Imaginem um funcionário de um jardim infantil, que foi professor e pela crise fica apenas com a tarefa de trabalhar com as crianças. Estas gostam dele, brincam com ele, confiam nele.
Integrado na sociedade, tem os seus amigos, diverte-se com eles, tem uma vida não milionária, mas normal. De sentimentos, de afectos.
Uma das crianças, uma menina, numa das brincadeiras beija-o. Ele fica perplexo. A criança cria um fascínio e conta uma história a uma superiora dele, Uma história falsa, de abuso sexual. Corre o rumor que ele é um abusador, um pedófilo.
Toda a comunidade se volta contra ele, com a excepção de um amigo e do seu filho. A vida do homem fica completamente destruída.
Tudo isto é a base de um grande filme de Thomas Vinterberg, com um magistral Mads Mikkelsen, que se chama "A Caça".
Uma pequena história diz tudo sobre a sociedade actual, onde um rumor pode destruir uma vida, onde o ódio latente e silencioso perpassa pelas comunidades. A reacção ao inconsciente, a solidão de todos, apesar de uma sociedade global que vive mascararada pelas redes sociais Vejam-no.
domingo, 30 de junho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
Campanhas eleitorais baratas
Menezes, Seara e mais um punhado de candidatos autárquicos descobriram uma maneira fácil de fazer campanha eleitoral. Basta aguardarem por notícias da Justiça sobre a possibilidade deles próprios serem candidatos ou não. É mais barato e têm "media".
Etiquetas:
Campanhas eleitorais,
Comunicação Política,
Rui Calafate
sexta-feira, 28 de junho de 2013
As vendas reais da imprensa portuguesa
Estes são números muito importantes para a realidade da imprensa em Portugal. Os consultores de comunicação devem-nos saber de cor para desenvolver a sua estratégia para os seus trabalhos. O público em geral para perceberem melhor este sector que está em crise.
Correio da Manhã 111 993 (diários)
‘Expresso’ 79 980 exemplares vendidos por edição
Correio da Manhã 111 993 (diários)
‘Expresso’ 79 980 exemplares vendidos por edição
‘Jornal de Notícias’ 56 705 exemplares diários
‘Record’ 45 882 diários
‘Sábado’ 38 473 por edição
‘Visão’ 32 889 revistas por semana.
‘Público’ 17898 por dia
‘O Jogo’ 17 166 diários
‘Diário de Notícias’ 13 239 por dia
‘Sol’ 13 223 por semana.
"I" 3804 por dia
A Bola não está registada na associação que controla estes números.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
«Que há-de ser de nós?»
Leiam este grande texto do Pedro Santos Guerreiro. A minha vénia ao meu amigo.
O mau momento do presidente da Liga
Não conheço Mário Figueiredo de lado nenhum e nunca falei com ele, por isso ainda estou mais à vontade para falar sobre ele e a Liga.
Como estratégia optou por enfrentar a Olivedesportos e colocou os direitos de transmissão na sua agenda. Houve quem o encarasse como lufada de ar fresco, eu sempre o vi como um "kamikaze".
Nos últimos tempos tem tido intervenções e lançado debates que não fazem muito sentido. Disse em entrevista ao Record que a Taça da Liga devia acabar por haver excesso de jogos. Mas esqueceu-se de dizer o seguinte:
1- Todos os adeptos do futebol português entendem que há poucos jogos e que os jogadores têm uma vida de luxo em termos de quadro competitivo, quando se compara com outras Ligas. Então o que se passa por alturas do Natal e Ano Novo com uma inexplicável paragem é ridículo.
2- A Taça da Liga deu em 5 anos cerca de 20 milhões aos clubes intervenientes, o que numa altura em que os clubes não têm receitas não é despiciendo.
3- Mário Figueiredo não teve a arte e engenho para durante um ano conseguir arranjar um patrocinador para a Taça da Liga. E ao dizer que ela deve acabar, não estou a ver aparecerem marcas a quererem patrociná-la.
E nesta semana avançou com um estudo sobre diversas hipóteses para organização de um campeonato de outra maneira. Sobre o número de clubes até estou aberto à discussão, sobre mudança nos quadros competitivos não.
Um campeonato é uma prova de regularidade, faz sentido ter duas voltas e que ganhe o melhor. Introduzir outro tipo de mudanças, na minha opinião, era dar mais um passo para o terceiro mundo.
Os adeptos gostam do campeonato como ele é. Querem é transparência, arbitragens sérias e honestas, clubes sérios e honestos a cumprirem com os atletas, mais jogadores portugueses e competição justa. O resto é paisagem e apenas a luta de Mário Figueiredo para sobreviver. O que é difícil, pois, como disse, ele é um "kamikaze".
Como estratégia optou por enfrentar a Olivedesportos e colocou os direitos de transmissão na sua agenda. Houve quem o encarasse como lufada de ar fresco, eu sempre o vi como um "kamikaze".
Nos últimos tempos tem tido intervenções e lançado debates que não fazem muito sentido. Disse em entrevista ao Record que a Taça da Liga devia acabar por haver excesso de jogos. Mas esqueceu-se de dizer o seguinte:
1- Todos os adeptos do futebol português entendem que há poucos jogos e que os jogadores têm uma vida de luxo em termos de quadro competitivo, quando se compara com outras Ligas. Então o que se passa por alturas do Natal e Ano Novo com uma inexplicável paragem é ridículo.
2- A Taça da Liga deu em 5 anos cerca de 20 milhões aos clubes intervenientes, o que numa altura em que os clubes não têm receitas não é despiciendo.
3- Mário Figueiredo não teve a arte e engenho para durante um ano conseguir arranjar um patrocinador para a Taça da Liga. E ao dizer que ela deve acabar, não estou a ver aparecerem marcas a quererem patrociná-la.
E nesta semana avançou com um estudo sobre diversas hipóteses para organização de um campeonato de outra maneira. Sobre o número de clubes até estou aberto à discussão, sobre mudança nos quadros competitivos não.
Um campeonato é uma prova de regularidade, faz sentido ter duas voltas e que ganhe o melhor. Introduzir outro tipo de mudanças, na minha opinião, era dar mais um passo para o terceiro mundo.
Os adeptos gostam do campeonato como ele é. Querem é transparência, arbitragens sérias e honestas, clubes sérios e honestos a cumprirem com os atletas, mais jogadores portugueses e competição justa. O resto é paisagem e apenas a luta de Mário Figueiredo para sobreviver. O que é difícil, pois, como disse, ele é um "kamikaze".
quarta-feira, 26 de junho de 2013
E ainda mais uma reflexão sobre o "pic-nic" do Continente
Deixo mais uma reflexão sobre este "pic-nic" do Continente em Lisboa: se o presidente da Câmara Municipal de Lisboa fosse outro, José Sá Fernandes já tinha interposto uma providência cautelar ou uma acção judicial.
