabe porquê, habitualmente uns pelintras com fraca cabeça e sem glamour. Em Portugal existe um miserabilismo que se exibe sem pudor nas revistas «del corazón» lusas.

«Hola», apesar da morte do seu director, continuará com qualidade a exibir o melhor do social espanhol. E o resto do mundo gosta. Porque não o tem.

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