quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A imprensa abutre

As estrelas têm pés de barro. E os media salivam com os podres das estrelas. São duas verdades associadas. Hoje, José Carlos Pereira é tristemente capa do Correio da Manhã. As imagens expostas matam a reputação de qualquer um, as do jovem actor ainda mais pelo lastro de disparates que tem cometido ao longo do tempo em que tem exposto a sua vida.

Mas para lá dos erros do actor, dos quais só ele é responsável, houve uns pulhas que tiraram fotos e se aproveitaram daquele momento de fragilidade e um jornal que não teve pudor em as publicar. José Carlos Pereira há muito que caminha para o abismo mas não vejo ninguém a ajudar. Apenas abutres a empurrar.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

No Brasil ganhou Lula e o medo

Primeiro o PT estava a arrasar Aécio Neves, até ao dia em que caiu o avião que levava Eduardo Campos. Depois, com a ascensão de Marina Silva, pouparam por instantes o candidato do PSDB para tirarem a santa do santuário e passarem o tractor por cima de Marina. Até voltarem com as técnicas sujas e do medo a dizimarem Aécio. Assim, de maneira simples, deixo o que se passou na campanha brasileira em termos tácticos na comunicação política.

Nesta segunda volta, em que Aécio herdaria os 22 milhões de votos de Marina depois do apoio por ela expresso, o que ressalta é a entrada de Lula e da sua popularidade. Jogando o seu prestígio e todos os programas sociais que legou aos brasileiros.

Lula e a campanha do medo do PT. Acusaram Aécio de ir acabar com os programas sociais que mantêm as vidas de milhões de brasileiros. O ex-presidente chegou a chamar ao PSDB, um partido criado por gente de liberdade como fernando Henrique Cardoso e Mário Covas, «nazi». Uma manipulação e desconstrução de Aécio com esta narrativa do medo.

Veja-se o que se passou em Pernanbuco e Minas Gerais, decisivos para a vitória de Dilma. O primeiro estado que citei, de onde era Eduardo Campos, deu a vitória a Marina na primeira volta, agora a candidata do PT ganhou aqui com mais de 70 por cento dos votos. E Minas, terra de Aécio e bem governada por ele, também caiu para Dilma.

Dilma não entusiasmou ninguém, E Aécio trouxe a mudança mas não a soube explicar bem e nunca na sua narrativa a impôs. Lula e os programas sociais ganharam esta eleição. Não sei se isto basta para os próximos anos do Brasil que continua atolado em corrupção.

sábado, 25 de outubro de 2014

O talento de Cristiano e Messi e os dentes de Suarez

Hoje às 17h o mundo vai estar vidrado no duelo das duas  maiores equipas de Espanha, dois colossos universais de seguidores, dois dos maiores génios da história do futebol - Cristiano Ronaldo e Messi - e ainda haverá a possibilidade de outro grande talento, Luis Suarez,reaparecer e morder outra vez mais alguém.

As estrelas e o seu talento comunicam com as pessoas. Vão ser 400 milhões de pessoas a assistir a este clássico do melhor desporto que já inventaram. Um espectáculo total.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

10 anos de Durão Barroso na Comissão Europeia

Dez anos de crises. De reputação da Europa, das dívidas soberanas, rebentamento de instituições financeiras, do crescimento do desemprego e sobretudo do desemprego jovem, ameaças de nacionalismo, guerra nas fronteiras, crescimento quase nulo da economia e ainda nunca se sentiu como hoje que a União Europeia não interessa a ninguém e está mediocremente fraca.

O presidente da Comissão Europeia que nunca foi dono disto tudo, apenas um capacho dos desejos de Angela Merkel, dá pelo nome de Durão Barroso. Diz que se despediu do Parlamento europeu com um bonito discurso e terminou com "Auf wiedersehen, goodbye, au revoir, adeus».

Ainda bem disseram todos, respirando de alívio. Eu acrescento um adeus da minha parte e que nunca mais volte a Portugal. Já temos cá muita porcaria.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Bares nos bairros históricos vão fechar mais cedo

Toda a gente tem o direito de se divertir, mas também toda a gente tem o direito de dormir, sobretudo nas suas casas e sem serem incomodados pelo barulho de outros. Por isso, bem a decisão da Câmara Municipal de Lisboa de mandar encerrar os estabelecimentos de diversão nocturna em Santos, Bica e Cais do Sodré  de domingo a quinta-feira às 2h e sextas e sábados 3h da manhã.

