terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Lição" de comunicação para a directora de comunicação do Sporting

Escrevo de forma pedagógica e construtiva, com alguma experiência, para que a directora de comunicação do Sporting possa aprender com esta singela contribuição como se faz comunicação, vou dividir por pontos.

1- Primeiro factor e o mais importante. A pessoa com quem trabalhamos tem de confiar plenamente em nós, para que a nossa palavra seja a decisiva nos territórios da comunicação. Tem de se criar uma relação de dependência para que a nossa posição seja incontestada e a nossa opinião a mais válida. Isto é uma regra na comunicação política, institucional, de produto, nos clubes ou numa gestão de crise.

2- Conhecer o universo onde nos movemos, não só os media tradicionais mas também os "new media", porque é aí, por exemplo, que sentimos a temperatura e o pulsar diário da família sportinguista. Além disto é preciso conhecer "mundo", ter cultura abrangente e é tão importante saber quem é o Rinaudo como o Michelangelo Antonioni, Tolstoi ou Vermeer (um realizador de cinema, um grande escritor e um enorme pintor, por exemplo). Quanto mais abrangente o conhecimento do universo mediático, melhor estamos preparados para o 3º ponto.

3- Escolher o momento, sentir o pulsar das coisas e comandar o momento, dominar a agenda mediática. Porque há timings e timings.

4- Convencer a pessoa com quem trabalhamos de que é este o momento de surgir e depois construir a mensagem. Nós devemos fazer o "soundbyte" e construir o conteúdo da mensagem que deve ser simples e eficaz, pois torna-se mais contundente.

5- Se optarmos pela Lusa, o melhor meio para massificar a mensagem sem ofender nenhum jornal ou meio em particular, escolher a hora certa para que os on-lines apanhem a mensagem.

6- Agarrar no telemóvel e mandar um sms para os meios que nos acompanham chamando a atenção para o soundbyte criado. Isso é a parte de assessoria mediática pura.

7- À tarde quando vemos o nosso trabalho nos on-lines e na manhã seguinte nos jornais, rádios ou tv`s sentimos a nossa missão cumprida. É giro trabalhar em comunicação.

Mas para isso temos de ser credíveis, mais temidos do que amados, e respeitados pelos jornalistas com quem trabalhamos, quando isso não acontece meu amigo, mais vale pôr a viola no saco. Pois quando for o caso de termos de dar a cara - imaginem numa conferência de imprensa dura contra os árbitros - sermos credíveis na mensagem que propagamos.

Infelizmente a actual directora de comunicação do Sporting não tem os 7 pontos atrás adiantados e não tem força mediática junto dos meios. É uma pena, mas tinha-o dito quando foi escolhida. Nada me move contra ela mas há coisas que são gritantes e espero que possa aprender alguma coisa com este meu contributo.

Confesso-lhes que o maior culpado é o sr. Carlos Barbosa (não sei se já voltou das férias na croácia) que a escolheu, ela é jovem e pode evoluir na sua carreira. É o que sinceramente desejo.

2 comentários:

  1. Sim, para este cargo não basta ser bonito, é necessário saber MUITO. Conhecer as linhas com que se cose... saber a ligação clubística de certos jornalistas, e sabe-los colocar no lugar deles.

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  2. O Sporting é um desastre comunicacional. Mesmo os dirigentes eleitos precisam de um curso de sensibilização...

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