Falamos a mesma língua. Portugal investe em Angola, muito. Angola investe em Portugal, muito. Somos um mercado biunívoco. José Eduardo dos Santos anunciar, segundo a Lusa, no discurso do Estado da Nação o rompimento da parceria estratégica com Portugal é grave. Muito grave.
Não vamos saber como ficam as coisas num momento crítico para Portugal que precisa do investimento angolano, bem como precisa do País africano para fomentar negócios e exportação. Houve inépcia total de Portugal neste relacionamento, sobretudo porque muitas vezes se rebaixou e humilhou, como foi manifesto o caso do pedido de desculpas de Rui Machete que só acicatou ânimos e não revelou qualquer bom senso para a função.
Portugal e Angola precisam de estadistas. No nosso caso, temos na nossa diplomacia uma figura frágil, o pior do Bloco Central que governa Portugal há décadas e que, manifestamente, não tem capital político, humano, competência e sensibilidade para repor as relações Portugal/Angola no patamar que merecem.
Esta é a mais grave crise diplomática que Portugal atravessa desde há muitos anos e Machete não é homem para esta crise. Muitos portugueses vivem em Angola, bem integrados na comunidade. Muito dinheiro português está ali investido, muitas empresas dependem como pão para a boca daquele mercado.
Portugal foi colonizador mas já não é. Portugal tem a sua história, a sua honra, mas Angola é um Estado de legítimo direito como nós. Faz parte do nosso universo cultural, da nossa área de influência e é um País-irmão. É assim que as relações têm de ser. Ninguém tem de estar de joelhos. Portugal e Angola precisam um do outro. Mas Portugal precisa de estadistas. E não tem.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário