Basta abrir qualquer revista de recursos humanos e só se vê falar no «nós». A sobreposição do grupo à importância de uma só pessoa. Os principais gurus da matéria falam de uma era do «nós». Confesso que é bonito.
Não sou politicamente correcto e gosto de ser mais incisivo nas minhas apreciações. Vou explicar o que penso sobre o que é mais importante: o «eu» ou o «nós».
Há uns tempos atrás, ouvi, num jardim, um excelente comunicador e "networker" (e também especialista em passarinhos) a discorrer sobre a importância do nós. Que o grupo é muito mais importante do que o indivíduo. Que as metas se atingem com mais força se o colectivo tiver um compromisso e estiver empenhado num objectivo comum.
Ouvi. O discurso foi bonito também e agrada habitualmente às plateias, mas falta pensar melhor.
Reparem bem: o que é o «nós»? É a primeira pessoa do plural. O que significa que a primeira pessoa do singular é «eu». O «nós» é uma soma de «eus».
Se o «eu» for fraco o «nós» não pode ser apenas uma soma de «eus» fracos?
Esse é o problema dos gurus. Se deixarem de tentar agradar às plateias e virem melhor, o «eu» é fundamental na afirmação do indivíduo, mas também nas suas ambições e objectivos, e, naturalmente, isso reflecte-se na força de um grupo ou colectivo.
Um «eu» de traços bem definidos e forte, de carácter e personalidade é decisivo em qualquer organização. Se uma empresa/organização tiver muitos «eus» será muito mais poderosa e pujante.
Portanto, caros gurus, o «nós» é fantástico quando tem diversos «eu» bem definidos. Se não, teremos apenas um bando de cordeirinhos mansos. Nenhuma empresa subsiste sem pessoas que individualmente têm orgulho e vaidade naquilo que fazem. Ter ego é bom.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
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