Ângela Guedes teve o condão de despertar um interessante debate sobre o actual papel do assessor de imprensa, tudo começou no seu blog (ponho aqui a 2ª parte) e posteriormente houve contributos vários, de que destaco Luís Paixão Martins e Estrela Serrano.
E em especial deixo uma palavra a Fernando Moreira de Sá que, no PiaR, fez um magnífico tríptico com as suas ideias sobre o assunto. Apesar de não concordar com a última ideia, a que já chegarei e dá título ao meu post.
Em primeiro lugar, um comentário à ideia da Ângela sobre os consultores de comunicação estarem à vista ou se, pelo contrário, devem permanecer discretos.
Tenho por mim que um consultor/assessor deve ser discreto no seu trabalho com o cliente. Quando trabalhamos com empresas, marcas, instituições ou pessoas, estamos a comunicar os clientes, logo, o nosso papel é de mero parceiro, coadjuvante.
A vedeta é o cliente. Quem queremos que apareça é o cliente. O nosso papel é o de mera consultoria estratégica e de acção, assessoria, táctica ao cliente. O bom é para o cliente e só se houver algo de negativo ou de crise aí devemos aparecer mais em defesa do nosso cliente. Este é o nosso trabalho.
Agora, o outro lado, é a promoção da nossa actividade e da nossa própria marca. O Luís Paixão Martins deu bem o exemplo da Ângela. Hoje, eu escrevo isto, porque começou no blog da Ângela Guedes e assim tenho a minha percepção sobre ela. E nós somos o que somos, o que fazemos e o que escrevemos.
É a partir da nossa reputação que podemos promover o nosso trabalho e, naturalmente, com o nosso poder no universo mediático, quanto maior ele for melhor protegemos os nossos clientes. Por isso a nossa exposição mediática, a título pessoal ou empresarial, quando for positiva é boa para as nossas marcas próprias e para os que trabalham connosco e confiam em nós.
Segundo ponto da minha argumentação: o assessor não morreu. O que são hoje os assessores? Com quem lidamos?
Em empresas e instituições, o Conselho em Comunicação, lida com directores de comunicação e de marketing de empresas; com pessoas, dou exemplo da política, lidamos com assessores próximos do decisor.
O Fernando explica muito bem como o universo mediático mudou, de como se multiplicaram as ferramentas de comunicação.
Hoje em dia o assessor/director de comunicação ou marketing, por muito bom que seja, não chega para tudo e não é especialista em tudo. Hoje, o seu papel é o de fazer briefings, dar jogo e pôr uma equipa com diversas valências a trabalhar num objectivo comum.
Mas o assessor/director de comunicação ou marketing continua a ser o elemento mais próximo e de maior confiança junto dos políticos, empresas ou instituições. O assessor não morreu, deixou foi de ser plenipotenciário, passando a ser um coordenador de vários profissionais nomeadamente de consultores de comunicação.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
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Meu caro,
ResponderEliminarO que afirmei coincide com a tua opinião. A diferença é semântica. Ou quase.
Para mim morreu o Assessor Tradicional que se limitava a "intermediar" entre o cliente e os media tradicionais. Ele morre com o 2.0
Que, por sua vez, levou ao surgimento do Consultor cujas valências são mais amplas. Foi esse o motivo da sua morte ou, se preferirem, da sua substituição.
Passou de mero intermediário a, como afirmas,ser um coordenador de vários profissionais. Ora, para mim, esse coordenador chama-se Consultor de Comunicação. O qual coordena o trabalho de assessoria de imprensa com a publicidade, marketing, RPs, etc...
Um abraço e obrigado.