Mudam-se os tempos e lá vai estar ele ao lado das vacas e ovelhas, processos justicialistas desapareceram da cena política lisboeta.
Mudam-se os tempos e lá vai estar ele ao lado das vacas e ovelhas, processos justicialistas desapareceram da cena política lisboeta.
Etiquetas:
Câmara de Lisboa,
Continente,
José Sá Fernandes,
Lisboa,
Rui Calafate
Número de milionários cresceu em Portugal
Leio a notícia do DE que revela o título do meu post. É mais um sintoma de um Portugal de terceiro mundo. Onde a crise faz acentuar o abismo entre ricos e pobres e a classe média é sacrificada. Uma notícia preocupante.
Lisboa de terceiro mundo para o "pic-nic" do Continente
Realiza-se este domingo mais um evento do Continente nas ruas de Lisboa. desta feita, será no Terreiro do Paço. Lembro-me do que se passou o ano passado na Avenida Liberdade.
Para uma mostra de vacas, ovelhas e outros produtos, que culminaram num grande concerto de Tony Carreira, a principal artéria de Lisboa esteve fechada dois dias para que a parafernália promocional dessa cadeia de distribuição se instalasse. Com ela veio o caos no trânsito e o desencanto de muitos munícipes.
O sucesso foi grande, o canal público aderiu com programação ininterrupta do local, e com a desculpa de se promover o produto nacional tivemos um dia "terceiro mundista" na capital do País. Este ano, suspeito que o sucesso da operação será o mesmo, mas não é isso que está em causa.
1- O Continente tem todo o direito de promover um evento em Lisboa.
2- A Câmara Municipal de Lisboa tem todo o direito de se se associar ao evento e até arrecadar uma receita por essa acção comercial.
Porém, os lisboetas não têm de ver as suas vidas perturbadas, nem os turistas serem surpreendidos por um espectáculo que não estão à espera de encontrar na mais bela praça da Europa e num momento em que a cidade está na moda e o Turismo de Lisboa tem realizado magnífico trabalho na sua promoção.
Logo, o que contesto são os locais "oferecidos" pela CML para esta feira. Aqui, a liderança da cidade não pode tergiversar. Zonas nobres de Lisboa não são para este tipo de eventos promocionais. Por que é que a CML não disponibilizou o Parque da Bela-Vista e porque não, no futuro, utilizar o jardim do Campo Grande que está esquecido e em obras há mais de um ano?
Se queremos uma Lisboa no topo dos destinos turísticos, não a podemos violentar com acções dignas de terceiro mundo. Não pode valer tudo em Lisboa e um líder, por vezes, tem de dizer não e oferecer alternativas.
Para uma mostra de vacas, ovelhas e outros produtos, que culminaram num grande concerto de Tony Carreira, a principal artéria de Lisboa esteve fechada dois dias para que a parafernália promocional dessa cadeia de distribuição se instalasse. Com ela veio o caos no trânsito e o desencanto de muitos munícipes.
O sucesso foi grande, o canal público aderiu com programação ininterrupta do local, e com a desculpa de se promover o produto nacional tivemos um dia "terceiro mundista" na capital do País. Este ano, suspeito que o sucesso da operação será o mesmo, mas não é isso que está em causa.
1- O Continente tem todo o direito de promover um evento em Lisboa.
2- A Câmara Municipal de Lisboa tem todo o direito de se se associar ao evento e até arrecadar uma receita por essa acção comercial.
Porém, os lisboetas não têm de ver as suas vidas perturbadas, nem os turistas serem surpreendidos por um espectáculo que não estão à espera de encontrar na mais bela praça da Europa e num momento em que a cidade está na moda e o Turismo de Lisboa tem realizado magnífico trabalho na sua promoção.
Logo, o que contesto são os locais "oferecidos" pela CML para esta feira. Aqui, a liderança da cidade não pode tergiversar. Zonas nobres de Lisboa não são para este tipo de eventos promocionais. Por que é que a CML não disponibilizou o Parque da Bela-Vista e porque não, no futuro, utilizar o jardim do Campo Grande que está esquecido e em obras há mais de um ano?
Se queremos uma Lisboa no topo dos destinos turísticos, não a podemos violentar com acções dignas de terceiro mundo. Não pode valer tudo em Lisboa e um líder, por vezes, tem de dizer não e oferecer alternativas.
Etiquetas:
António Costa,
Câmara de Lisboa,
Continente,
Lisboa,
Rui Calafate
terça-feira, 25 de junho de 2013
Os briefings diários do Governo
Decidiu o ministro Poiares Maduro fazer briefings diários para esclarecer pontos e dúvidas com a imprensa. Em termos de assistência, vão lá estar todos os media.
Vão, porque em sete briefings, três vão dar títulos contra o Governo. O problema não é o Executivo ter má imprensa, o problema é a falta de coordenação do Governo e ninguém se entender muito bem.
Por isso, briefings diários mais do que uma oportunidade, vão ser um risco. Aliás, o Governo tem assuntos para falar todos os dias? Pronunciar-se-ão às segundas-feiras sobre o Big anormais Brother e os anormais na piscina da véspera. À terça sobre a Ruby e Berlusconi? Farão juízo de valor sobre o PIB português se o Benfica não ganhar jogos?
Face ao Governo ser péssimo a comunicar, não seria mais avisado o briefing ser semanal? E espero que a medida anunciada com parangonas em toda a imprensa, não seja cancelada e passada para Setembro por os jornalistas irem de férias.
Vão, porque em sete briefings, três vão dar títulos contra o Governo. O problema não é o Executivo ter má imprensa, o problema é a falta de coordenação do Governo e ninguém se entender muito bem.
Por isso, briefings diários mais do que uma oportunidade, vão ser um risco. Aliás, o Governo tem assuntos para falar todos os dias? Pronunciar-se-ão às segundas-feiras sobre o Big anormais Brother e os anormais na piscina da véspera. À terça sobre a Ruby e Berlusconi? Farão juízo de valor sobre o PIB português se o Benfica não ganhar jogos?
Face ao Governo ser péssimo a comunicar, não seria mais avisado o briefing ser semanal? E espero que a medida anunciada com parangonas em toda a imprensa, não seja cancelada e passada para Setembro por os jornalistas irem de férias.
O efeito Tony Carreira
Divulgo aqui estes vídeos criados para a promoção do "Pic-Nic" do Continente em Lisboa (aliás, propriamente sobre este evento farei outro post). Chama-se o "Efeito Tony", são muito ridículos, mas o objectivo de quem os criou é exactamente esse, que dará um bom viral para os milhares de fãs do cantor.
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Cada vez que um polítco fala, lembro-me disto...
...«outros prometem, Eanes cumpre». Cada vez mais actual.
