domingo, 30 de maio de 2010

Presidenciais à direita

As eleições presidenciais deviam ser marcadas por um amplo debate sobre o papel de Portugal, com questões constitucionais e de regime à mistura.

Com ideias claras, programas bem definidos. Não apenas um duelo entre o bardo de Coimbra e a esfinge de Belém, com um médico mediático a decorar a corrida.

E acima de tudo, nas próximas presidenciais não deviam estar em jogo apenas dois gerontes. Duas pessoas de diferenças bem vincadas, de que não sou fâ, mas com mais de 70 anos.

Não acredito também que uma candidatura nasça como apenas um foco de ressentimento de sectores católicos conservadores, apesar de ter muita simpatia pessoal por António Bagão Félix.

Portugal precisa de definir bem o papel do Presidente da República, precisa de definir bem que Constituição quer. Precisa de definir a sua relação com o nosso universo natural que é a Lusofonia.

Nestas eleições gostava de ver outros protagonistas. Realistas, mas com discurso optimista e outra força vital. Diriam: mas seria um candidato para perder...

Talvez, mas se alguém avançasse com outro perfil não seria nunca nem perdedor nem ganhador. Estaria a fazer um serviço cívico e com bom discurso dar injecção de ânimo a Portugal.

Por isso, gerontes não, mas mais bons candidatos precisam-se. Até para atenuar a voz estridente de Alegre e o silêncio sem causas de Cavaco.

Nem poesia nem um contabilista. Apenas um optimista, com boa energia, mas realista acerca dos problemas que enfrentamos.

1 comentário:

  1. Miguel Morgado31/5/10 06:13

    Boa leitura do momento político actual. O teu desejo está, no entanto, respondido no próprio corpo do texto: Fernando Nobre é o tal....

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