domingo, 30 de novembro de 2014

Sugestões para a semana

Livros

"Winston Churchill - Uma Vida", Martin Gilbert, Bertrand Editora, 958 páginas. Uma enorme biografia de uma gigante personagem. Um presente ideal para nós próprios neste Natal. Tudo sobre um dos maiores homens de Estado do século XX.

"O Homem na Areia", Kepler, Porto Editora, 501 pág. Kepler é o pseudónimo de um casal sueco que constrói policiais magistrais. A quarta aventura do comissário Joona Linna aqui contra um maquiavélico inimigo.

"O Leopardo", Jo Nesbo, D. Quixote, 643 pág. Para mim, Nesbo, norueguês, é o melhor autor de policiais da actualidade. Já os li todos e estou a terminar este que segue o fortíssimo livro anterior, "O Boneco de Neve". A personagem Harry Hole é das mais bem construídas e os enredos são escritos no granito. Portentoso.

Cinema

Em casa, chamo a atenção para os "Buddenbrook", a versão de 2008 que passa no Arte, amanhã às 19.50h, com alguns dos grandes actores alemães da actualidade, a saga da família burguesa de Lubeck, criada por Thomas Mann, uma das grandes obras da literatura.
De 1 de Dezembro a 21 de fevereiro, a Gulbenkian volta a exibir cinema no seu grande auditório. Uma programação de João Mário Grilo que a estruturou nu humor, com grandes realizadores. Recomendo a compra do passe que custa 30 euros. Para verem Woody Allen, Nanni Moretti, Chaplin e muitos outros.

Séries

Em vários canais, a acompanhar neste momento Gotham, Boardwalk Empire, The Newsroom (ambas na sua última temporada) e Mentes Criminosas que estreia mais uma temporada na quinta no AXN.

Documentário

No Arte, na terça às 19.50, "EUA- A lei das armas". Que aborda a temática do porte de arma nos Estados Unidos, onde mais de 30 mil pessoas morrem alvejadas por ano.

Restaurante

Ali ao Rato, o "S". De noite é um bocadinho barulhento, mas ao almoço está calmo e a cozinha é excelente e a preços em conta.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Os heróis e os maus por quem sabe

«O meu herói é sempre um homem comum a quem acontecem coisas extraordinárias, e não o contrário. Por esse mesmo motivo faço com que os maus sejam encantadores e educados. (...) O que é verdadeiramente aterrador nas personagens perversas é o seu charme superficial, o seu ar amistoso»

Alfred Hitchcock, nas Grandes Entrevistas da História (publicadas pelo Expresso)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sousa Veloso

Só um grande comunicador conseguia transformar a agricultura numa coisa interessante para os filhos da cidade como eu. Éramos miúdos naquela altura em que o TV Rural da RTP era um programa bandeira da estação.

Sempre com uma cara alegre, explicando as vivências das pessoas que trabalhavam a terra, explicando como chegava à nossa mesa aquilo que comíamos. Um grande senhor da televisão que parte. Como ele diria, dizendo adeus aos telespectadores, «despeço-me com amizade» e que descanse em paz.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Os 3 activos Antónios do PS

Para lá da sua história na democracia, para lá do passado que nunca deve ser apagado, o PS tem hoje três activos que valem votos:

- António Costa. Um bom político, com críticas naturais em Lisboa, que é uma esperança para o partido e que é uma pessoa séria. Há quatro dias, todos jogavam o pleno que seria o próximo primeiro-ministro. Hoje, tem de ser muito melhor e mostrar inequivocamente que ele e a sua equipa serão os melhores para Portugal.

- António Guterres. Como Primeiro-Ministro não deixou grandes saudades, mas é um homem inteligente, culto, sério. Um bom ser humano. Só Marcelo o pode derrotar no caminho para Belém, apesar de lhe apetecer mais ser Secretário-Geral da ONU.

- António José Seguro. Nunca renegou o passado, mas nunca se colou ao passado mais próximo. Os media nunca gostaram muito dele, mas a ética na política sempre se mostrou a sua matriz. É uma boa pessoa, séria e honesta. E tem ainda muito a dar ao PS.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A reposição das subvenções vitalícias dos políticos

Sobre esta medida cozinhada pelos partidos no Parlamento, tenho a dizer o seguinte:

1- A maior estupidez politica do ano.

2- Medida de quem não conhece o país real e acha que as pessoas, esmifradas pessoalmente e empresarialmente até ao último cêntimo, são estúpidas.

