quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Um País que não investe na ciência e na cultura
Leio aqui no Público a queda do investimento português na Ciência. E já sabemos do desinvestimento na Cultura. É um erro crasso, estratégico, pois estes são dois pilares que podem ser diferenciadores de Portugal e do nosso talento. São sinais mais confrangedores e preocupantes do que qualquer vinda cá do careca da troika.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Do "You tube" para a televisão
Em Espanha o canal 2 da TVE vai lançar hoje um programa chamado "Festa Suprema". Será diário e trará «o humor e a cultura alternativa« do "you tube" para a televisão. O objectivo é captar o público mais jovem.
Aquele que foge dos canais generalistas e se refugia no cabo ou em outras plataformas, especialmente, as redes sociais. Algo que em Portugal ainda não se percebeu e os canais generalistas estão sem criatividade para inovar.
Aquele que foge dos canais generalistas e se refugia no cabo ou em outras plataformas, especialmente, as redes sociais. Algo que em Portugal ainda não se percebeu e os canais generalistas estão sem criatividade para inovar.
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quinta-feira, 21 de novembro de 2013
A crise reputacional da Pepsi
Já vários colegas do meu sector se solidarizaram com os profissionais que em Portugal estão a gerir esta crise da Pepsi e a sua reputação, também o faço pois será muito difícil dar a volta.
O seu único aliado será o tempo, o esquecimento. Pois a voracidade do tempo mediático actual, a rapidez com que circulam notícias e desaparecem no horizonte é muito maior que em tempos idos.
Todo o mal do mundo nestes dias é da Pepsi. Como brinquei ontem «Rui Machete, Margarida Rebelo Pinto e João César das Neves bebem Pepsi». mas também o Governo, Mário Soares e outras figuras bebem Pepsi e até o Zé Castelo Branco caiu quando era pequeno num caldeirão de Pepsi.
Mas, efectivamente, só assim é porque a Pepsi fez uma campanha ridícula pela qual pediu desculpas. É a tal coisa: não se pedem desculpas, evitam-se.
O seu único aliado será o tempo, o esquecimento. Pois a voracidade do tempo mediático actual, a rapidez com que circulam notícias e desaparecem no horizonte é muito maior que em tempos idos.
Todo o mal do mundo nestes dias é da Pepsi. Como brinquei ontem «Rui Machete, Margarida Rebelo Pinto e João César das Neves bebem Pepsi». mas também o Governo, Mário Soares e outras figuras bebem Pepsi e até o Zé Castelo Branco caiu quando era pequeno num caldeirão de Pepsi.
Mas, efectivamente, só assim é porque a Pepsi fez uma campanha ridícula pela qual pediu desculpas. É a tal coisa: não se pedem desculpas, evitam-se.
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Rui Calafate
JFK
Foi há 50 anos em Dallas. Alguém, ninguém sabe ainda muito bem quem, apesar das inúmeras especulações e teorias da conspiração, disparou sobre o maior ícone que habitou a Casa Branca.
Tantas décadas passadas e tanto fascínio continua a despertar. A sua imagem marcou a comunicação política, a sua família marcou gerações nas revistas sociais. Fez discursos brilhantes e tinha um carisma impressionante.
Mas o que é certo é que tinha um lado obscuro e que durante a sua presidência permaneceu ocultado. Da sua liderança, que foi curta, o legado em termos políticos é um vácuo, mas deixou uma galeria fantástica de palavras ditas (como diria Mário Viegas) e de fotos inolvidáveis.
John Kennedy perdurará na história como um mito. Ficando a aura, e a dúvida, do que poderia ter feito. Como dizia Pessoa na "Mensagem": «O mito é o nada que é tudo».
Tantas décadas passadas e tanto fascínio continua a despertar. A sua imagem marcou a comunicação política, a sua família marcou gerações nas revistas sociais. Fez discursos brilhantes e tinha um carisma impressionante.
