sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A entrevista de Godinho Lopes e os milionários asiáticos no Sporting

Li a entrevista de Godinho Lopes ao Expresso. Deve ter sido curta, pois muitos temas ficaram por abordar.

Fiquei a saber que o Presidente do Sporting faz yoga e dorme tranquilo, o que é importante, que jogava futebol a defesa-esquerdo e mais importante que vai abrir o capital da SAD a investidores, em princípio estrangeiros.

A frase que faz título é um bocadinho "messiânica": «Se não tivesse vindo para cá (...), o Sporting tinha acabado», o que me parece um bocadinho exagerado.

Registo ainda esta frase: «as contratações foram decididas uma a uma por mim. O Carlos Freitas é um ás, e quem me foi colocado enquadrava-se no perfil». Pergunta minha: então e onde mora no processo Luis Duque?

Mas vamos ao que é verdadeiramente novo: a abertura de capital da SAD: «por isso estou a pensar fazer - comunicando à CMVM primeiro - uma abertura de capital da SAD. Naturalmente que andamos a fazer há muito tempo o trabalho de casa e, quando e se houver o investidor (...).É um tema que terá de passar pelos sócios».

Godinho Lopes tem sempre cuidado, em mais passagens, de deixar tudo ao cuidado dos sócios, isso é positivo. E afirma: «Há um investidor que chega e diz: "só entro se você me der tranquilidade de quatro anos". Nessa altura haverá eleições. Mas digo-lhe mais: se isso suceder, a única coisa que direi é que tenho um investidor, nem faço campanha». Portanto, vamos ter eleições em breve e, se a equipa de futebol estiver bem, o Presidente é praticamente imbatível pois está popular junto da maioria dos sócios. Mas é natural que tenha alguma oposição.

Quanto aos investidores internacionais, o Sporting tem efectuado "démarches" na Ásia, Médio Oriente e Inglaterra. Confirmo o nome do multimilionário de Singapura, Peter Lim (aqui julgo que com a ajuda de Jorge Mendes); Carlos Barbosa (julgo que pela mão de Ângelo Correia) já esteve no Qatar, mas as coisas não correram bem; e foi contactado o grupo de indianos que comprou o Blackburn Rovers.

Tenho reflectido sobre este assunto, há mais de uma semana que o faço. O Sporting, infelizmente, está numa situação financeira gravíssima. Construtivamente, entendo que a abertura a investidores pode ser positiva e nada tenho contra ela. Mas não podemos esquecer duas coisas:

-O Sporting é um Grande. Não é o Beira-Mar, por isso qualquer investidor terá de dar garantias futuras, para não vir cá brincar um bocadinho e depois se ir embora deixando o clube na lama. E eu preferia que fosse sempre um português sportinguista a investir, manda assim o coração, apesar de racionalmente ser difícil.

-O Sporting é um Grande clube eclético. Todos amamos o futebol, mas adoramos os atletas de todas as modalidades que nos trazem conquistas e orgulho. E o modelo dos milionários asiáticos está sustentado apenas no futebol. Por isso na SAD não renego a entrada de investidores, no clube para mim isso é proibido.

E mais importante de tudo: ouvindo os sócios e respeitando a sua decisão, nada passando sem o seu crivo, pois o tempo dos cheques em branco - o do catastrófico projecto Roquette - já morreu.

1 comentário:

  1. talvez seja um becadito exagerado...mais um mandato à "Jebo"...30.000 sócios pagantes...confiança em níveis muito baixos...continuar, era capaz disso, mas de forma muito penosa...estávamos a assistir à crescente "belenização" do Sporting...e vamos ver como saímos desta, para já, o capital de confiança começa a voltar...agora, falta o outro capital o humano...precisamos com urgência de 100.000 sócios e depois dobrá-los...Saudações das Nossas LEONÍSSSSSSSSSSSSSSSIMAS!!!

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