3- A classe política não é nenhuma aristocracia e não tem de ter privilégios especiais.

4- A classe política precisa de quem trabalhe mais, tenha conhecimento da economia e não de lobistas disfarçados e de apparatchiks do sistema.

5- Quando repuserem reformas e pensões de quem trabalhou toda uma vida e quando roubarem menos as empresas, então depois se pense na classe política.

6- São os próprios políticos, com este tipo de medidas, que geram revoltas nas pessoas e semeiam a descredibilização da sua actividade.

7- A política é para as pessoas e não para os políticos. E esquecem-se todos os dias disto.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A música das séries

Cada vez melhores, como no cinema, são elas que ditam o clima que se vai seguir. Neste artigo do El Pais do qual recomendo leitura, aqui andam Hannibal, The Knick, entre outras. E estejam atentos às bandas sonoras que são também uma arma de comunicação.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O estilo de Olivia Pope

Olivia Pope, a actriz Kerry Washinton, é a personagem que lidera "Scandal", uma série de gladiadores e gladiadoras de fato. Um grupo de consultores de comunicação e "fixers" que trabalha com a Casa Branca e realiza uma série de operações de "damage control".

Olivia tem marcado tanto pela sua personalidade e guarda-roupa que uma marca americana, a Limited, decidiu lançar uma gama de roupa «para mulheres que lideram». Segundo a actriz, «esta colecção foi criada para que todas as mulheres possam encontrar o seu gladiador interior. É a prova de que podem ser poderosas, sexys, brilhantes, inteligentes e lindas e estarem na vanguarda da moda». Que chegue então a marca a Portugal.

domingo, 16 de novembro de 2014

Marques Mendes sabe tudo menos uma coisa

Marques Mendes ao sábado na SIC mostra que é um dos homens mais bem informados do país. Sabe tudo sobre tudo, dá "cachas" e novidades sem par. Mas só não sabe uma coisa: o que acontece nas empresas em que é sócio. Extraordinário. Um sabichão. Um moralista da casa alheia, na sua não sabe de nada.

A fama e os que a rodeiam

«A fama não nos muda. Muda todos à nossa volta», diz com sapiência Benedict Cumberbatch. Um actor que muito será falado para os Óscares deste ano e que já deve estar a sentir os efeitos da mesma.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O segredo estava na sopa

Cristiano Ronaldo quase todos os dias bate um record ou ganha um troféu. Perguntaram-lhe se o segredo era se, quando pequeno, comia duas sopas. Ele respondeu com graça que era verdade e que, actualmente, come três sopas por dia.

Por isso, os pais das crianças que não gostam de comer sopa, têm aqui um exemplo para convencerem as crianças. E um exemplo de que o trabalho aliado ao talento traz sucesso.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Governo apoia Bárbara Guimarães

O título deste post é uma acusação de Manuel Maria Carrilho. Que se deu ao trabalho de fazer uma conferência de imprensa para cair no burlesco de dizer este disparate. Já escrevi que esta guerra na praça pública é quase uma insanidade, uma falta de escrúpulos para dizimar a mãe dos seus filhos e, acima de tudo, uma tragédia para as crianças.

Crianças, essas, que crescerão com este trauma de guerra aberta, de polícias, de acusações de uma mulher que até perseguiu Carrilho com uma vara na escola (isto divulgado por ele) e um sem número de acontecimentos que não beneficiam a imagem de ninguém.

Para lá das crianças, as que mais sofrem, até a crueldade de outras crianças na escola, há familiares, que naturalmente estão a ser massacrados com este filme de terror. E muita gente já esqueceu que Carrilho foi ministro da Cultura, candidato a Lisboa, comentador em televisão e jornais, embaixador de Portugal na Unesco. Em suma, uma triste figura. Eu e muita gente gostaríamos de nunca mais escrever sobre este assunto. Para bem das crianças.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O «desprezo» a Portugal

«O Governo de Timor expulsa magistrados, procuradores e oficiais de justiça portugueses que se encontravam no país em serviço de cooperação com o mesmo grau de hostilidade com que se expulsam espiões. Em Angola a representante do BES atrasa-se na sequência de uma operação stop e é impedida de participar numa assembleia que, num ápice, anula a posição portuguesa maioritária que o banco tinha na sua filial BESA. No Brasil, os accionistas da Oi preparam-se para vender a PT sem, que se saiba, dar cavaco ao Governo, apesar da fusão entre as duas operadoras ter resultado de um acordo político firmado pelas boas relações entre José Sócrates e Lula da Silva.
Há uma palavra capaz de caracterizar estas três situações: desprezo»