Mas o que é certo é que tinha um lado obscuro e que durante a sua presidência permaneceu ocultado. Da sua liderança, que foi curta, o legado em termos políticos é um vácuo, mas deixou uma galeria fantástica de palavras ditas (como diria Mário Viegas) e de fotos inolvidáveis.
John Kennedy perdurará na história como um mito. Ficando a aura, e a dúvida, do que poderia ter feito. Como dizia Pessoa na "Mensagem": «O mito é o nada que é tudo».
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
O Deus Cristiano Ronaldo e a boa gestão da FPF
Quem tem Cristiano Ronaldo tem tudo. Foi graças a ele que estamos no Brasil. Sem ele, éramos vulgares. Paulo Bento nunca foi, para mim, um grande treinador mas tenho respeito pelo seu carácter e merece ser feliz.
À portuguesa, é o nosso fado lusitano, só no último jogo, depois de algum sofrimento, conseguimos o apuramento. Cristiano Ronaldo é o melhor jogador português de todos os tempos. É atleta excepcional, um talento único, um profissional exemplar, de entrega total nos jogos e nos treinos, e um ícone universal. É um Deus.
A Bola de Ouro este ano tem de ser dele, a FPF tem de se movimentar e acompanhar o movimento que o Real Madrid já está a fazer, basta ver a "Marca" nos últimos tempos. Mas a FPF já o está a fazer e tudo se iniciou com aquele magnífico vídeo a preto e branco, mostrando o lado humano de CR7 enquanto se ouviam os dislates de Blatter.
E quero dar outra nota: apesar de algum descontentamento popular com as escolhas do seleccionador e com a preponderância de Jorge Mendes, o que é um facto é que as organizações da FPF com a selecção têm sido um sucesso, basta ver os estádios cheios, com muito público que habitualmente não vai aos estádios ver a equipa A ou B.
E nestas duas finais houve preparação cirúrgica, poucos repararam que nenhum jogador falou entre os dois jogos com a Suécia e Paulo Bento tinha a lição estudada nas conferências de imprensa. E com a ida ao Brasil, naturalmente, os cofres enchem-se mais.
É tempo da FPF passar a sabedoria com que tem gerido a selecção para outras vertentes do futebol nativo. E, face ao desastre da gestão da Liga, de Mário Figueiredo, ter um papel mais activo no espectáculo do futebol que bem precisa pois é uma vergonha ter estádios às moscas, ter clubes sem receitas a alterarem a verdade desportiva e uma arbitragem degradante. É tempo de outra intervenção da FPF não só na selecção, mas também no futebol português.
À portuguesa, é o nosso fado lusitano, só no último jogo, depois de algum sofrimento, conseguimos o apuramento. Cristiano Ronaldo é o melhor jogador português de todos os tempos. É atleta excepcional, um talento único, um profissional exemplar, de entrega total nos jogos e nos treinos, e um ícone universal. É um Deus.
A Bola de Ouro este ano tem de ser dele, a FPF tem de se movimentar e acompanhar o movimento que o Real Madrid já está a fazer, basta ver a "Marca" nos últimos tempos. Mas a FPF já o está a fazer e tudo se iniciou com aquele magnífico vídeo a preto e branco, mostrando o lado humano de CR7 enquanto se ouviam os dislates de Blatter.
E quero dar outra nota: apesar de algum descontentamento popular com as escolhas do seleccionador e com a preponderância de Jorge Mendes, o que é um facto é que as organizações da FPF com a selecção têm sido um sucesso, basta ver os estádios cheios, com muito público que habitualmente não vai aos estádios ver a equipa A ou B.
E nestas duas finais houve preparação cirúrgica, poucos repararam que nenhum jogador falou entre os dois jogos com a Suécia e Paulo Bento tinha a lição estudada nas conferências de imprensa. E com a ida ao Brasil, naturalmente, os cofres enchem-se mais.