No entanto, para os que perdem a memória num instante queria recordar e sugerir à CML umas coisas:

1- Quem é que foi o iluminado que até fez uma passadeira cor-de-rosa numa rua do Cais do Sodré, anunciando com pompa e circunstância querer uma «noite de qualidade» ali, mas que trouxe apenas o caos e confusão para aquela zona que já era "cool", para os que se lembram do que era o Tokyo e Jamaica, por exemplo, antes dessa "boutade" e que depois disso raramente lá vão?

2- Como fica quem investiu em novos negócios e obras no Cais do Sodré, seguindo a aposta da própria CML e agora poucos meses depois mudam as regras do jogo?

3- Onde anda a CML que permite "botellons" em diversas zonas de Lisboa, e não só nos três bairros já citados? Querem exemplos? Já espreitaram o que se passa no muro e no jardim do Arco do Cego na  rua filipa de Vilhena? E que dizer da Rua do Arco do Cego e o que se passa numa velha taberna ao lado da bomba da Galp e bem pertinho da casa de José Sá fernandes? Mas é tudo permitido nos outros lados?

4- Como é que a CML cobra impostos de licenciamento e rendas de bares e discotecas, mas ao mesmo tempo permite todo o tipo de mercearias e lojas de conveniência em zonas de diversão nocturna (vejam Bairro Alto e Cais do Sodré) em concorrência desleal com quem legitimamente paga os seus impostos e vê uma série de crianças a consumir todo o tipo de álcool comprado nessas lojas?

5- E para quando medidas severas contra quem em cada esquina do Bairro Alto anda a vender droga à noite metendo-se com toda a gente que passa? Que imagem deixam para os turistas que por ali andam?

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O ministro que já deu quatro voltas ao mundo

Em pleno caos no seu Ministério, Nuno Crato optou para ir a um encontro sobre Telecomunicações em Milão. Chama-se a isto estar-se marimbando.

«O Ministério não adianta comentários, nomeadamente sobre a carregada agenda que levou, só este ano, o ministro a completar quase 160 mil km de voos. É o equivalente a quatro voltas completas ao mundo e passou, por exemplo, por duas visitas ao Brasil no espaço de menos de um mês. Ou a duas viagens sucessivas à China, uma das quais na comitiva de Cavaco. O ministro foi ainda a Moçambique por duas vezes, a primeira das quais incluiu uma visita à escola portuguesa, durante as férias escolares da Páscoa. Foi a Cabo Verde em julho e ao México em agosto, quando a prova dos professores arrancou pela primeira vez. Isto, é claro, sem contar com as viagens feitas na Europa ou com as obrigatórias presenças nas reuniões em Bruxelas», a notícia é do Expresso.

O ministro para lá das responsabilidades pessoais tem responsabilidades políticas. Um dia, no tempo do Governo de António Guterres, a ponte de Entre os Rios caiu. Jorge Coelho, de imediato, apresentou a demissão. É isto, a política, que o ministro Nuno Crato não percebe e ninguém lhe diz.

domingo, 19 de outubro de 2014

Obama e Nixon

Richard Nixon ficou na história americana como o presidente que saiu pela porta pequena da Casa Branca (e de helicóptero) e com a mais baixa taxa de popularidade de sempre, depois de uma série de mentiras divulgadas após o caso Watergate.

Barack Obama foi uma grande promessa de mudança (para alguns, não para mim), para a América e para o mundo, ganhou um Nobel da Paz sem justificação, mas a sua chama tem-se apagado.

Em Novembro, os EUA terão eleições para Senado e Câmara dos Representantes e o que é certo é que os candidatos Democratas não querem aparecer ao lado de Obama que tem apenas 40 por cento de taxa de aprovação do seu mandato.

Nixon e Obama são a história e o nome de duas desilusões.

sábado, 18 de outubro de 2014

Quando a Google ultrapassa o Goldman Sachs

Pode ser surpreendente para muitos, mas neste momento a Google já gasta mais em lobby e em donativos para campanhas políticas que o mais poderoso banco internacional.

Ontem, quando li a notícia de capa do Financial Times, ainda soube que todas as tecnológicas estão no primeiro pelotão dos que mais contribuem, de maneira transparente, para as lutas legislativas e políticas nos Estados Unidos.

