O Jornal de Negócios convidou-me para um exercício engraçado. O que eu faria se fosse consultor de comunicação de Rupert Murdoch.
Enviei às 16 horas de sexta-feira e uma das coisas que escrevi foi que Murdoch teria de pedir desculpa. E o magnata já pediu, não me ouviu nem pagou nada pelo conselho, mas tinha de o fazer. De resto, disse o seguinte e esbocei um discurso que pode ser lido na página 34 da sua edição de hoje e a seguir:
«Rupert Murdoch atravessa a sua maior crise de sempre. Tenho a certeza que seria o trabalho mais difícil que alguma vez realizei, mas seria também a minha maior avença. Murdoch encontra-se num caminho difícil. Tem poder, como muito poucos têm, em Inglaterra e nos EUA onde criou a Fox e trouxe os Republicanos para a media, que era tradicionalmente influenciada pelos Democratas.
Na Grâ-Bretanha o seu damage control passa pela sua retirada da arena mediática, mas sem perder a face nos investimentos que tenciona fazer. Teria de apostar na credibilização dos seus meios e na independência dos seus conteúdos.
Teria de dizer que é um empresário e não um editor, e que confia nas suas equipas de jornalismo que fazem jornalismo de qualidade. Abandonaria os tablóides, reconheceria erros cometidos e apostaria na ligação a bolsas a jornalistas para investigação independente.
E numa declaração garantiria que «sou contra os abusos da liberdade de imprensa e nunca mais permitirei que os meios de comunicação que detenho invadam ilegalmente a privacidade alheia. As pessoas têm o direito de saber, essa é uma das premissas do jornalismo, mas não vale tudo». Esta seria uma das linhas de força - o soundbite - criadas por mim de uma declaração que Murdoch teria de fazer.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
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