Etiquetas:
Comunicação Política,
Ramalho Eanes,
Rui Calafate
O deslumbramento e o cair no real do Brasil
O Deslumbramento - Dois presidentes que foram grandes e Lula nunca teria sido o que foi sem Fernando Henrique Cardoso; taxas de crescimento a subir devido ao apetite dos mercados asiáticos nas "commodities" e petróleo; classe média com dinheiro e consumo; entrada no clube das grandes potências e economia emergente.
O Cair no Real - Manteve-se a corrupção e a falta de transparência; mantiveram-se os cuidados assistenciais e a educação de terceiro mundo; manteve-se o abismo entre ricos e pobres; manteve-se a violência e insegurança.
O Brasil é grande, tem tudo para ser um grande país, mas falta o salto de uma sociedade moderna, justa e equilibrada. Não sei se Dilma o compreende.
O Cair no Real - Manteve-se a corrupção e a falta de transparência; mantiveram-se os cuidados assistenciais e a educação de terceiro mundo; manteve-se o abismo entre ricos e pobres; manteve-se a violência e insegurança.
O Brasil é grande, tem tudo para ser um grande país, mas falta o salto de uma sociedade moderna, justa e equilibrada. Não sei se Dilma o compreende.
domingo, 23 de junho de 2013
Sugestões para a semana (12-2013)
Livros
"Uma Verdade Incómoda", John Le Carré, D. Quixote, 361 páginas. O novo de um escritor que escreveu os melhores livros de espionagem, a verdadeira, a dos gabinetes e dos homens cinzentos, e que com o passar do tempo, apesar de manter o seu campo de de acção, se refinou, tornendo-se um grande escritor.
"Brand Sense", Martin Lindstrom, Gestão Plus, 193 pág. Com prefácio de Philip Kotler, é um livro que aconselho para consultores de comunicação e técnicos de marketing. A sua investigação é sobre este tempo em que é mais difícil estar atento às marcas, como é que elas podem dar a volta ao problema. E isso passa pela ligação a todos os campos sensórias. Muito interessante e com boas histórias.
"Aprenda com a Mafia", Louis Ferrante, Esfera dos Livros, 256 pág. O autor foi membro de um clã da Mafia e o que faz neste livro é mostrar como as grandes organizações e os líderes empresariais se assemelham em termos de liderança e acção ao que a mafia representava. Livro divertido e com muitas histórias e citações engraçadas.
Cinema
"O Ouro de Nápoles", Vittorio de Sica. Vi ontem este filme, que tem vários sketches, do grande realizador italiano. Tem Sofia Loren, Tótó, Silvana Mangano com personagens engraçadíssimas e passado numa das cidades que mais gosto. Chamo só a atenção para quem põe o DVD no mercado para ter mais atenção às legendas, o que deforma o filme.
"A Caça", Thomas Vinterberg. Um filme genial, dos melhores dos últimos anos, com Mads Mikkelsen - um gigante actor - a trabalhar num jardim infantil. E como um rumor de uma criança semeia a raiva e o ódio de uma comunidade. Voltarei a escrever especificamente sobre este filme de eleição que é indispensável para cinéfilos.
Documentários
Hoje, no National Geographic, toda a verdade sobre Lance Armstrong. O mito com pés de barro. O campeão que afinal era um mero produto de substâncias proibidas.
No Arte, terça-feira, às 2.10h, "Detroit". A cidade onde se centrou a produção de automóveis americanos, Chrysler, General Motors, Ford, que foi uma cidade de sonho e que com a globalização passou à ruína.
Também no Arte, no mesmo dia às 22.45h, um documentário intitulado "Quando a Europa salva os bancos quem é que paga?". Uma das dúvidas que semeiam a indefinição das sociedades em crise e em dificuldades
Séries
Estreia hoje no TVSéries a segunda temporada de Magic City. Um criador de um hotel em Miami, nos finais dos anos 50, que pactua com a Mafia para levar adiante o seu sonho. Produção cuidada, roupa e imagens de época, personagens carismáticos e mulheres lindas. Grande série. E uma nota para o facto do TVSéries ser o único canal a estrear séries, quando as concorrentes aparentemente metem férias.
Esta semana morreu o James Gandolfini. Criou um personagem eterno, Tony Soprano, e a série "Sopranos" alterou por completo a relação do espectador com o pequeno ecrã, onde hoje está a qualidade de Hollywood. O TVSéries passa esta semana os dois últimos episódios. É para recordar.
Revista
Recomendo uma edição Paris Match/L´Histoire sobre a América de Kennedy. Aquilo que nós espreitamos ao de leve em Mad Men e Magic City, como era a sociedade americana nessa altura. Revista para guardar.
Restaurante
Esta semana voltei a ir almoçar ao "Madeirense", nas Amoreiras, reencontrei o sr. Manuel Fernandes, o dono que é um amigo, e comprovei que o bife de atum e os filetes de pescada continuam em grande. Bolo do Caco uma tentação e o sumo de maracujá que é uma tradição da ilha.
"Uma Verdade Incómoda", John Le Carré, D. Quixote, 361 páginas. O novo de um escritor que escreveu os melhores livros de espionagem, a verdadeira, a dos gabinetes e dos homens cinzentos, e que com o passar do tempo, apesar de manter o seu campo de de acção, se refinou, tornendo-se um grande escritor.
"Brand Sense", Martin Lindstrom, Gestão Plus, 193 pág. Com prefácio de Philip Kotler, é um livro que aconselho para consultores de comunicação e técnicos de marketing. A sua investigação é sobre este tempo em que é mais difícil estar atento às marcas, como é que elas podem dar a volta ao problema. E isso passa pela ligação a todos os campos sensórias. Muito interessante e com boas histórias.
"Aprenda com a Mafia", Louis Ferrante, Esfera dos Livros, 256 pág. O autor foi membro de um clã da Mafia e o que faz neste livro é mostrar como as grandes organizações e os líderes empresariais se assemelham em termos de liderança e acção ao que a mafia representava. Livro divertido e com muitas histórias e citações engraçadas.
Cinema
"O Ouro de Nápoles", Vittorio de Sica. Vi ontem este filme, que tem vários sketches, do grande realizador italiano. Tem Sofia Loren, Tótó, Silvana Mangano com personagens engraçadíssimas e passado numa das cidades que mais gosto. Chamo só a atenção para quem põe o DVD no mercado para ter mais atenção às legendas, o que deforma o filme.
"A Caça", Thomas Vinterberg. Um filme genial, dos melhores dos últimos anos, com Mads Mikkelsen - um gigante actor - a trabalhar num jardim infantil. E como um rumor de uma criança semeia a raiva e o ódio de uma comunidade. Voltarei a escrever especificamente sobre este filme de eleição que é indispensável para cinéfilos.
Documentários
Hoje, no National Geographic, toda a verdade sobre Lance Armstrong. O mito com pés de barro. O campeão que afinal era um mero produto de substâncias proibidas.