E lembrei-me que, por cá, ainda não legalizaram o lobby que é uma actividade normal em sociedades avançadas e democráticas. E enquanto não o legalizarem continuarão a existir muitas zonas de sombra na decisão política.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Turismo de Portugal aposta em Cristiano Ronaldo

Noticia hoje o CM que o Governo português, através do Turismo de Portugal, adquiriu os direitos de imagem de Cristiano Ronaldo para a promoção do nosso País como destino turístico no mercado chinês.

É uma boa medida e por um custo baixo (cerca de 150 mil euros). CR7 é a marca portuguesa mais valiosa da actualidade, com um reconhecimento planetário e sendo uma das estrelas com mais seguidores em todo o mundo nas redes sociais.

Juntar a marca Cristiano Ronaldo, que significa talento e trabalho (muito trabalho para ter todo o sucesso que merece), a Portugal é prestigiante, motivo de orgulho para todos e uma boa aposta do Turismo de Portugal.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

As estrelas e a má gestão do seu dinheiro

Notícia interessante a publicada pelo DN (podem ler na totalidade aqui): «60% das estrelas da NBA ficam na ruína cinco anos após a reforma». Dá para meditar e pensar que não é só na NBA nem no basquetebol. Ainda há pouco Zamorano, Vieri, Brehme, e há muitos mais exemplos, deram provas de que uma gestão de carreira sem visão pode levar a que muito dinheiro possa ser perdido rapidamente.

Há a percepção de que as estrelas para serem estrelas têm de ter gastos exorbitantes e vícios caros. Gasta-se tudo no auge da carreira, pensa-se pouco no dia seguinte. Onde andam os conselheiros, os agentes, os empresários nesse momento?

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Em Parte Incerta

Quando Hollywood consegue produzir um grande filme é motivo para regozijo nos dias de hoje. Já tinha lido o livro "Em Parte Incerta" e era um thriller magnífico. Com a maestria dos grandes génios, e David fincher está na vanguarda dos melhores americanos da actualidade e já nos tinha dado o "Alien 3" (para mim o melhor da saga), "Seven", "Clube de Combate", "Benjamin Button", "Zodiac" e o primeiro Millenium, produzindo ainda a série, e realizando o seu primeiro episódio, House of Cards, constrói um grande momento de cinema.

Com dois actores em grande nível, especialmente Rosamund Pike, que faz qualquer homem temer o pior da mulher que tem ao lado e é candidata a Óscar, o filme é um exercício de "suspense", de subtilezas, de enganos, de viragens, é um jogo constante com o público.
O seu cinema é repleto de enigmas e assim está na sua plenitude ao tomar conta do livro. Mas, sobretudo para quem é de comunicação, a evidência de que a percepção é muito mais importante do que a realidade. A imagem que temos das pessoas, e muito mais de quem é figura pública, por vezes não é real.

E o momento em que entra o advogado em cena para realizar o "spin" de transformar Nick na boa pessoa e Amy na má é genial na manipulação das audiências, na mudança da percepção do público. Todo o filme é um portentoso exercício de manipulação. A não perder.

Os políticos e a audiência

«Os políticos são muito parecidos com os autores que envelhecem e com as mulheres mais velhas. A fase mais perigosa das suas vidas é aquela em que já não se contentam com o respeito dos amigos e exigem a adulação de uma audiência»

Michael Dobbs, "House of Cards", edição Jacarandá

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Ministra da Justiça também já se devia ter demitido

«Paula Teixeira da Cruz vai abrir um processo de averiguações para apurar o que levou a plataforma informática a falhar desde 1 de Setembro, dia em que entrou em vigor a Reforma Judiciária».

Já pediu desculpas, ainda está em processo de averiguações, caos nos tribunais como quando chove em Lisboa e tudo como dantes no quartel de Abrantes. É assim Portugal, mas não devia ser,

As gôndolas de Veneza, perdão, Lisboa e o silêncio

Ontem voltou o caos à cidade com mais uma queda de água. Ontem, não houve desculpas com a Protecção Civil, apenas o silêncio. Nem o presidente eleito nem o presidente em exercício se ouviram, apenas o silêncio.

Como podemos observar, Lisboa não está preparada para uma crise nem para a sua comunicação. O silêncio é mau em comunicação de crise. E se chover mais, teremos muitas crises. As do tempo, as do caos provocado e as da comunicação. Lisboa não está a ser bem tratada.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A vontade de Rui Rio

Rui Rio teve de esclarecer hoje num comunicado à Lusa que nada tem a ver com as notícias que têm mencionado movimentações, a coberto de declarados «apoiantes», do ex-presidente da Câmara do Porto.

