domingo, 21 de julho de 2013

O poder dos "homens-sombra"

«O que tem a boca perto da orelha de César sempre desperta ódios e invejas», é uma máxima muito antiga à qual os séculos vieram dar razão. Surge neste artigo sobre o homem que influencia, na sombra, o PP espanhol desde os tempos de Aznar. Chama-se Pedro Arriola e diz o El País que é «mestre em fazer-se de morto».

É o conselheiro do líder, com ele analisa, monta estratégias, estuda sondagens, cria soundbytes. Em Portugal tenho alguma dificuldade em vislumbrar, no panorama actual, uma figura destas próxima dos líderes mais conhecidos. O último assim parecido foi Fernando Lima quando trabalhava com Cavaco.

Aliás, esse poderá ser um dos principais problemas dos líderes. Faltam conselheiros fora da esfera partidária, com outra visão e outro mundo, fora da intriga da baixa política e que sintam o pulsar da sociedade civil.

O Papa que está a pisar calos

Leiam este artigo do El Pais que é muito significativo. O Papa Francisco é muito popular, mas na Cúria há quem tenha os «calos pisados». Uma coisa são os fieis, e não só, que estão muito satisfeitos com ele, outra são os seus colegas que não gostam de ter os seus privilégios revogados. Algo a acompanhar.

sábado, 20 de julho de 2013

O buraco de Cavaco

Falou-se esta semana no "buraco da ministra", mas bem mais grave é o buraco de Cavaco. Ele com a sua pose esfíngica quis vingar-se de todas as maldades que Paulo Portas lhe fez no Independente. E ainda pretendeu entalar o PS ao impor um compromisso numa jogada «ousada» como lhe chamou Ramalho Eanes.

Portugal há mais de 15 dias que não tem Governo. Vitor Gaspar rebentou-lhe a credibilidade e Portas ajudou à festa com o seu irrevogável que engoliu três dias depois. Passos apresentou uma remodelação, Cavaco não confiou nela.

E por não confiar nela, atirou o País para mais uma semana de reuniões enquanto ia dormir com as cagarras. Só uma pessoa sonhadora acharia que haveria uma solução tripartida, uma nova troika, mas desta vez com os três principais partidos portugueses. Isso era impossível.

Cavaco ainda informou, julgo que de forma irrevogável, que um Governo de iniciativa presidencial estava completamente fora das suas cogitações. Ora, assim, ele não pode aceitar agora o Governo remodelado que recusou e não tem mais nada na manga. Só lhe sobra um caminho: eleições antecipadas no dia das eleições autárquicas.

Qualquer outra solução não é credível e não vai dar em nada. Cavaco jogou e perdeu. Quis fazer manobras florentinas com um País que não precisava delas. É o maior derrotado deste processo e deixou Portugal num buraco.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

«O buraco da ministra»

O JN faz hoje uma manchete ordinária. Se é de humor, é reles. Se é informativa, joga também com o reles. O JN tem perdido leitores, bem como todos os jornais portugueses, mas um jornal deve primar pelo bom gosto e pela seriedade. Julgo que os responsáveis já devem estar arrependidos.

terça-feira, 16 de julho de 2013

A dormir nas Selvagens

Portugal está sem Governo e ninguém sente saudades dele. Desde que Gaspar bateu com a porta e Portas abriu outra porta, entrámos numa espiral de crise que já meteu uma remodelação que não se verificou, uma comunicação de Cavaco, um debate do estado da Nação, reuniões em busca de compromissos de salvação nacional e ainda vai haver uma moção de censura.

É muita coisa. Na quinta-feira, enquanto Portugal não vai chegar a solução nenhuma, Cavaco decide dormir no silêncio das Selvagens. Deixou por cá tudo ao molho, enquanto dorme. Confesso que qualquer observador deve olhar para Portugal de uma forma inusitada e achando que há qualquer coisa de muito estranho.

Ao mesmo tempo assiste-se ainda a um contrato danoso com o BIC que deu 40 milhões por parte do BPN e que agora já exige 100 milhões ao Estado, num negócio com o carimbo da miss Swap. É grave demais, mas Cavaco dorme nas Selvagens...

domingo, 14 de julho de 2013

Sugestões para a semana (15-2013)

Livros

"A verdade sobre o caso Harry Quebert", Joel Dicker, Alfaguara, 680 páginas. Disseram que era o novo Stieg Larsson, o fenómeno de vendas à Dan Brown de 2013. Eu já o li, em 3 dias, é um livro magnífico de intensidade, de "suspense", uma trama magnífica, bons diálogos e conselhos para um escritor. Vão gostar.

"O Jogo das Contas de Vidro", Herman Hesse, D. Quixote, 445 pág. Reeditado por esta editora um dos melhores livros, juntamente com "O Lobo das Estepes", de um dos meus escritores preferidos. O livro que lhe valeu o Nobel da literatura, uma das grandes obras do século XX.

Cinema

Na segunda-feira à noite, o ARTE exibe dois dos grandes filmes de Luis Buñuel: ""O Charme Discreto da Burguesia" e "Esse Obscuro Objecto de Desejo".

O TVC2 exibe um dos meus filmes preferidos, na 3a às 13,30h, "O Vale era Verde" de John Ford.

Documentários

Hoje, no Odisseia às 21.45h, "Como o facebook mudou o mundo árabe". Sobre as Primaveras no Egipto, Tunísia e Líbia.

Na terça, às 19.50h, no ARTE, "O nosso veneno quotidiano". Sobre todas as coisas que ingerimos no dia-a-dia enquanto comemos.

Na quarta, à 1 da manhã, no ARTE, "Birth of Groove", sobre a importância da Motown e da Stax para o nascimento da música soul.

Séries

A FOX apostou forte e a série "The Bridge" é mesmo boa. É aos sábados às 22.15h

Exposição

Na Bacalhoa, em Azeitão, uma homenagem a Nelson Mandela com uma exposição de arte africana. Vale a pena a visita.

Restaurante

Tico-Tico, não está tão bom como já foi e está a fechar muito cedo. Jantei ontem ali na Avenida da Igreja, ainda tem boas opções e é bom para grupos mais alargados.

"Juntos criamos notícia"

O título do post é o slogan com que termina o Jornal das 8 da TVI. É engraçado como na altura em que o País tem espalhados milhares de slogans de candidaturas autárquicas, um dos canais generalistas faz este caminho de proximidade com quem é o seu espectador.

Tem de haver cumplicidade entre quem comunica e quem segue, é assim que se estabelecem relações . O marketing da informação do canal não esquece que hoje um televisor é quase mais um elemento da família, que rouba a atenção desse convívio porque lhe atribuem valor e importância ao que estão a ver.