Quando Pedro Passos Coelho escolheu um diplomata de carreira para seu chefe de Governo, vi algumas críticas por ele já ter trabalhado com Luis Amado e Jaime Gama, julgo.
Pois bem eu não contesto essa escolha. Um diplomata de carreira é uma figura institucional, está ao serviço do Estado português é esse o seu compromisso. Pode ter preferências partidárias, na altura do voto, mas a sua vocação é servir Portugal sem olhar a quem o está governar.
Para o gabinete do PM e para o MNE parece-me perfeitamente lógico e acho que ficarão bem servidos, pois são responsabilidades que motivam inúmeros contactos internacionais e não sei quantas regras de protocolo que devem ter algum bom senso e discrição na sua preparação. Esse é o papel típico de um diplomata de carreira.
No entanto, noto algum excesso de zelo para mais escolhas de diplomatas ao serviço, por exemplo, dos Assuntos Parlamentares e na Pasta da Agricultura e Ordenamento. Dizem que há duas motivações:
1- que sai mais económico ao Estado evitar novas nomeações. É uma preocupação de rigor
2- que há a preocupação de não criar a imagem de "boys" em lugares de destaque. É uma preocupação de comunicação.
Considero que há esse excesso de zelo. Os políticos precisam nos seus staffs de pessoas de inteira confiança e que os aconselhem bem. Não gosto que se seja mais papista que o Papa. Na política há boa gente e quando há competência não se deve ter medo de assumir essa escolha.
Não basta colocar agora diplomatas em todo o lado para se evitar os "boys". Até porque o assalto dos "boys" no aparelho de Estado não passa pelos staffs governamentais, mas sim pelas nomeações de cargos relevantes e chefias superiores e intermédias na função pública e sua máquina. Ou agora só teremos diplomatas nomeados?
quarta-feira, 22 de junho de 2011
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