domingo, 10 de abril de 2011

A directora de comunicação do Sporting e outros modelos

Como ontem referi, o Sporting escolheu uma «especialista em transversalidade» para liderar a sua comunicação. E é um erro e vou explicar porquê.

A jornalista Irene Palma é bonita, mas desconheço-a e aos seus talentos. A sua escolha não é nada consensual por outros jornalistas desportivos. Revelo ainda que também se pensou num jornalista do Diário Económico para o cargo.

Godinho Lopes foi assessorado pela Cunha Vaz & Associados, bem assessorado pelo meu amigo, grande sportinguista e bom profissional, Miguel Morgado. A escolha de Irene Palma é uma decisão de Carlos Barbosa que vai mandar na comunicação e marketing do clube, e ninguém votou nele para isso. Logo, este vice-presidente vai fazer "as suas coisas" no clube.

Quando o Sporting, há um ano, escolheu Nuno Dias para liderar a comunicação do clube disse que era um erro tal como é um enorme erro a escolha actual. Porquê?

O Sporting cai no pequenino de escolher asessores de imprensa, uns tipos porreiros para os jornalistas, mas sem qualquer visão global do que é o Sporting enquanto Clube e Marca de elevado potencial.

Um director de comunicação tem de ter outro perfil ou então escolher-se outro modelo na comunicação do clube. Um director de comunicação de um grande clube tem de ser um nome de prestígio, com experiência muito mais vasta do que apenas jornalista desportivo, tem de conhecer o mundo em que vive, conhecimentos de marketing, envolvimento com parceiros e patrocinadores, ser duro quando necessário. Dou dois exemplos e modelos para comparar.

O Benfica escolheu João Gabriel para esta área. Jornalista da SIC, com experiência na Amorim Turismo, assessor de um Presidente da República. Não gosto muito da figura, mas é competente. E dá mais nas vistas pois nem Vieira nem Jorge Jesus são comunicadores de excelência. Tem um perfil duro, sério, mesmo autoritário, dá o corpo às balas nos momentos difíceis e blindou a comunicação, que antes dele era um passador.

O Porto tem outro modelo e muito interessante. Tem um director de comunicação com experiência televisiva, o Rui Cerqueira, mas mais discreto. É apenas uma peça numa engrenagem que funciona bem e que sabe o que está a fazer. Ainda por cima Pinto da Costa e Villas Boas são bons na arena comunicacional.

Mas o Porto, tem também uma das mais fortes agências de comunicação, a LPM, na comunicação da sua Marca e nos momentos difíceis. Recorde-se que foi o próprio Luís Paixão Martins a estar envolvido na operação do Porto Canal, que será o veículo de transmissão, o canal Porto.

O Sporting, mais uma vez erra. Vai buscar apenas uma assessora de imprensa, que não blindará o balneário nem as relações com os jornalistas e não tem qualquer capacidade para pensar o universo Sporting e a sua Marca Por exemplo, sobre o Canal Sporting, algo que escrevi durante as eleições, o que está a ser planeado? Patrocínios e merchandising o que irá acontecer? Comunicação institucional do Presidente?

O Sporting continua a pensar pequeno e mais uma vez, na área da comunicação, arranca atrás dos seus rivais. É um mau sinal.

1 comentário:

  1. Caro Rui Calate,

    "Apropriei-me" do seu artigo e, devidamente linkado e identificado o seu autor, coloquei-o no meu blogue "ANortedeAlvalade" pela excelente análise que faz sobre esta recente decisão do meu clube.

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