No Arte, terça-feira, às 2.10h, "Detroit". A cidade onde se centrou a produção de automóveis americanos, Chrysler, General Motors, Ford, que foi uma cidade de sonho e que com a globalização passou à ruína.
Também no Arte, no mesmo dia às 22.45h, um documentário intitulado "Quando a Europa salva os bancos quem é que paga?". Uma das dúvidas que semeiam a indefinição das sociedades em crise e em dificuldades
Séries
Estreia hoje no TVSéries a segunda temporada de Magic City. Um criador de um hotel em Miami, nos finais dos anos 50, que pactua com a Mafia para levar adiante o seu sonho. Produção cuidada, roupa e imagens de época, personagens carismáticos e mulheres lindas. Grande série. E uma nota para o facto do TVSéries ser o único canal a estrear séries, quando as concorrentes aparentemente metem férias.
Esta semana morreu o James Gandolfini. Criou um personagem eterno, Tony Soprano, e a série "Sopranos" alterou por completo a relação do espectador com o pequeno ecrã, onde hoje está a qualidade de Hollywood. O TVSéries passa esta semana os dois últimos episódios. É para recordar.
Revista
Recomendo uma edição Paris Match/L´Histoire sobre a América de Kennedy. Aquilo que nós espreitamos ao de leve em Mad Men e Magic City, como era a sociedade americana nessa altura. Revista para guardar.
Restaurante
Esta semana voltei a ir almoçar ao "Madeirense", nas Amoreiras, reencontrei o sr. Manuel Fernandes, o dono que é um amigo, e comprovei que o bife de atum e os filetes de pescada continuam em grande. Bolo do Caco uma tentação e o sumo de maracujá que é uma tradição da ilha.
Extrema-direita francesa pode ser maior partido em 2014
Vejo esta notícia do Expresso com uma vitória da extrema-direita em França e com a ameaça desta força de Marine Le Pen se tornar o maior partido francês.
Terá o seu mérito, naturalmente, mas nos tempos de angústia e crise, as pessoas desacreditam da política e são mais facilmente seduzidas por movimentos radicais.
Desde que a França perdeu Mitterrand, nunca mais se impôs na arena internacional e as lideranças têm sido decepcionantes. Chirac, Sarkozy e Hollande, que em tão pouco tempo bateu recordes de impopularidade, perderam importância. Não é só a França, mas a própria Europa que precisava de uma liderança forte com sotaque gaulês.
Enquanto as coisas continuarem assim, a Frente Nacional crescerá por ali. E no resto dos países europeus, forças radicais e extremistas reforçar-se-ão perigosamente.
Terá o seu mérito, naturalmente, mas nos tempos de angústia e crise, as pessoas desacreditam da política e são mais facilmente seduzidas por movimentos radicais.
Desde que a França perdeu Mitterrand, nunca mais se impôs na arena internacional e as lideranças têm sido decepcionantes. Chirac, Sarkozy e Hollande, que em tão pouco tempo bateu recordes de impopularidade, perderam importância. Não é só a França, mas a própria Europa que precisava de uma liderança forte com sotaque gaulês.
Enquanto as coisas continuarem assim, a Frente Nacional crescerá por ali. E no resto dos países europeus, forças radicais e extremistas reforçar-se-ão perigosamente.
Etiquetas:
França,
Marine Le Pen,
política,
Radicais,
Rui Calafate
A "campanha" mais negra de Saatchi
Charles Saatchi é um dos irmãos que criaram a famosa agência publicitária, Saatchi & Saatchi. Até há uns dias era um homem reservado, que não dava entrevistas, apenas aparecendo a falar de arte numa coluna que detinha num jornal inglês.
Nigella Lawson era a sua mulher. A partir do momento em que o tabloide "The People" publicou uma foto com ela a ser agarrada pelo pescoço por Charles, a sua reputação acabou. Pediu desculpas, declarou-se envergonhado, mas uma figura pública que pratica violência doméstica não tem desculpa.
A Saatchi & Saatchi sempre teve uma linha, em campanhas políticas ao lado dos Conservadores, muito dura e agressiva. Agora, o feitiço voltou-se contra o feiticeiro.
Nigella Lawson era a sua mulher. A partir do momento em que o tabloide "The People" publicou uma foto com ela a ser agarrada pelo pescoço por Charles, a sua reputação acabou. Pediu desculpas, declarou-se envergonhado, mas uma figura pública que pratica violência doméstica não tem desculpa.
A Saatchi & Saatchi sempre teve uma linha, em campanhas políticas ao lado dos Conservadores, muito dura e agressiva. Agora, o feitiço voltou-se contra o feiticeiro.
Etiquetas:
Campanhas eleitorais,
Rui Calafate,
Saathi & Saatchi
sábado, 22 de junho de 2013
Quando a autoridade perde a legalidade
«Quando a autoridade perde o seu carácter de legalidade, o ilegal não é aquele que contra ela se volta, mas sim aquele que a ela se curva»
Jacques Maritain, citado por Jarbas Passarinho em "Agosto", de Rubem Fonseca
Jacques Maritain, citado por Jarbas Passarinho em "Agosto", de Rubem Fonseca
quinta-feira, 20 de junho de 2013
As 10 lições de Tony Soprano
Retirei do espanhol ABC e por isso ficam 10 das melhores sentenças de Tony Soprano, em espanhol, para homenagear o actor James Gandolfini que partiu. Mais do que um grande actor, criou um personagem inesquecível.
-"No pagaré, sé demasiado sobre extorsión"
.
-"Me da igual que me tengan miedo. ¡Dirijo un negocio, no un puto concurso de popularidad!".
-"¿Te acuerdas de la historia que me contaste sobre el padre toro hablando con su hijo? Desde lo alto de una colina miran a un grupo de vacas y el hijo mira al padre y le dice: '¿Por qué no bajamos corriendo y nos follamos a una?'. ¿Te acuerdas de lo que el padre contesta? El padre contesta: '¿Por qué no bajamos andando y nos las follamos a todas?".
-"Solo jodemos al que merece ser jodido".
-"¿Que estoy detenido? De acuerdo. La última vez tardé tan poco en salir que mi sopa todavía estaba caliente cuando llegué a casa".
-"No se caga donde se come. Y mucho menos se caga donde como yo".
-"El cunnilingus y la psiquiatría nos han llevado a esto".
-"Es curioso, mi mamá siempre mencionaba a un tío que era retrasado mental pero siempre había pensado que se refería a ti".
-"Es como una pirámide, desde tiempos inmemoriales, la mierda baja y el dinero sube, es así de simple".
-"La vida no tiene cura".
quarta-feira, 19 de junho de 2013
António Costa confirma que é candidato a Belém
António Costa não tem sido um brilhante presidente da câmara de Lisboa, mas é um político hábil e talentoso e tinha um problema em mãos. A sua equipa, com honrosas excepções, era muito fraquinha.
