O PSD ganhou como se esperava. Há uns tempos atrás nas eleições do Sporting, Luís Duque disse que bastava «um cheque e uma vassoura» para limpar o plantel.
Se quanto aos cheques a coisa é mais difícil para os portugueses, já na vassoura sempre fomos fortes. A vitória do PSD foi uma vassourada em Sócrates, mais do que um voto convicto na mudança.
Em qualquer eleição, é muito raro o candidato com a maior taxa de rejeição ganhar. Se isso acontecesse, cairia o Carmo e a Trindade. Sócrates tinha índices de rejeição estratosféricos, o PSD só tinha de fazer uma campanha que os mantivesse, como oportunamente tive ocasião de dizer a quem de direito.
E acrescentar menos erros, como nas primeiras semanas cometeu, afastar todos os egos de iluminados e desajeitados, chamar os ex-líderes e personalizar a campanha no Pedro, como também tive ocasião de dizer a quem de direito. Agora vem a prova que conta: a governação. (já escreverei sobre o novo dia para Portugal, a seguir).
Sócrates fez uma campanha em esforço, mas em que deu tudo. Lembram-se que eu fiz aqui um apontamento de memória sobre a rouquidão? Relembrei Nogueira e Santana, assinalando um mau presságio para a perda de voz de Sócrates. O resultado foi mau, mas honesto. O PS ainda tem 28% de convictos.
Sócrates fez uma brilhante peça de oratória na despedida. Sem ser sentimental, não foi animal feroz. Foi o tom certo, que talvez tenha faltado na campanha. Disse tudo, especialmente que não teme o «julgamento do tempo». E eu que gosto de oráculos, aqui deixo a sentença que a História dirá que o seu 1º Governo foi dos melhores do pós-25 de Abril, mas depois veio a hecatombe.
No CDS, quando se anunciaram os resultados, o Caldas estava em silêncio. Portas esperava e merecia mais, pela campanha realizada. Quase 12% foi o efeito visível do voto útil e de uma campanha que, como assinalei na semana passada, senti derrapar para o tal voto útil para o PSD. Mas o CDS cresceu e é um parceiro sério e credível para o PSD.
PCP está sólido como uma rocha. Não cresce, mas não perde. Jerónimo é um líder simpático para todos e o mérito é dele neste resultado, num partido envelhecido e sem ideias.
Louçã devia ter apresentado a demissão. O seu resultado é catastrófico e é fruto da união com o PS nas presidenciais. O Bloco perdeu sobretudo entre os mais jovens e vai ter de repensar o seu discurso.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
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