É tempo da FPF passar a sabedoria com que tem gerido a selecção para outras vertentes do futebol nativo. E, face ao desastre da gestão da Liga, de Mário Figueiredo, ter um papel mais activo no espectáculo do futebol que bem precisa pois é uma vergonha ter estádios às moscas, ter clubes sem receitas a alterarem a verdade desportiva e uma arbitragem degradante. É tempo de outra intervenção da FPF não só na selecção, mas também no futebol português.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013
O valor da marca Bárbara Guimarães
Todas as estações têm uma imagem mais forte no entretenimento, um rosto mais conhecido e que tem um enorme valor de marca. Na RTP é a Catarina Furtado, na SIC é a Bárbara Guimarães, na TVI é hoje Cristina Ferreira.
Com essa visibilidade, muitas marcas se querem associar a essas figuras valendo-se da sua reputação, do seu valor, da sua beleza, da sua popularidade. A marca Bárbara Guimarães foi afectada pelo divórcio público e por uma série de temas polémicos que foram lançados pelo seu ex-marido.
Por certo que as marcas que a ela se associaram fizeram o seu diagnóstico e prepararam um dossier de crise, pois é de uma crise reputacional que falamos.
Devem as marcas abandonar os seus contratos com ela? Bárbara, pessoalmente, geriu bem a crise. Emitiu um comunicado oficial e remeteu-se ao silêncio, evitando a exposição que a iria desgastar.
Neste momento, e ainda nem tudo foi contado, as marcas não devem cortar os seus contratos. A sua imagem continua boa e nos próximos tempos vai ter uma bateria de comunicação positiva da qual a SIC se irá encarregar.
Bárbara, está escudada pelo seu canal e será a cara das galas do programa que domina o "prime-time" de domingo, as horas que valem ouro, e será bem promovida. Logo, as marcas ganharão com esta associação. A reputação dela foi abalada, mas para já com esta manobra comunicacional irá ultrapassar o problema.
Com essa visibilidade, muitas marcas se querem associar a essas figuras valendo-se da sua reputação, do seu valor, da sua beleza, da sua popularidade. A marca Bárbara Guimarães foi afectada pelo divórcio público e por uma série de temas polémicos que foram lançados pelo seu ex-marido.
Por certo que as marcas que a ela se associaram fizeram o seu diagnóstico e prepararam um dossier de crise, pois é de uma crise reputacional que falamos.
Devem as marcas abandonar os seus contratos com ela? Bárbara, pessoalmente, geriu bem a crise. Emitiu um comunicado oficial e remeteu-se ao silêncio, evitando a exposição que a iria desgastar.
Neste momento, e ainda nem tudo foi contado, as marcas não devem cortar os seus contratos. A sua imagem continua boa e nos próximos tempos vai ter uma bateria de comunicação positiva da qual a SIC se irá encarregar.
Bárbara, está escudada pelo seu canal e será a cara das galas do programa que domina o "prime-time" de domingo, as horas que valem ouro, e será bem promovida. Logo, as marcas ganharão com esta associação. A reputação dela foi abalada, mas para já com esta manobra comunicacional irá ultrapassar o problema.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
O que Carrilho deveria ter feito
Como tive o cuidado de escrever aqui no blog sobre este mediático divórcio à vista de todos, «nem Bárbara Guimarães é a Madre Teresa de Calcutá, nem Manuel Maria Carrilho é Gandhi».
Não os conheço pessoalmente, mas confesso que não tenho nenhuma simpatia por Carrilho e considero-o um pusilânime. Passado este registo de interesses, fica a minha visão de como o ex-ministro da Cultura podia ganhar este caso em termos comunicacionais.
Em primeiro lugar, era difícil ganhar. Pois Carrilho não é uma personalidade simpática e gera bastantes anticorpos, logo, o resultado deste embate é que ele foi vítima de uma vingança da sociedade contra ele.
Bárbara Guimarães geriu bem a crise, emitiu um comunicado oficial e depois remeteu-se ao silêncio. Por seu lado, Carrilho num estado quase tresloucado foi vítima da sua incontinência verbal que o levou a dar entrevistas e a fazer declarações todos os dias e a todos os meios. Foi violenta a forma como expôs a mãe dos seus filhos e os avós deles.