Dois elementos, os mais fracos, eram mesmo dois freios, dois elementos desestabilizadores, da sua acção política. Refiro-me a Helena Roseta e Nunes da Silva. Costa resolveu o problema e chutou-os para a Assembleia Municipal.
Por outro lado, escolhe outro número 2. Sai Manuel Salgado, um independente que lhe trouxe credibilidade no primeiro mandato, e entra Fernando Medina, 40 anos, PS, com experiência governativa.
Para lá de Medina ser um nome a seguir para o futuro, o mais importante é que Costa não corre riscos. Não deixa como 2 o tal independente e mete um companheiro de partido, com perfil de seu sucessor e sem levantar problemas. Se alguém tinha dúvidas, Costa com esta manobra confirma a sua candidatura a Belém.
Dois elementos, os mais fracos, eram mesmo dois freios, dois elementos desestabilizadores, da sua acção política. Refiro-me a Helena Roseta e Nunes da Silva. Costa resolveu o problema e chutou-os para a Assembleia Municipal.
Por outro lado, escolhe outro número 2. Sai Manuel Salgado, um independente que lhe trouxe credibilidade no primeiro mandato, e entra Fernando Medina, 40 anos, PS, com experiência governativa.
Para lá de Medina ser um nome a seguir para o futuro, o mais importante é que Costa não corre riscos. Não deixa como 2 o tal independente e mete um companheiro de partido, com perfil de seu sucessor e sem levantar problemas. Se alguém tinha dúvidas, Costa com esta manobra confirma a sua candidatura a Belém.
Etiquetas:
António Costa,
Câmara de Lisboa,
Fernando Medina,
política,
Rui Calafate
terça-feira, 18 de junho de 2013
Brasileiros fazem cidadania sem medo
O Brasil elevou os seus patamares de qualidade de vida e consumo. Tudo começou com Fernando Henrique Cardoso, deu um salto ainda maior com Lula e mantém com Dilma.
Para lá dos seus recursos naturais, o Brasil é hoje visto como um país rico e com economia pujante. Não está em crise, não está angustiado, não está sem esperança como muitos outros países europeus.
Apesar disso, foram fortes as manifestações, ontem acontecidas, por todo o Brasil. Foi um manifesto de cidadania pura, contra o aumento dos transportes, contra o aumento do custo de vida, contra os gastos faraónicos em estádios de futebol (e eles amam o futebol), contra a falta de investimento em saúde e educação.
Um manifesto salutar numa sociedade que precisa de ser muito mais democrática, mais transparente, mais equitativa. O dinheiro não é tudo e muita gente ainda não percebeu isso, ontem começaram a perceber.
Para lá dos seus recursos naturais, o Brasil é hoje visto como um país rico e com economia pujante. Não está em crise, não está angustiado, não está sem esperança como muitos outros países europeus.
Apesar disso, foram fortes as manifestações, ontem acontecidas, por todo o Brasil. Foi um manifesto de cidadania pura, contra o aumento dos transportes, contra o aumento do custo de vida, contra os gastos faraónicos em estádios de futebol (e eles amam o futebol), contra a falta de investimento em saúde e educação.
Um manifesto salutar numa sociedade que precisa de ser muito mais democrática, mais transparente, mais equitativa. O dinheiro não é tudo e muita gente ainda não percebeu isso, ontem começaram a perceber.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
A diplomacia segundo John Le Carré
«Onde é que eu me situo, pergunta você. Ora essa, à mesa de reuniões. Sempre à mesa. Persuado, aplaino, discuto, argumento, adulo, confio. Mas não tenho expectativas. Adiro à consagrada doutrina diplomática da moderação em tudo e aplico-a aos abomináveis crimes de todas as nações, incluindo a minha. Deixo os meus sentimentos à porta antes de entrar na sala de reuniões e nunca saio furioso a menos que tenha recebido instruções para o fazer. Orgulho-me positivamente de fazer tudo pela metade»
John Le Carré, no seu novo livro "Uma Verdade Incómoda"
John Le Carré, no seu novo livro "Uma Verdade Incómoda"
sábado, 15 de junho de 2013
O que se passa mesmo com Cavaco
Nas últimas semanas são erros a mais, são ilusões da realidade, são multas sem sentido. É um fim de ciclo, é um fim de acção política, penoso para a sua carreira, que eu nunca apreciei, mas tem de ser respeitada.
Desde que a imprensa seguidista de Sócrates "abateu" Fernando Lima, e muito terá ele um dia para contar, Cavaco perdeu o seu principal conselheiro, a sua referência com o mundo.
Em Belém perdeu-se controlo, perdeu-se sapiência. Ficou a inexperiência e apenas o silêncio a ajudar o silêncio que sempre marcou Cavaco. Que está cada vez mais só, debilitado e risível.
Desde que a imprensa seguidista de Sócrates "abateu" Fernando Lima, e muito terá ele um dia para contar, Cavaco perdeu o seu principal conselheiro, a sua referência com o mundo.
Em Belém perdeu-se controlo, perdeu-se sapiência. Ficou a inexperiência e apenas o silêncio a ajudar o silêncio que sempre marcou Cavaco. Que está cada vez mais só, debilitado e risível.
Etiquetas:
Cavaco Silva,
Comunicação Política,
Fernando Lima,
Rui Calafate
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Borda D`Água para perceber o Governo
A oposição faz-se com imaginação, é um dos segredos da comunicação política. De parabéns o Bruno Dias, um dos melhores da nova geração do PCP, que sacou do Borda d`Água no parlamento, pode ver aqui, para tentar perceber a estratégia, ou falta dela, do Governo. Nem o Álvaro conseguiu evitar rir-se.
Etiquetas:
Bruno Dias,
Comunicação Política,
Governo,
Rui Calafate
terça-feira, 11 de junho de 2013
Mourinho de regresso a Londres
Foram 215 jornalistas acreditados na sala. Parecia o regresso de um velho actor a um palco onde brilhou. "I`m the happy one", disse, sem constrangimentos, sabendo que ali é amado e venerado.
Ao fim da sua primeira época em Londres, matando o jejum de 50 anos de um campeonato do Chelsea, a BBC fez uma reportagem com o que tinha mudado com a chegada do setubalense. Uma jornalista disse que o marido a amava, mas que a única pessoa por quem a trairia seria José Mourinho.
A Liga inglesa tem grandes jogadores, grande futebol. Mas o carisma, liderança e capacidade de comunicação de Mourinho trazem-lhe de novo outra magia.
Vem com a mesma ambição, porém, mais maduro, sabendo que «é preciso aprender todos os dias». «Quer ser adorado pelo que vai fazer agora e não pelo que fez no passado».
