terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Presidenciais: a memória selectiva de Marcelo e a má memória do jornalismo

Uma das coisas que me tem divertido nos últimos tempos é a questão das presidenciais. Gosto do jogo do gato e do rato, gosto da marcação cerrada entre homens, gosto de ver o nervosismo a aumentar.

Santana miou condicionando os outros, Marcelo uivou nervoso e dormindo mal à noite com os nervos, Rio também ladrou, mas é um ladrar ainda sem objectivo. E Guterres também vai realizando ruídos, estes mais certos, pois a sua pretensa candidatura a secretário-geral da ONU é apenas uma daquelas conversas, bem conhecidas dos que têm memória, de mais tarde fazer constar que recusou um alto cargo internacional por um imperativo de consciência nacional. Para quem não percebeu, mas bastou na semana passada o desmentido da manchete do Sol - que o retirava da corrida - com uma declaração ao Expresso, Guterres é o candidato da esquerda e é um bom candidato.

À direita há algo que me faz rir na memória selectiva de Marcelo e na má memória de alguns jornalistas que publicam a sua tese. E qual é a tese dele? É que muitos candidatos à direita pulverizam a hipótese da mesma vencer as presidências.

Mas Marcelo tem memória só para o que lhe interessa, que é que tudo se una em torno da sua candidatura porque a sua cobardia habitual só lhe permite avançar pela certa e sem adversários. E não tem vergonha de se esquecer que, em 1985/86, a direita era unânime no apoio a freitas do Amaral. E a esquerda estava ultra-pulverizada com três pesos-pesados: Salgado Zenha, Maria de Lurdes Pintasilgo e Mário Soares. E, por sinal, a tal esquerda com muitos candidatos ganhou. E até ganhou o candidato que partia atrás nas sondagens.

Marcelo tem de compreender que uma eleição presidencial resulta da vontade de um homem. Do seu afã em se candidatar e não de unanimismos ou escolhas partidárias. É uma prova de coragem e mentalmente dura. Marcelo é medroso e frágil psicologicamente, sempre assim foi para seu mal. E ele até tem medo que o talhante do meu bairro tenha vontade de ser candidato presidencial. É que ele ainda não decidiu, mas pode. Basta recolher assinaturas.

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