Podia ter toda a razão do seu lado, pode ter perdido a calma por ter sido afastado do contacto com as crianças e também por outros factores que ainda não são conhecidos, mas irão ser, porém, a forma como se expôs e ligou a ventoinha fez com que toda a face negativa deste mediático divórcio fosse ele. Como é que ele podia ter ganho mediaticamente este combate?
Bastava ter negociado com os meios que falaria, mas sempre sem ser citado, aparecendo como "fonte próxima" ou "amigo de carrilho". Contaria possíveis problemas da ex-companheira, contaria o défice de atenção com os filhos, abordaria o tema de uma terceira pessoa (se for o caso) e relembrava como Bárbara robusteceu o seu perfil ao casar com ele, passando de cara bonita a mulher com interesses culturais.
Passaria a imagem de fragilizado, triste, indo à porta de sua casa para ver os filhos (como o fez) e uma semana depois dava uma entrevista emocional e emocionada ao CMTV a chorar, como deu. Seria o marido fragilizado, ultrapassado, bom pai, de quem as pessoas poderiam ter pena. Porque "everyone loves a scrappy underdog».
Carrilho perdeu o controlo emocional, não se aconselhou, limitou-se a ligar a ventoinha e mediaticamente foi aniquilado. Nas conversas que manteve com vários amigos do PS, e a quem contou as suas mágoas, contou toda a verdade. Parte dela ainda não é sabida, mas o tempo irá fazer as pessoas conhecerem o filme todo. Nem Bárbara Guimarães é a Madre Teresa de Calcutá e muito menos Carrilho é Gandhi. Mas ele perdeu esta batalha na comunicação.
Não os conheço pessoalmente, mas confesso que não tenho nenhuma simpatia por Carrilho e considero-o um pusilânime. Passado este registo de interesses, fica a minha visão de como o ex-ministro da Cultura podia ganhar este caso em termos comunicacionais.
Em primeiro lugar, era difícil ganhar. Pois Carrilho não é uma personalidade simpática e gera bastantes anticorpos, logo, o resultado deste embate é que ele foi vítima de uma vingança da sociedade contra ele.
Bárbara Guimarães geriu bem a crise, emitiu um comunicado oficial e depois remeteu-se ao silêncio. Por seu lado, Carrilho num estado quase tresloucado foi vítima da sua incontinência verbal que o levou a dar entrevistas e a fazer declarações todos os dias e a todos os meios. Foi violenta a forma como expôs a mãe dos seus filhos e os avós deles.
Podia ter toda a razão do seu lado, pode ter perdido a calma por ter sido afastado do contacto com as crianças e também por outros factores que ainda não são conhecidos, mas irão ser, porém, a forma como se expôs e ligou a ventoinha fez com que toda a face negativa deste mediático divórcio fosse ele. Como é que ele podia ter ganho mediaticamente este combate?
Bastava ter negociado com os meios que falaria, mas sempre sem ser citado, aparecendo como "fonte próxima" ou "amigo de carrilho". Contaria possíveis problemas da ex-companheira, contaria o défice de atenção com os filhos, abordaria o tema de uma terceira pessoa (se for o caso) e relembrava como Bárbara robusteceu o seu perfil ao casar com ele, passando de cara bonita a mulher com interesses culturais.
Passaria a imagem de fragilizado, triste, indo à porta de sua casa para ver os filhos (como o fez) e uma semana depois dava uma entrevista emocional e emocionada ao CMTV a chorar, como deu. Seria o marido fragilizado, ultrapassado, bom pai, de quem as pessoas poderiam ter pena. Porque "everyone loves a scrappy underdog».
Carrilho perdeu o controlo emocional, não se aconselhou, limitou-se a ligar a ventoinha e mediaticamente foi aniquilado. Nas conversas que manteve com vários amigos do PS, e a quem contou as suas mágoas, contou toda a verdade. Parte dela ainda não é sabida, mas o tempo irá fazer as pessoas conhecerem o filme todo. Nem Bárbara Guimarães é a Madre Teresa de Calcutá e muito menos Carrilho é Gandhi. Mas ele perdeu esta batalha na comunicação.
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