quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A "girl" de Santana e os "machões" do PS

Quando vi um respeitável ministro das Finanças, como é Teixeira dos Santos, se desculpar com uma "girl" de Santana pela responsablidade da organização de um evento que celebrou os 20 anos da ANACOM achei lamentável.

Há pessoas e pessoas, e eu sou amigo da dra. Teresa Xavier Pintado Maury, a tal "girl" que o ministro mencionou. Esta senhora, pois é uma senhora, foi vice-presidente da Câmara de Lisboa, administradora do Grupo Barraqueiro e sobretudo é uma senhora honrada, de bem e de uma ética e lisura inquestionáveis.

Diga-me lá uma coisa sr. ministro: Então os machões que o PS lá colocou na ANACOM e a restante administração não sabiam da organização do evento? Acha que foi uma decisão solitária contra os membros da administração da ANACOM? A responsabilidade é só de uma "girl" nas suas tristes palavras, uma senhora que tem mais de 50 anos e é uma mulher séria?

E diga-me lá uma coisa sr. ministro: o que acha da nomeação dos seus boys para lá? O que acha de Filipe Baptista e da sua nomeação para lá (ver esta notícia)? Acha que o seu salário face ao desconhecimento total do sector é justo? E o ataque dos machões do PS ao aparelho de Estado como o qualifica?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Oráculo (145)

«Quando enviamos notas de imprensa sem critério corremos o risco de estar a dar carne a vegetarianos»

Isabel Bessa, Consultora da LPM

Comunicação política e redes sociais

Se ontem foi Pedro Passos Coelho a fazer o primeiro comentário sobre o OE através do Facebook, hoje descobre-se que Cavaco Silva está preocupado com a classe política através do Twitter.

E com isso se prova que a comunicação política se está a adaptar às novas plataformas e que todas as campanhas podem ser mais baratas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A política e as pessoas segundo Tony Blair

«A coisa mais difícil de compreender para um político no activo é o facto de a maior parte das pessoas, a maior parte das vezes, não pensar uma única vez em política durante todo o dia. Ou, quando o faz, é com um suspiro, um pigarrear ou um erguer de sobrancelhas, para logo voltar a preocupar-se com os filhos, os pais, a hipoteca, o chefe, os amigos, o peso, a saúde, o sexo e o rock `n`roll»

Tony Blair, Um Percurso

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A crise vem ainda mais aí

Nouriel Roubini, um dos primeiros economistas a antever a grave crise que atravessamos, faz manchete do suplemento de economia do "El Pais" afirmando que virá uma crise ainda mais grave, por culpa do alto endividamento público e privado. Pode ler toda a entrevista a partir deste link.

O ano de "El Juli" e "El Duende"

Agora que acabou a temporada tauromáquica, deixo um breve balanço ao nível dos triunfadores, desilusões e melhor trabalho de comunicação.

Vi todas as grandes feiras, graças ao canal Festa Brava de que sou assinante, com a excepção de Valência pois não transmitiram.

O grande triunfador foi "El Juli", matador madrileno, de grande classe e amplos recursos. Só em Pamplona, por culpa do director de corrida, não saiu em ombros como merecia. De resto, triunfou em todas.

Esta semana, na revista "Aplausos", dizia: «Vejo o toureio como uma oportunidade única de transmitir sensações, de poder fazer algo inigualável». Fazendo como gosta, «deixar que o toureio flua como sai do coração. Sempre o vi por dois prismas: pureza e entrega. Estes são os estandartes do meu toureio».

Como desilusões, para desgosto da amiga Alda Telles, Miguel Angel Perera, mas também José Tomás (pela sua grave colhida no México), mas também Paquirri (Fran Rivera que adoptou o nome do pai), Daniel Luque e Ruben Pinar não explodiram.

A cavalo, o espectáculo de Diego Ventura, Pablo Hermoso sempre bem e a afirmação de Leonardo Hernandez. Sem esquecer que ao contrário dos matadores (estamos muito fracos de talentos), os cavaleiros portugueses tourearam muito em Espanha com boas actuações.

E deixo o melhor para o fim. O meu matador preferido é José António Morante de La Puebla. A arte em estado puro, o que leva os aficionados às praças só pelo prazer de num momento fazer algo de belo.

Não foi uma temporada deslumbrante para ele, mas teve momentos inolvidáveis. Nomeadamente a sua faena em França, quando toureou e matou sentado numa cadeira.

Porém, o seu trabalho de comunicação levou-o a um patamar onde só os grandes mestres da história da tauromaquia estão. Tem o talento dos predestinados, o brilho do divino, o toque de midas.

O "El Pais", na sua revista de domingo, deu-lhe, no início da temporada, seis páginas com o título "El Duende". É um excêntrico Morante. Ouve vozes, mira no horizonte, acende um "puro" e olha para o seu fumo aguardando o contacto com os deuses. É uma figura.

A sua comunicação apela á arte da tauromaquia e os seus cachets dependem dessa ligação com a "áficion". Ninguém sente perder um cêntimo por o ver actuar. É como se tivéssemos a oportunidade de estar no estúdio com Vermeer ou ao lado de Mozart quando compunha uma das suas obras. Os génios são assim.

Aliás, para terminar, em Pamplona, o director de corrida não deu os troféus a "El Juli" porque lhe faltava o toque de "El Duende". Director de corrida dixit.

Séguéla na Tunísia

E aos 76 anos, Jacques Séguéla, vai instalar a sua Havas na Tunísia. Este grande publicitário francês ficou conhecido pela criação de um dos melhores slogans de comunicação política: «A Força Tranquila», na campanha que levou François Mitterrand ao Eliseu.

Li ontem na "Jeune Afrique" (revista francófona sobre assuntos africanos) que o publicitário pretende «ajudar a Tunísia a ter outra imagem; ela é mal amada, mal compreendida e mal conhecida, apesar de ser um exemplo em África e obter a melhor performance económica do continente».

A sua ambição «fazer da Tunísia uma Marca, dar-lhe uma imagem que a leve mais longe». Com um credo: «Que o mundo passe a ter valores maternais e femininos, a harmonia, o equilíbrio, a mudança, a partilha, que são muito tunisinos».

E a revista, sobre Séguéla, diz que é o «Saint Jacques», o homem que passou do jornalismo, «máquina de factos», para a publicidade, «máquina de sonhos».