quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Carta a Jovens Consultores (6) - Legalizar o Lobby?

Luís Pedro Silva, quadro de uma empresa farmacêutica, a quem já tinha respondido no passado enviou-me mail a questionar sobre a prática e legalização da actividade de lobbying.

A actividade do Lobby é perfeitamente natural e já existe há muito tempo em todo o mundo. Em Portugal não está legalizada, mas devia estar e ser reconhecida.

Por cá, temos duas formas de Lobby: a tradicional e bem latina, habitualmente amadora, que é a famosa "cunha". E temos outra actividade, não ao alcance de todos, profissional, que se chama "Public Affairs". As boas agências de comunicação costumam exercer esta actividade, desenvolvendo estratégias a longo prazo e trabalho diário nesta área.

Ainda há pouco tempo, uma amiga muito simpática deste mercado, me perguntava se eu achava bem que ela tirasse um mestrado ou um curso nesta área. O que lhe respondi foi simples: todos os cursos e formações - e as leituras também - são importantes para a nossa valorização pessoal e profissional. No caso de Public Affairs a mesma coisa, mas com uma nuance. Sem contactos e uma rede de networking na área de influência os cursos valem muito pouco neste campo de trabalho.

Entendo que o Lobby deve ser reconhecido, porque é uma actividade transparente e que é saudável quando reconhecido para a democracia. É a defesa de determinado ponto de vista, yema ou interesse junto de outros grupos, habitualmente, de influência.

É trabalhar para que a visão de um problema ou um conjunto de interesses dê a conhecer a sua opinião ou o seu trabalho. E a transparência na vida das sociedades é útil, tudo o que seja opaco contribui para o afrouxar das instituições e o enlamear de determinadas pessoas.

Concluindo, o Lobby nada tem de negativo, é uma actividade legítima e que deve ser transparente e reconhecida.

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