Manuel Carvalho, ontem no Público

domingo, 9 de novembro de 2014

A "legionella" e o ébola

Quando há possíveis epidemias instala-se o pânico. Até surgir o primeiro caso, tudo parece que não é nada connosco. Depois, é que vêm os problemas e os cuidados, naquela máxima bem portuguesa «depois de casa roubada, trancas na porta». Por isso deixo duas interrogações:

1- Ontem, hoje e nos próximos dias, Portugal terá no centro da sua agenda mediática a "legionella". Se com este problema já é o espectáculo que é, o que seria se houvesse um caso de ébola em Portugal? Estaríamos preparados? Julgo que não.

2- Para lá do problema em si, salta à vista que em termos de comunicação nem as pessoas estão bem alertadas, nem os responsáveis máximos têm qualquer tipo de preparação para enfrentar a arena mediática nem explicar bem os riscos que ocorrem. Custa muito saberem comunicar? Custa muito terem preparação específica para nestes momentos não parecerem que estão no Paleolítico?

sábado, 8 de novembro de 2014

A t-shirt cinzenta de Mark Zuckerberg

Um tipo milionário que usa sempre uma t-shirt cinzenta nas suas aparições públicas é estranho? É. Mas perguntaram isso ao homem que a usa, Mark Zuckerberg, e ele respondeu da melhor maneira possível para a sua reputação:

«Vestir sempre uma t-shirt da mesma cor garante-lhe que tem de tomar o menor número de decisões possível, deixando-lhe margem para se preocupar apenas com as decisões que se relacionam com "a melhor maneira de servir a comunidade"».

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Rui Rio tem razão

Rui Rio diz que a crise do país «não é económica, mas política». E tem razão. Há muito que se assumiu no cerne do debate político o primado das finanças. Todos os dias somos brindados com a presença de amanuenses e contabilistas a analisar Portugal.

Assim, fala-se muito mais de números do que dos verdadeiros problemas das pessoas. Perdeu-se a alma e ganhou o excel. Portugal precisa de uma ruptura para que possam surgir as reformas que continuam por fazer. E tem de se falar mais de política. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

José Gomes Ferreira: jornalista ou político?

José Gomes Ferreira admite entrar na vida política, numa entrevista concedida ao I. Não com estes partidos, mas num cenário de pessoas com competência técnica que criassem um novo.

José Gomes Ferreira é um jornalista competente e com conhecimentos técnicos nas áreas da economia e finanças. E ganhou relevância porque hoje se discute mais contabilidade e números do que política e pessoas. Há quem aprecie o estilo, outros não gostam.

Um jornalista tem a liberdade como qualquer outro ser humano de emitir opiniões. Agora, ao admitir uma carreira política, perde um pouco a sua credibilidade. Porque, quando o ouvirmos, deixaremos de ter a certeza que tem a isenção que todo um jornalista deve ter e passamos a pensar se ele já está noutra via, com outras ideias.

Não é caso novo, já tivemos outros. Mas há uma barreira que não deve ser separada entre um decisor e um jornalista/comentador. Até para evitar promiscuidades. E se querem a minha opinião, ele dará sempre melhor jornalista que político.

A Verdade do Vinho

Eu gosto particularmente, enquanto espectador e contribuinte, que a RTP tenha bons projectos e programas. Na RTP2, especialmente, ainda se encontram ideias que nos fazem fugir ao primado actual do cabo.

Chama-se A Verdade do Vinho, apresentado por Luis Baila e Sónia Araújo, um despretensioso programa sobre o vinho, uma das nossas maiores riquezas e ao qual os nossos solos e clima transmitem uma enorme qualidade que depois podemos apreciar.

Aqui aprendemos sobre tudo o que se relaciona com o vinho. Ainda no programa de ontem aprendi sobre a diferença das barricas de carvalho português e francês, por exemplo. Os apresentadores fazem um jogo de conversa entre eles que cativa o espectador. Ele, muito sabedor, ela, curiosa, mas ambos muito simpáticos e a terem paixão no que estão a mostrar e a transmitir.

Ao mesmo tempo que desenvolvem a modernidade do que se passa, vão mostrando os lugares da história, como ontem com os lagares de azeite no granito criados pelos romanos em Trás-os-Montes, deambulando por um Portugal que é lindo e que é um espaço de grandes castas.