Durante três anos, foi massacrado diariamente pela imprensa espanhola, que nunca percebeu que Mourinho não tinha de, diariamente, fazer vénias para treinar o Real Madrid. O seu currículo bastava.
Perguntaram-lhe sobre isso, sobre a imprensa. Respondeu: «não digo qual é a imprensa que prefiro, mas vocês não são os piores», para gáudio da sala.
E selou a conferência de imprensa com mais esta frase: «às vezes não parece, mas eu sou humilde». Humildade a mais cansa, humildade sem reconhecerem o nosso talento é uma ofensa. "Welcome back".
Ao fim da sua primeira época em Londres, matando o jejum de 50 anos de um campeonato do Chelsea, a BBC fez uma reportagem com o que tinha mudado com a chegada do setubalense. Uma jornalista disse que o marido a amava, mas que a única pessoa por quem a trairia seria José Mourinho.
A Liga inglesa tem grandes jogadores, grande futebol. Mas o carisma, liderança e capacidade de comunicação de Mourinho trazem-lhe de novo outra magia.
Vem com a mesma ambição, porém, mais maduro, sabendo que «é preciso aprender todos os dias». «Quer ser adorado pelo que vai fazer agora e não pelo que fez no passado».
Durante três anos, foi massacrado diariamente pela imprensa espanhola, que nunca percebeu que Mourinho não tinha de, diariamente, fazer vénias para treinar o Real Madrid. O seu currículo bastava.
Perguntaram-lhe sobre isso, sobre a imprensa. Respondeu: «não digo qual é a imprensa que prefiro, mas vocês não são os piores», para gáudio da sala.
E selou a conferência de imprensa com mais esta frase: «às vezes não parece, mas eu sou humilde». Humildade a mais cansa, humildade sem reconhecerem o nosso talento é uma ofensa. "Welcome back".
segunda-feira, 10 de junho de 2013
O discurso miserável de Cavaco Silva
Foi uma vergonha, foi ridículo, foi abaixo de cão, o discurso proferido por Cavaco Silva, hoje, em Elvas. Teve o desplante de perder quase 30 minutos a falar de agricultura, quando foi ele que a matou.
Mas mais grave, o desplante por não aproveitar o tempo para falar dos problemas dos portugueses. Parecia que vivíamos no país das maravilhas. Crise não falou, desemprego não falou, altíssimo desemprego jovem não falou, miséria encapotada não falou. A Presidência dele já não é deste mundo, deste Portugal.
Cavaco está numa perda de popularidade e credibilidade irrecuperável. Portugal precisava de um Presidente que percebesse os portugueses. Porém, não percebe. É lamentável e será catastrófico. Se falam em eleições antecipadas para o Parlamento, devem-se ponderar eleições antecipadas para Belém.
Cavaco caducou, acabou. Serão penosos os seus últimos dias em Belém.
Mas mais grave, o desplante por não aproveitar o tempo para falar dos problemas dos portugueses. Parecia que vivíamos no país das maravilhas. Crise não falou, desemprego não falou, altíssimo desemprego jovem não falou, miséria encapotada não falou. A Presidência dele já não é deste mundo, deste Portugal.
Cavaco está numa perda de popularidade e credibilidade irrecuperável. Portugal precisava de um Presidente que percebesse os portugueses. Porém, não percebe. É lamentável e será catastrófico. Se falam em eleições antecipadas para o Parlamento, devem-se ponderar eleições antecipadas para Belém.
Cavaco caducou, acabou. Serão penosos os seus últimos dias em Belém.
sábado, 8 de junho de 2013
O "misticismo" da política e a falta dela
1- Cavaco recorreu, por influência da esposa, à Nossa Senhora para comentar a sétima avaliação da troika.
2- Vitor Gaspar andava indisposto com a sorte, por causa da semana do minuto 92 do Benfica.
3- Vitor Gaspar responsabiliza a chuva pelas quebras na construção civil e no investimento.
Quando é que se deixa o "misticismo" e volta a política?
2- Vitor Gaspar andava indisposto com a sorte, por causa da semana do minuto 92 do Benfica.
3- Vitor Gaspar responsabiliza a chuva pelas quebras na construção civil e no investimento.
Quando é que se deixa o "misticismo" e volta a política?
Etiquetas:
Cavaco Silva,
Governo,
política,
Rui Calafate,
Vitor Gaspar
sexta-feira, 7 de junho de 2013
A compreensão do leitor
«A compreensão do leitor depende muito de sua atitude na abordagem do texto, de sua predisposição, de sua isenção de ideias preconcebidas. E o leitor de jornal, habituado a ler sem dificuldade o jornal, está predisposto a entender tudo. E isto simplesmente porque jornal é para ser entendido»
Clarice Lispector, em "A Descoberta do Mundo"
Clarice Lispector, em "A Descoberta do Mundo"
quinta-feira, 6 de junho de 2013
De "bem intencionado" a "negociante e sócio de Relvas"
Mário Soares entrou numa fase de ofensa sem quartel ao actual Governo. Soares é uma grande figura da política portuguesa e uma referência, reconhecida a nível internacional, da esquerda. Mas com o passar do tempo tem gasto o seu capital político em intervenções quase diárias que beliscam a sua imagem como referência.
Não me esqueço que, há dois anos, deslocou-se à sede do PSD - em plena campanha eleitoral - para um encontro com Pedro Passos Coelho. Nessa altura, disse que ele era «um homem bem intencionado», dois anos depois e depois dos cortes do Estado à sua fundação, diz que «Passos Coelho é um negociante e é um sócio permanente do Relvas, apenas pensa em números e cifrões».
A coerência é um valor raro na política. Olhem para Ramalho Eanes para perceberem o que é um percurso exemplar de cidadania após se ter afastado do poder. E os políticos que aprendam com ele.
Não me esqueço que, há dois anos, deslocou-se à sede do PSD - em plena campanha eleitoral - para um encontro com Pedro Passos Coelho. Nessa altura, disse que ele era «um homem bem intencionado», dois anos depois e depois dos cortes do Estado à sua fundação, diz que «Passos Coelho é um negociante e é um sócio permanente do Relvas, apenas pensa em números e cifrões».
A coerência é um valor raro na política. Olhem para Ramalho Eanes para perceberem o que é um percurso exemplar de cidadania após se ter afastado do poder. E os políticos que aprendam com ele.
Etiquetas:
Mário Soares,
Pedro Passos Coelho,
Ramalho Eanes,
Rui Calafate
«Portugal está em perigo de vida»
Quem o diz é Freitas do Amaral. «Estamos numa das situações mais graves que Portugal viveu ao longo dos seus 900 anos de história. Só comparo esta situação em gravidade, em perigo para existência de um país chamado Portugal, à crise de 1383/85, que felizmente acabamos por ganhar com a batalha de Aljubarrota, e aos 60 anos [1580-1640] de ocupação castelhana através dos Filipes».