«Nas últimas semanas, especialmente depois das eleições primárias do PS, têm vindo a público diversas notícias sobre a minha pessoa", afirma Rio, considerando ser agora "oportuno esclarecer publicamente que todas" lhe "são alheias e que não teve "qualquer interferência em nenhuma delas"», tirei esta citação do DN.

Rio pode dizer que não tem planos para liderar o PSD mas quem esteja perto dele ou o tenha visto no almoço do International Club, por exemplo, como eu vi, sente que ele tem vontade de alguma coisa. Está só à espera do momento certo.

domingo, 12 de outubro de 2014

Os políticos dos dias de hoje e a imprensa

«Lloyd George e Churchill tinham sido líderes naturais magníficos, mas será que nos dias que correm os teriam deixado chegar ao topo? Um tinha sido promíscuo e vendido os seus títulos, o outro gastara  tempo demais com bebida, dívidas e mau feitio; ambos foram gigantes e no entanto nenhum deles teria sobrevivido à imprensa moderna. Agora o mundo era dos pigmeus, homens de pouca estatura e ainda menos ambição, homens escolhidos não por serem excepcionais mas porque não ofendiam, homens que seguiam as regras em vez de as fazerem»

Michael Dobbs, "House of Cards", edição Jacarandá

sábado, 11 de outubro de 2014

«Gestores da PT são especialistas na compra de prémios internacionais»

Aplaudo o ministro da Economia, António Pires de Lima, pela coragem das suas palavras. É raro que um político tenha a clareza de apontar a verdade. O que o membro do Governo disse:

«O ministro da Economia, Pires de Lima, diz que "gestão da PT é um caso de más práticas" e quer usar esse "mau exemplo" para "evitar que cenas destas se repitam". "Um exemplo chocante de destruição de valor" e de uma gestão "capturada por interesses próprios e por interesses particulares de um accionista" e "submissas a interferências políticas". "Um exemplo muito, muito mau" de uma cultura empresarial dominada por gestores com "estatuto de inimputabilidade", que são "especialistas na compra de mprémios internacionais" e apresentados "como gurus da gestão" sem nunca terem dado provas. As palavras de António Pires de Lima sobre o que se passou na PT são duras e têm vários alvos», a notícia é do Expresso.

O homem das 75 colocações

Do caos de Nuno Crato, da teimosia de o manter no Governo, a história mais trágica deste ministro da Educação. Um homem colocado em 75 escolas, é uma história do Público que pode ler aqui.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Uma pergunta que todos queriam colocar a Cavaco Silva

Queria perguntar se Cavaco Silva pensa tirar a condecoração, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial, que atribuiu a Zeinal Bava nas comemorações de 10 de Junho de 2014?

Despir fadistas portuguesas é boa promoção do fado

Depois de conteúdos duros, mas verdadeiros, sobre algumas criaturas da política e economia aqui no blog, tenho de dizer que o maior sortudo do ano é o Bryan Adams. Conseguiu registar em poses sensuais Cuca Roseta, Gisela João, Aldina Duarte, Carminho e Ana Moura. Cinco mulheres belas e de talento e acima de tudo uma boa promoção para o fado e para Portugal. 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Zeinal Bava sai da Oi com mais de 5 milhoes de indemnização

Grande prémio, 5, 47 milhões de euros de indemnização, para o "grande" Zeinal Bava que destruiu a maior empresa portuguesa. Continuem a cumprimenta-lo na rua e preparem-se para os milhares de despedimentos que irão acontecer por culpa desta criatura.

A "transparência" de Marinho Pinto

Marinho Pinto «recusa dizer se recebeu da Ordem dos Advogados um subsídio de reintegração na actividade profissional que ele próprio criou em 2008 e que lhe dava direito, em Janeiro deste ano, quando deixou o cargo, a receber 54.460 euros. “Sobre a minha vida como bastonário não tenho nada a dizer porque é uma questão de advocacia, que não faz parte da minha vida pública. Mas tudo o que fiz foi feito de acordo com a lei, com as regras estabelecidas e com o acordo dos advogados”, respondeu Marinho e Pinto ao PÚBLICO quando questionado sobre se recebeu o subsídio.