Mas o vinho é também as pessoas. As que o produzem, as que o bebem, as que se juntam numa mesa em convívio, como aquela boa gente transmontana. Novos e velhos, ricos e pobres, numa transversalidade rara em muitos produtos.

Como dizia ontem um enólogo, «os vinhos não são feitos para os entendidos, são feitos para os consumidores» Exactamente como este programa, simples, com gosto, bem produzido, promovendo Portugal e as suas gentes, para todos e ao alcance todos, um verdadeiro serviço público e é para isso que serve a RTP.

PS: que pena a RTP2 não estar em HD, seria sublime para algumas imagens que são apresentadas, fica a sugestão construtiva.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A beleza das rugas

A sociedade moderna perde demasiado tempo com a imagem. A sua volatilidade parece que combina com os dias de hoje onde se é uma celebridade por 15 minutos e onde o longo prazo é uma semana.

Ainda na semana passada, Renee Zellwegger foi tema de debate por se ter submetido aos ditames do bisturi e até perdeu o papel de Bridget Jones por causa disso. Mas no meio da espuma dos dias, há sinais de que a classe, o charme, a intemporalidade da beleza e o carisma se impõem.

Helen Mirren aos 69 anos tornou-se embaixadora da L'Oréal. Ela que nunca foi uma beleza de outro mundo, mas nunca deixou de ser interessante. Uma ruga é uma experiência de vida, é uma marca na história. E as pessoas identificam-se com quem tem uma história para contar. As belezas perfeitas demais até podem no momento chamar a atenção, mas amanhã já nem nos lembramos delas.

domingo, 2 de novembro de 2014

Sugestões para a semana

Livros

"O Pintassilgo", Donna Tartt, Editorial Presença, 893 páginas. Venceu o Prémio Pulitzer, considerado o melhor livro de 2013 e para mim do melhor que estou a ler em 2014. Minha companhia desde domingo passado, completamente entusiasmado com a entrada de Theo no mundo do crime. Recomendo totalmente.

"Os Salteadores do Nilo", Steven Saylor, Bertrand Editora, 375 pág. Eu sou um grande admirador, tenho todos os livros, de Gordiano, o Descobridor. O investigador criado por Saylor bem no meio da Roma Antiga. Desta vez a sua capacidade de observação andará por Alexandria. Mas os pormenores históricos continuam soberbos como desde o primeiro livro "Sangue Romano" ou depois o excelente "Enigma de Catilina".

"Amálgama", Rubem Fonseca, Sextante editora, 142 pág. O grande escritor brasileiro é um dos meus "xodós". Esta não é de perto nem de longe uma das suas melhores obras. Mas no meio do seu bizarro e burlesco, há sempre algo de genial.

"Dicionário Ilustrado do Vinho do Porto", Manuel Pintão e Carlos Cabral, Porto Editora, 571 páginas. Obra sumptuosa e quase definitiva sobre uma das nossas marcas mais conhecidas no mundo. Para enólogos e para o cada vez maior número de curiosos sobre o vinho, uma obra indispensável.

Cinema

Na televisão o filme da semana dá na RTP2 no sábado às 22.30: "A verdade do medo". O último filme realizado na América por fritz lang. Daquelas obras que marcam a colheita dos anos 50, com Joan Fontaine e Dana Andrews.
Para comprar, aproveitem o preço baixo de "As Noites de Cabíria", um dos grandes filmes, e um dos meus preferidos, de federico Fellini.

Séries

Na televisão continuo a sugerir a crueza e a genialidade de "The Knick", realizada por Steven Soderbergh e no topo do elenco Clive Owen. A surpreender-me pela qualidade dos protagonistas e com uma história e diálogos fantásticos "The Affair", ambas no TVSéries.
Para comprar, aproveitem a preço de pechincha a compra das 5 temporadas de uma das melhores séries jamais criadas: The Wire.

Documentários

Na terça, no ARTE, às 22.50h, "China; Entre fracturas e mudanças". Sobre os movimentos democráticos na China, 25 anos depois do massacre de Tiananmen.

Revista

É quase um livro, de capa dura, a edição especial da "História" (francesa), "Tintin et la mer". Todas as explorações, tesouros, barcos que povoam todas as aventuras do repórter mais conhecido do mundo.

Restaurante

Colina, numa perpendicular da 5 de outubro, a mesma simpatia de sempre, boa cozinha, peixe e carne de categoria.