sexta-feira, 29 de abril de 2011

Paulo Portas sobe a temperatura

Na terça-feira, Teresa Caeiro, nº1 das listas do CDS por Lisboa, afirmou que «Paulo Portas devia apresentar-se como candidato a Primeiro-Ministro». Para alguns foi uma declaração inusitada, mas conhecendo eu os dois já se sabia que tudo tinha sido combinado entre eles.

Ontem de manhã, um jornalista de política ligou-me por causa das minhas declarações sobre Pedro Passos Coelho na "Meios & Publicidade". Uma das coisas que lhe disse foi: «o Paulo Portas vai subir a temperatura para combater de antemão o discurso do voto útil». Hoje, basta ver a manchete do SOL, e aí está a assumpção desse desígnio "solicitado" pela sua amiga Teggy.

Paulo Portas sente o cansaço das pessoas com Sócrates e a falta de afirmação junto das mesmas de Passos Coelho. Mas sabe que esse mesmo cansaço e o maior índice de rejeição de Sócrates será o fado cantado pelo PSD para apelar ao voto útil.

Inteligente, hábil, sagaz na detecção dos temas que caem no goto dos portugueses, astuto na forma de comunicar, Portas sabia que tinha de travar o apelo ao voto útil na recta final com a devida antecedência. Ontem, por exemplo, numa acção de rua, já se apresentava de fato e gravata imaculados como numa qualquer cartilha de imagem um Primeiro-Ministro deve ter.

Quem o conhece sabe como a sua imagem e comunicação são cuidadosamente preparados pelo próprio. Chega a isolar-se, acompanhado da sua caneta "futura" azul a pensar e a criar a frase certa, o soundbite que dá manchete.

O "Paulo", como é carinhosamente tratado, tem um virtuosismo natural que dispensa injecções de adrenalina ou pautas preparadas por um qualquer "marqueteiro" de segunda apanha.

Portas já viu o filme todo. Sente diariamente o seu partido a crescer e uma onda de simpatia para com ele, pois as alternativas dos maiores partidos não entusiasmam. Quem pode votar PSD, fá-lo apenas porque sim, mas sem motivação e apenas por cansaço de 6 anos de PS. E é esse eleitorado que Portas quer cativar e entusiasmar com as suas propostas, a sua equipa jovem, mas de categoria indiscutível, e com o seu discurso preparado e carisma indesmentível.

Portas afirma: «Sócrates não vai ganhar as eleições». Com essa frase afasta o "lobo mau" dos indecisos e do centro-direita. E sente que o terreno que pisa é fértil para o crescimento do seu partido.

E mais: está a ser criada a onda, fomentada por todos os partidos, Presidente da República, empresários e decisores, que o próximo Governo será amplo, terá de ter diversa representação partidária - uma ampla coligação de salvação nacional - e de independentes. Ora, com esse cenário delineado na prática e subliminarmente, o voto útil à esquerda e direita será muito menos sentido. E isso ajuda naturalmente Paulo Portas, que como escrevi, há já algum tempo, poderá ter um resultado magnífico e está a trabalhar bem para isso acontecer.

3 comentários:

  1. Sendo do PSD estou dolorosamente angustiado: se ouvir o coração votarei PSD; se ouvir a razão teri de votar CDS.

    Militante do PSD com as quotas em dia.

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  2. sandra joão1/5/11 11:26

    Então vamos pensar com a consciência e votar naquele que nos oferece garantias, alternativas e soluções de tolerância e responsabilidade. Eu conto com Paulo Portas como Primeiro Ministro de Portugal! E estou certa, que Porta contará com os votos dos portugueses. Não tenham medo de escolher aquele que pensa na pátria e respeita os portugueses, como ninguém ainda o fez!

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  3. Anónimo1/5/11 12:56

    Seja coerente com a razão. Ir atrás do coração deu no que deu. Ganhe coração. Não custa nada e PORTUGAL precisa de nós.

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