Querem continuar a ser enganados por este cavalheiro, continuem. Estão no vosso direito.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Maria Luis Albuquerque mentiu outra vez aos portugueses

A ministra, mais conhecida por Miss Swap, já mentiu várias vezes. Já o escrevi aqui mais de uma vez, mas os portugueses gostam de ser enganados (uma coisa que digo muitas vezes e sou eu o autor desta frase).

No dia em que Maria Luis Albuquerque foi à SIC realizar uma operação de charme, apregoando, "coitadinha", que não tinha poupanças, e quando alguns sabiam que ela não tinha poupanças por ter escolhido uma habitação de luxo na linha do Estoril, matou-se em termos de credibilidade. Brincar com quem não tem rendimentos, ou quem é atacado pelos impostos do Estado, ou quem é roubado nas pensões e reformas, é de mau gosto e é não ter escrúpulos.

Mas a ministra mentiu na solução do BES, e ainda por cima foi cobarde pois tentou esconder-se de uma solução em que sempre esteve envolvida. Mas hoje teve de reconhecer que na questão do BES/Novo Banco somos todos nós que vamos pagar outra vez:

«Maria Luís Albuquerque assumiu que sim, a Caixa Geral de Depósitos "pode ter perdas" com o Novo Banco. Ou seja, o Estado. Ou seja, os contribuintes. Mais de um mês depois de ter apresentado a resolução do BES como a melhor solução por não representar "qualquer risco" para os contribuintes, a ministra das Finanças reconheceu esta quarta-feira, no Parlamento, o óbvio», retiro a citação do Expresso.

É lamentável que esta sonsa que é a ministra Pinóquia tenha a lata de só agora vir dizer o que já todos nós sabemos. No entanto, e como os portugueses estão a ser enganados e gostam, queria perguntar a Marques Mendes - que a lançou para líder do PSD -, queria perguntar a tantos colunistas que a elogiam o que têm a dizer sobre isto. Mas os mentirosos é que são bons? Digam lá, mas não enganem os portugueses uma vez mais. 

O "grande" Zeinal Bava foi corrido da presidência da Oi

Não gosto de eufemismos que servem para enganar as pessoas. Zeinal Bava foi mesmo corrido da presidência da Oi, não foi ele que deixou a presidência. Os brasileiros não são os portugueses.

«A imprensa brasileira refere que a renúncia terá acontecido devido ao "desconforto" causado pela operação da PT com títulos da dívida da Rioforte, holding do grupo Espírito Santo, que deixou um 'buraco' de 847 milhões de euros na telefónica portuguesa .
 De acordo com o diário brasileiro "Valor Econômico", alguns acionistas brasileiros da Oi, nomeadamente as empresas Andrade Gutierrez e o grupo La Fonte, não acreditavam que Zeinal Bava desconhecia a operação, como o próprio afirma», tiro esta citação do Expresso on-line de hoje.

Há dois dias, aqui escrevi sem tabus, ao contrário da imprensa que o venerou, sobre o "grande" Zeinal Bava. Ontem e hoje já li notícias e editoriais a questionarem o que se passou na PT. Os mesmos que o promoveram, lhe atribuíram prémios de gestor do ano e criaram o mito do mago da gestão, agora já se esqueceram e não têm pudor em o atacar.

O desmantelamento da PT é um dos maiores escândalos da economia portuguesa. Mas o "grande" Zeinal vai continuar a ir ao Papa Açorda e a outros restaurantes caros e da moda sem qualquer pingo de vergonha e depois de ter morto a maior empresa portuguesa. No Brasil despacharam-no. Portugal continua a alimentar estas criaturas e até lhes dão condecorações no 10 de Junho.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Crato já devia ter sido demitido

Há uns anos atrás, lá por 2004, um Governo foi arrasado porque uma ministra da Educação, que era medíocre diga-se, não conseguiu colocar os professores. O ministro actual, Nuno Crato, já pediu desculpas, mas no dia seguinte tudo aconteceu muito pior. É um caos que se vive neste sector, pessoas que não dão aulas e alunos que não têm aulas.

Há um desrespeito pelos professores, pelos alunos e pelos pais dos alunos. isto não é governar é uma baderna. Portugal está farto de Nuno Crato e com razão. Só tem uma saída: a porta da rua.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O "grande" Zeinal Bava

A imprensa económica gosta de criar os seus heróis. Durante décadas era Ricardo Salgado, depois a imagem do novo "grande" gestor português tornou-se Zeinal Bava.

