segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nobre política, o caso de Fernando (Nobre) Triste

A política é uma actividade nobre, assim a aprendi a viver e a respeitá-la e aos seus protagonistas. Quem me fez gostar de política foi o meu avô.

Fundador da concelhia do PS da Golegâ e da secção do Bairro Alto (aquela na curva ao pé da Praça das Flores), juntamente com Gustavo Soromenho, o patrono na advocacia de Mário Soares. O meu avõ nunca foi nada na política, gostava do PS e nunca quis nenhum cargo nenhuma benesse.

Por isso, com a sua memória sempre viva, há certas criaturas que por vezes nos surpreendem pela negativa.

Pela primeira vez na vida concordei com Louçã, o que é muito difícil. A ida de Fernando Nobre para as listas do PSD e como putativo candidato a Presidente da Assembleia da República, é «uma fraude».

Nobre já foi tudo na vida. Bloquista, soarista, monárquico, activista e agora vai parar ao PSD. Criticou os políticos e a política nesta campanha presidencial, enlameou a casa da democracia com ataques mal feitos, defendeu a independente e livre cidadania. E o que aconteceu?

Se lhe restava alma, vendeu-a ao diabo. Talvez para pagar contas, não sei. Mas Nobre quer sentar-se na instituição que atacou e enlameou e tornou-se a tal «fraude» aos olhos de muitos milhares que votaram nele.

O PSD fez o convite com boa intenção, julgando que o nome de Nobre poderia ser integrador de muitos independentes desiludidos com a política. Fê-lo na óptica da caça ao voto, tacticamente bem jogado.

Porém, muitos ainda não perceberam que ninguém é dono dos votos de ninguém e Nobre não é, afinal, nenhum sindicato de voto firme. Os seus eleitores nas presidenciais não são cativos dele.

Logo, pelas reacções que se viram, Nobre traiu quem votou nele e desiludiu a grande maioria que tinha confiado nele. Fernando Nobre tornou-se um gigantesco tiro no pé, um exemplo para os anais da política de transformismo sem alma e sem convicções.

Fernando Nobre não é nobre, é triste figura, podia mudar o nome para Fernando Triste, tenho a certeza que muitos dos que votaram nele aplaudiriam esta ideia.

1 comentário:

  1. Não encontra melhor definição para as cambalhotas do sujeito. Parabéns Calafate

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