Sobre os silêncios de Cavaco Silva nada melhor do que a alcunha que sempre lhe destinei: a esfinge de Belém.
Cavaco pautou a sua carreira política com silêncios, tornando as suas intervenções públicas, assim, mais fortes e com elevado peso comunicacional.
Cavaco foi eleito há muito pouco tempo, foi relegitimado pelos votos, tem uma força e aura retocada por essa confiança popular, mas nesta fase em crescendo de conflito político, de ataques sem quartel e com uns senhores tecnocratas do FMI por cá mantém o silêncio uma vez mais.
Sobre o seu silêncio, destaco este artigo de hoje da Ana Sá Lopes no I.
Mas em Belém, pelo que me contam, existe algum nervosismo. Cavaco permitiu e condicionou a situação actual. Aceitou eleições num piscar de olhos levando o país à loucura de mais um acto eleitoral sem qualquer intervenção sua, como se não pudesse fazer nada. E podia.
Cavaco está nervoso com o PSD em que nunca confiou, está preocupado com as sondagens, com o profissionalismo mediático da máquina de Sócrates e com o amadorismo que vai revelando parte do PSD (quando se sabe que Miguel Relvas é muito profissional nestas coisas), com o crescimento e aproximação do PS e com o crescimento dos pólos, nomeadamente CDS e PCP.
É que se o PSD não vence claramente, ele sabe que a sua margem de manobra cai dramaticamente e se o PSD perder vai ter de se demitir.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
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