Este cavalheiro acabou com a maior empresa portuguesa, a PT, e a que tinha mais condições de se impor internacionalmente. Anunciou uma mega-fusão com a Oi (da qual se tornou administrador, mas que muito em breve vai deixar de ser porque os brasileiros não são bem os portugueses), como se começasse a projecção de um grande grupo de telecomunicações de língua portuguesa.

Mas hoje está a vender aos pedaços a PT, retalhando-a por completo, lesando os accionistas e naturalmente a PT já nem é portuguesa nem é nada.

Zeinal Bava esse "grande" mago que é mais uma prova de que os portugueses gostam de ser enganados. E nem comento a delapidação de 900 milhões de euros da PT no BES. Continuem a dar gás a um cromo destes até ao dia em que Portugal perca a paciência com estas criaturas.

E continuem a querer privatizar a TAP e as Águas de Portugal. Vendam tudo a preços de entulho, deixem o País a pão e água, vendam o mar e o Mosteiro dos Jerónimos também. Porque mais tarde são todos condecorados no 10 de Junho. Portugal anda a dormir.

Eleições no Brasil: tiraram a santa do santuário e a segunda volta

Até um dia, as eleições no Brasil estavam decididas. Haveria segunda volta entre os dois candidatos mais bem posicionados: Dilma Rousseff, e Aécio Neves. Mas, nesse dia, caiu um avião que matou Eduardo Campos. Aí a sua vice, Marina Silva, sobe no palanque e torna-se a candidata mais temida pelo PT de Dilma.

Nessa primeira fase de campanha, a máquina do PT de Dilma estava concentrada em cilindrar Aécio. São conhecidas as campanhas negras contra a sua reputação, chamando-lhe tudo e inventando uma série de cabalas nas redes sociais, a melhor arma para os cobardes.

Mas quando os estrategas do PT entenderam por diversos estudos de opinião que Marina superaria Aécio e podia bater Dilma numa segunda volta, aí as suas armas viraram-se para arrasar a candidata da chapa do PSB. E o que é certo é que a campanha de Dilma, superiormente comandada pelo marqueteiro João Santana, conseguiu tirar a santa do santuário e a imagem de Marina e os seus índices de rejeição caíram todos os dias.

Agora, e contra todas as expectativas, com Aécio a 8 pontos apenas da "presidenta", tenho a certeza que as ventoinhas que espalham a porcaria vão ser montadas outra vez contra o magnífico ex-governador de Minas Gerais. Vai ser uma segunda volta muito dura, uma guerra que será violenta e suja, com duas máquinas partidárias bem oleadas mas onde a aliança PT/PMDB leva vantagem sobre o PSDB.

E no Brasil, como cá, cuidado com os institutos de sondagens. Porque elas influenciam a percepção e decisão dos eleitores. Tanto a nível nacional como estadual (Rio Grande do Sul, por exemplo), houve erros bastante graves. É tempo de haver regras mais severas para quem pretende manipular eleições.
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,nunca-antes,1571915O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,nunca-antes,1571915O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,nunca-antes,1571915
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domingo, 5 de outubro de 2014

Sugestões para a semana

Livros

"O filho", Philipp Meyer, Bertrand Editora, 636 páginas. Um livro épico que estou a ler, que se passa no Texas desde o ataque dos Comanches no início do século XIX até à ebulição da indústria do petróleo naquele estado no século XX. Uma escrita vigorosa sobre o poder e a ambição de uma família. Este será um dos livros do ano.

"House of cards", Michael Dobbs, edição Jacarandá, 351 pág. O livro que inspirou a original série britânica e que depois levou à criação do maior sucesso da Netfix, com o mesmo nome, e protagonizada por Kevin Spacey. O livro é tão pérfido e perverso como o que viram na televisão e tenho publicado alguns aforismos daqui tirados no meu blog.

"A máquina do poder", Miguel Pinheiro e Gonçalo Bordalo Pinheiro, Esfera dos Livros, 202 pág. Um livro com grande ritmo e bem escrito pela ex-equipa de direcção da Sábado. Uma descrição vivida dentro das campanhas partidárias, com pormenores que ainda revelam o amadorismo da comunicação política em Portugal.

Cinema

Nas salas, a ver "Em Parte Incerta" do david fincher. Um magnífico thriller, um dos filmes do ano, de um dos melhores realizadores de Hollywood.
Na televisão, recomendo na próxima sexta, no TVC2, "Like someone in love", um grande exercício do mestre iraniano Abbas Kiarostami. Película de sentimentos de duas almas sós.

