Segundo ponto, não pertenço a nenhum partido (nunca pertenci) e, por isso, não sou nenhum guerrilheiro das redes sociais, arena onde, diariamente, vejo gente, verdadeira e não existente, a digladiar-se em mortíferas batalhas campais, onde a arma de arremesso é a verve e a de defesa é a falta de memória. Assim sendo, o meu comentário é independente, sem ódios cegos e sem irracionalidade.
Eu gostava que em Portugal a Justiça fosse eficaz, que não temesse poderosos nem o dinheiro dos poderosos, que colocasse a ver o sol entre as grades quem inequivocamente rouba, quem prejudica um Pais para se governar com negociatas. A Justiça deve ser cega, independente, sem preconceitos, mas deve ser certeira e não demorada.
Ao prenderem preventivamente José Sócrates durante 10 meses, quem o fez, sabiam que condicionavam percepções - e muitas vezes a percepção é mais importante que a realidade - que haveria uma condenação geral da população mesmo, como acontece, que não houvesse uma clara condenação construída pela máquina judicial.
O certo é que já passaram dois anos e José Sócrates ainda não sabe do que é acusado. Dois anos é muito tempo, como diria uma canção, muitas notícias foram soltas, muitos cenários foram construídos. Eu gostava que, em todos os casos, a Justiça fosse célere, porque nesta altura do campeonato a maior parte dos portugueses já tem suposições, já julgou o ex-Primeiro-Ministro na sua consciência, mas o que é certo é que até agora são só percepções e cenários, enquanto a reputação de um indivíduo, que desempenhou um dos mais altos cargos do país, está nas ruas da amargura.
Agora a PGR dá mais 6 meses para o Ministério Público investigar José Sócrates. É demasiado tempo e a Justiça arrisca-se, ela também, a ficar com a sua margem de erro e reputação de rastos.
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