domingo, 28 de agosto de 2011

Sporting: como não se deve fazer uma conferência de imprensa

Até a mim às vezes se torna maçador falar destes assuntos. Mas é uma pena que a comunicação do Sporting seja um "case-study» de como não se deve trabalhar em comunicação, pois o amadorismo é gritante.

Peço que vejam as imagens da apresentação do novo reforço, bom jogador, Insúa. E peço que vejam o post-scriptum.

1- Nenhuma conferência de imprensa arranca sem que as suas condições técnicas sejam verificadas com antecedência. É muito giro aparecer no palco ao lado de um dirigente e de um jogador, mas convinha que um tempo antes se testassem as condições técnicas do auditório. Lembram-se quando Sócrates foi apanhado pelas televisões quando testava antes de entrar num directo? Pois meus amigos, isso é profissional. Preparar com antecedência para que nada falhe no directo. Daí aqueles problemas de áudio registados e eram evitáveis como podem ver nas imagens.

2- Ter o guião das coisas, se não consegue memorizar que escreva num papel. Passa pela cabeça que se tenha esquecido que era Carlos Freitas o primeiro a falar e a apresentar o jogador antes das perguntas dos jornalistas? As desculpas evitam-se por isso é ridículo pedir desculpa pelo esquecimento como podem ver pelas imagens.

3- Quem dá a cara numa conferência de imprensa é o centro da mensagem. Quem está ao lado deve estar de forma mais estática sem fazer «ruído» para não desviar a atenção. Passar uma conferência de imprensa a enviar sms é falta de respeito por quem está a falar. Se tem de trabalhar, sai do palco. Mas se forem ver a conferência de imprensa de Godinho Lopes sobre a arbitragem foi muito pior. O advogado ao lado estava sempre a mascar pastilha e a directora de comunicação na maior parte do tempo a enviar sms.

É com muita pena que escrevo isto, mas espero que seja utilizado como lição prática para o futuro e que a senhora aprenda. Já todos viram o óbvio, menos o único responsável pela sua contratação que foi o sr. Carlos Barbosa.

Basta fazer um telefonema em caso de dúvida que há sportinguistas que andam no universo da comunicação há muitos anos e que podem ajudar nos momentos difíceis. Agora, nos momentos fáceis era importante que o Sporting não passasse a imagem de amadorismo a que infelizmente nos tem habituado.

PS: E há outro pormenor importante que vai para além de uma análise técnica: aquele momento da conferência de imprensa a mandar calar os sócios é que também não me agrada nada. É bom que se lembre que quem lhe paga o salário não é quem a escolheu. São os sócios com as quotas e o seu amor ao clube. Os sócios do Sporting sabem manter o silêncio e o respeito não precisam de ser mandados calar.

1 comentário:

  1. Hugo Correia28/8/11 08:06

    Realmente compreende-se a estupefacção pelo gritante amadorismo. Como profissional na área da comunicação e amante do clube faz bem em alertar. Quer se queira quer não, estes são sinais que passam para o exterior, mas também para o interior de um grupo.
    Já agora, permita-me discordar da posição do Sporting em relação aos árbitros, de que também tem saído em defesa. O Sporting falar dos árbitros é o mesmo que se discutir até à exaustão a avaliação dos professores, cansa e está longe de ser matéria prioritária, para o clube num caso, para o país no outro. Penso ser de evitar que se gaste demasiada energia na defesa de posições em matérias que no meu entender, são acessórias. Ao Sporting cabe apenas mostrar pura e simplesmente um futebol atractivo e mobilizador, o que já há algum tempo não se vê.

    «Quem saiba aguardar o bem que se quer, não segue pelo caminho do desespero se esse está tardando; ao contrário, quem deseja uma coisa com muita impaciência põe nisso demasiado de seu para que o sucesso venha a recompensá-lo suficientemente.» La Bruyère, Os caracteres

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