Séries

O grande lançamento da semana é a 4a temporada de Homeland, na quinta às 23h na fox. Série de qualidade com Claire Daines, mas agora sem "Brody".
A terminar, no TVSeries, na sexta, Ray Donovan, mais uma magistral série criada por Ann Biderman, que anteriormente já tinha assinado Southland.

Documentários

"Our Nixon", no ARTE na terça à noite. Imagens inéditas, em super 8, da equipa e dos tempos de Richard Nixon.
"A herança da Stasi", também no ARTE na quinta às 7.55h sobre os arquivos da polícia secreta da RDA.

Revista

A "Empire" (capa de Novembro) lança a nova obra muito aguardada de Christopher Nolan, "Interstellar, revela segredos do próximo Star Wars e assinala os 15 anos de "West Wing", uma das mais aclamadas séries de sempre

Restaurante

Primavera, no Bairro Alto, a simpatia de sempre do sr. Rafael, comida portuguesa e os melhores bifes panados de Lisboa.

5 de Outubro: sou republicano

Hoje é dia 5 de Outubro. O dia da implantação da República em Portugal. Que as pessoas não se esqueçam, apenas porque deixou de ser feriado.

Não é que a República esteja com uma saúde de ferro, mas sou republicano porque julgo que é mais importante que todos possam decidir os caminhos do seu País e não apenas alguém por direito divino ou pela hereditariedade.

A nossa causa comum é o nosso País, pena é que muitos não se interessem e passem ao lado do que verdadeiramente importa. Assim, é complicado melhorar.

sábado, 4 de outubro de 2014

Liderar um exército

«Oferecer-se para liderar um exército é muito bonito. Só que é para aí que o inimigo começa por fazer pontaria. É melhor estar uns passos mais atrás. Dá-nos tempo para encontrar o caminho por entre a pilha de cadáveres»

Michael Dobbs, "House of Cards", edição Jacarandá

Os políticos e o seu destino

«Alguns políticos pensam num alto cargo como um marinheiro pensa no mar, como uma grande aventura, cheia de imprevistos e de entusiasmo. Encaram-no como o caminho que os leva ao seu destino. Eu encaro-o como uma coisa onde provavelmente se afogarão»

Michael Dobbs, "House of Cards", edição Jacarandá. O livro que inspirou a série original que era inglesa

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A corrupção é o óleo da política

«A grande estrada do crime é a legalidade»

«Você não é de confiança, ainda acredita na honestidade, um conceito abstracto que só encontra nas gramáticas»

«Sabes o que pensam da política? Que é um pouco como as moscas: uma coisa suja, feia, inútil e dispendiosa»

«Para a democracia, a corrupção é exactamente como o óleo para o motor. Tem um cheiro nauseabundo e suja mas não se pode passar sem isso»

Todas estas citações são da série "O Polvo - 4a temporada".

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O jornalismo e o jornalismo de investigação dos dias de hoje

«Infelizmente para o Jornalismo e os Media profissionais, muito do chamado “jornalismo de investigação” contemporâneo é replicar o publicado em blogues», Luis Paixão Martins (pode ler aqui o seu post)

E eu acrescentaria que até na opinião muita coisa dos Media tradicionais é "inspirado" em blogs. É o jornalismo dos dias de hoje e não sei se isso é bom sinal.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Os bustos da Sophia Loren e da Brigitte Bardot

A polémica do dia, sem interesse nenhum público como sempre, é a exposição de bustos dos Presidentes da República que está no Parlamento. Sinceramente é algo que não interessa a ninguém.

Deviam acabar com ela e expor os bustos das recentes octogenárias Sophia Loren e Brigitte Bardot. Isso era serviço público e uma bela homenagem a duas grandes senhoras.

Como se mata nos dias de hoje

«A repulsa pelo matar em conjunto é muito recente. Convém não a sobrestimar. Ainda hoje, cada um toma parte em execuções públicas através do jornal. A coisa tornou-se, simplesmente, muito mais cómoda, como tudo o mais», Elias Canetti, "Massa e Poder".

O autor de origem búlgara escreveu no início do século XX. Naquele tempo não havia ainda redes sociais. Juntem os linchamentos dos jornais às partilhas das notícias nas redes sociais e temos a arte de matar no século XXI.