Os portugueses estão descrentes e sem esperança, perderam a confiança na classe política e apenas sobrevivem. Como tenho escrito.
Os portugueses estão descrentes e sem esperança, perderam a confiança na classe política e apenas sobrevivem. Como tenho escrito.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
A diferença entre o ordinário e o extraordinário
«A diferença entre o ordinário e o extraordinário é aquele pequeno extra»
Millôr Fernandes
Millôr Fernandes
Dois anos que parecem uma eternidade.
Faz hoje dois anos que Pedro Passos Coelho ganhou. Ele envelheceu e os portugueses estão cansados. Dois anos que parecem uma eternidade.
terça-feira, 4 de junho de 2013
Seguro e Portas no Grupo Bilderberg
Uma conclusão sobre esta escolha hoje anunciada: os poderosos e influentes do mundo não julgam que o PSD seja poder em breve e por isso voltam-se para o líder do PS e para uma possível muleta do poder.
Etiquetas:
António José Seguro,
Grupo Bilderberg,
Paulo Portas,
Rui Calafate
Desculpem, por terem de emigrar
Em Portugal convidou-se a emigrar. Um gesto que caiu como se houvesse uma desistência face a uma geração que não tem trabalho e o Governo não conseguiu dar a volta à situação e não tem políticas de emprego e de futuro para as gerações mais novas.
Agora, veja-se o que diz o novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta. Ele pediu desculpa aos italianos que têm de emigrar. Leio no Público que se desculpou em nome dos políticos que «durante anos, fizeram de conta que não percebiam e que, por palavras, acções e omissões, consentiram esta dissipação de paixão, de sacrifícios, de competências».
E acrescenta: «quando a esperança e a confiança são roubadas a uma geração inteira, não pode haver álibis, ninguém se pode dissociar pessoal ou politicamente. Nunca acreditei em salvadores da pátria. Acredito na comunidade».
Após estas palavras, decidiu colocar o tema do desemprego jovem na agenda da cimeira dos Chefes de Estado e de governo na União Europeia. Por cá, resignámo-nos e convidamos a emigrar. Estamos sem soluções.
Agora, veja-se o que diz o novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta. Ele pediu desculpa aos italianos que têm de emigrar. Leio no Público que se desculpou em nome dos políticos que «durante anos, fizeram de conta que não percebiam e que, por palavras, acções e omissões, consentiram esta dissipação de paixão, de sacrifícios, de competências».
E acrescenta: «quando a esperança e a confiança são roubadas a uma geração inteira, não pode haver álibis, ninguém se pode dissociar pessoal ou politicamente. Nunca acreditei em salvadores da pátria. Acredito na comunidade».
Após estas palavras, decidiu colocar o tema do desemprego jovem na agenda da cimeira dos Chefes de Estado e de governo na União Europeia. Por cá, resignámo-nos e convidamos a emigrar. Estamos sem soluções.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Álvaro Cunhal dá nome a rua em Lisboa e eu acho bem
A Câmara Municipal de Lisboa decidiu honrar Álvaro Cunhal com nome de rua em Lisboa, pode ler aqui. Para muitos pode ser polémico, para mim não é. Sou independente de partidos, mas gosto de homens honestos e intelectualmente brilhantes. Álvaro Cunhal era assim e faz parte da nossa história e do património político e cultural de Portugal e de Lisboa.
Candidatos do PSD têm vergonha do PSD e é uma vergonha
A maior parte dos observadores julga que o PSD sofrerá uma hecatombe nas eleições autárquicas. Como tal, muitos candidatos e figuras do PSD começam a dizer mal do Governo e no caso de várias campanhas escondem até o símbolo partidário.
Um movimento que começou na campanha dos Açores com Berta Cabral a pretender descolar-se do Governo do seu partido e que teve o resultado que sabemos.
Em Odivelas vejo o outdoor da candidata do PSD (?). Sim, reparo que é do PSD tem o símbolo do partido quase invisível no topo direito do mesmo, no sítio onde ninguém repara e só com uma lupa se vê. Mas é assim em muitos mais locais do País.
Em Cascais, Carlos Carreiras deu-se ao ridículo de fomentar um chamado movimento independente Viva Cascais que não é mais do que a sua coligação PSD/CDS e com pessoas de diversas instituições apoiadas financeiramente pela câmara. Tenho pena que também tenham escondido o apoio que os promotores imobiliários do concelho que abateram os hoteis Estoril-Sol e Atlântico, Godinho Lopes e Manuel Damásio, lhe dão. É que assim ficava junto o pior da política, o pior do Sporting e um dos piores do Benfica.
E todas as semanas, ontem outra vez, Marcelo Rebelo de Sousa o picareta falante do "entertainment", e que apoiará Carreiras, a demolir o Governo. É triste que um partido histórico e relevante se deixe manietar pelo tacticismo de figuras que não o respeitam. Os candidatos do PSD têm vergonha do PSD e é uma vergonha.
Um movimento que começou na campanha dos Açores com Berta Cabral a pretender descolar-se do Governo do seu partido e que teve o resultado que sabemos.
Em Odivelas vejo o outdoor da candidata do PSD (?). Sim, reparo que é do PSD tem o símbolo do partido quase invisível no topo direito do mesmo, no sítio onde ninguém repara e só com uma lupa se vê. Mas é assim em muitos mais locais do País.
Em Cascais, Carlos Carreiras deu-se ao ridículo de fomentar um chamado movimento independente Viva Cascais que não é mais do que a sua coligação PSD/CDS e com pessoas de diversas instituições apoiadas financeiramente pela câmara. Tenho pena que também tenham escondido o apoio que os promotores imobiliários do concelho que abateram os hoteis Estoril-Sol e Atlântico, Godinho Lopes e Manuel Damásio, lhe dão. É que assim ficava junto o pior da política, o pior do Sporting e um dos piores do Benfica.
E todas as semanas, ontem outra vez, Marcelo Rebelo de Sousa o picareta falante do "entertainment", e que apoiará Carreiras, a demolir o Governo. É triste que um partido histórico e relevante se deixe manietar pelo tacticismo de figuras que não o respeitam. Os candidatos do PSD têm vergonha do PSD e é uma vergonha.
Etiquetas:
Carlos Carreiras,
Comunicação Política,
Marcelo Rebelo de Sousa,
PSD,
Rui Calafate
domingo, 2 de junho de 2013
Sugestões para a semana (11-2013)
Livros
"Já então a raposa era o caçador", Hertha Muller, D. Quixote, 239 páginas. Nobel da Literatura em 2009 e este é o seu melhor livro. Na Roménia, nos últimos dias de Ceausescu, uma sociedade negra, miserável, sem liberdade, retratada de forma crua e realista.
"Comboio para Budapeste", Dacia Maraini, Casa das Letras, 391 pág. A sua editora destaca-a comparando com "Coração das Trevas" de Joseph Conrad e "As Benevolentes" de Jonathan Littel. Se os dois mencionados são excelsos, este livro também é magnífico. Uma viagem de comboio ao coração das mazelas da Europa.
"Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes", Mathias Énard, D. Quixote, 159 pág. Um pequeno e imaginativo livro sobre uma viagem de Miguel Ângelo a Constantinopla. A audácia de sonhar e cruzar um génio do Renascimento com o império otomano.
"Poderes Invisíveis", José Mattoso, Temas & Debates, 325 pág. O nosso grande especialista sobre o período medieval, encara o formar das crenças. Como o sagrado desafia o homem.
"O Enredo da Bolsa e da Vida", Eduardo Mendoza, Sextante, 238 pág. Eu gosto muito deste escritor catalão. Sendo a "Cidade dos Prodígios" e "Rixa de Gatos" as suas obras de proa, a primeira citada sobre o nascimento de Barcelona é absolutamente genial, tenho todos os seus livros porque tem uma escrita, noutros livros, divertida e sensível. Neste seu último livro, "brinca" com o actual estado da Europa e um ataque terrorista a Angela Merkel.
Filmes
"O Mentor" (The Master), Paul Thomas Anderson. De Hollywood saem hoje poucos realizadores interessantes. Este tem um cunho próprio, ambiciona a muito mais do que vender pipocas, tem "Boogie Nights", "Magnolia" e "Haverá sangue" no currículo. Este é mais uma visão sobre a construção da América contemporânea.
"A Árvore dos Tamancos, Ermanno Olmi. É a sua obra-prima, o dia-a-dia dos camponeses na região de Bérgamo. A sua vida de luta, o trabalho e a esperança.
Séries
Fringe - À venda a quarta temporada desta grande série de ficção científica. Um género do qual gosto, quase a herdeira de X-Files, o cruzamento de dois universos, com personagens bem gizados, criados por J. J Abrams, de "Alias" e "Lost"
Restaurante
Primavera- No Bairro Alto, continua com os seus traços antigos, mas as ameijoas de entrada e a seguir uns panados de sonho, entre outras iguarias, marcam bem. Eu jantei lá ontem e foi óptimo, sem esquecer a simpatia do serviço.
"Já então a raposa era o caçador", Hertha Muller, D. Quixote, 239 páginas. Nobel da Literatura em 2009 e este é o seu melhor livro. Na Roménia, nos últimos dias de Ceausescu, uma sociedade negra, miserável, sem liberdade, retratada de forma crua e realista.
"Comboio para Budapeste", Dacia Maraini, Casa das Letras, 391 pág. A sua editora destaca-a comparando com "Coração das Trevas" de Joseph Conrad e "As Benevolentes" de Jonathan Littel. Se os dois mencionados são excelsos, este livro também é magnífico. Uma viagem de comboio ao coração das mazelas da Europa.
"Fala-lhes de Batalhas, de Reis e de Elefantes", Mathias Énard, D. Quixote, 159 pág. Um pequeno e imaginativo livro sobre uma viagem de Miguel Ângelo a Constantinopla. A audácia de sonhar e cruzar um génio do Renascimento com o império otomano.
"Poderes Invisíveis", José Mattoso, Temas & Debates, 325 pág. O nosso grande especialista sobre o período medieval, encara o formar das crenças. Como o sagrado desafia o homem.
"O Enredo da Bolsa e da Vida", Eduardo Mendoza, Sextante, 238 pág. Eu gosto muito deste escritor catalão. Sendo a "Cidade dos Prodígios" e "Rixa de Gatos" as suas obras de proa, a primeira citada sobre o nascimento de Barcelona é absolutamente genial, tenho todos os seus livros porque tem uma escrita, noutros livros, divertida e sensível. Neste seu último livro, "brinca" com o actual estado da Europa e um ataque terrorista a Angela Merkel.
Filmes
"O Mentor" (The Master), Paul Thomas Anderson. De Hollywood saem hoje poucos realizadores interessantes. Este tem um cunho próprio, ambiciona a muito mais do que vender pipocas, tem "Boogie Nights", "Magnolia" e "Haverá sangue" no currículo. Este é mais uma visão sobre a construção da América contemporânea.
"A Árvore dos Tamancos, Ermanno Olmi. É a sua obra-prima, o dia-a-dia dos camponeses na região de Bérgamo. A sua vida de luta, o trabalho e a esperança.
Séries
Fringe - À venda a quarta temporada desta grande série de ficção científica. Um género do qual gosto, quase a herdeira de X-Files, o cruzamento de dois universos, com personagens bem gizados, criados por J. J Abrams, de "Alias" e "Lost"
Restaurante
Primavera- No Bairro Alto, continua com os seus traços antigos, mas as ameijoas de entrada e a seguir uns panados de sonho, entre outras iguarias, marcam bem. Eu jantei lá ontem e foi óptimo, sem esquecer a simpatia do serviço.
O exemplo do Jorge Pina
Jorge Pina não era muito conhecido publicamente, mas veio agora mais para a ribalta por causa de um programa de famosos que saltam para a água.
Ele era um dos melhores pugilistas portugueses, combateu no estrangeiro e foi campeão. Conheço-o pessoalmente porque fiz boxe com ele num ginásio onde ele dá aulas.^
Falo do exemplo dele porque, para lá de vários infortúnios, quase perdeu totalmente a visão. Apesar disso, continua a dar aulas de boxe e de RPM, sempre dando o máximo, sempre a sorrir, sempre a motivar as pessoas.
Podia ter-se resignado com a sorte madrasta da situação vivida, porém, com força de vontade, ultrapassou-a procurando outros objectivos. Não esperou a caridade, batalhou. Porque viver a vida é bem mais importante.
Ele era um dos melhores pugilistas portugueses, combateu no estrangeiro e foi campeão. Conheço-o pessoalmente porque fiz boxe com ele num ginásio onde ele dá aulas.^
Falo do exemplo dele porque, para lá de vários infortúnios, quase perdeu totalmente a visão. Apesar disso, continua a dar aulas de boxe e de RPM, sempre dando o máximo, sempre a sorrir, sempre a motivar as pessoas.
Podia ter-se resignado com a sorte madrasta da situação vivida, porém, com força de vontade, ultrapassou-a procurando outros objectivos. Não esperou a caridade, batalhou. Porque viver a vida é bem mais importante.
sábado, 1 de junho de 2013
Uma boa decisão do Governo
Finalmente, e tem sido coisa rara, uma boa decisão do Governo. Pode ser lida aqui: «O Governo concluiu a avaliação das responsabilidades nos 'swaps' contratados pelas empresas públicas e afastou todos os executivos envolvidos». Não se pode brincar com o nosso dinheiro. os responsáveis foram demitidos. É justo de elogiar.
Subscrever:
Mensagens (Atom)