Dois países amigos, unidos pela mesma língua, colonizador e colonizado no passado, hoje, nação decadente face a uma nova potência pujante.
Nestes pequenos duelos, habitualmente amigáveis, exibe-se a alegria vibrante dos brasileiros face ao triste fado, sinal evidente de um país conservador e retrógado.
O Brasil é o país do futuro, já dizia Stefan Zweig (recomendo a Morte no Paraíso, de Alberto Dines, sobre a sua vida), e Deus é brasileiro. Por ali sempre reinou o «oxalá», a alegria e a esperança. Um país exuberante, sensual, voluptuoso, colorido, apetitoso.
Portugal é um país bipolar. Conservador e fechado, tristonho, medíocre. Onde se sobrevive calado e com pouca ambição. Mas, de repente, como num passe de mágica, os que sobreviviam com dificuldades ontem, apenas por uma pequena coisa positiva, já se acham os reis do nada.
Foi assim no Mundial. Depois da Costa do Marfim instalou-se o pânico e a depressão, após a Coreia do Norte, aí estava a bipolaridade dos altos e baixos constantes, e já ganhávamos o Mundial.
Portugal continua cativo do fado, o Brasil explode diariamente ao som do samba. Dois países amigos, irmãos, e tão diferentes. O velho aristocrata falido face ao burguês com ambição.
Portugal sobrevive, Brasil vive. É na grandeza e na miséria de dois povos, que dois países páram por causa de uma simples bolinha de futebol. Durante 90 minutos, todos esquecem os problemas. É essa a alegria do desporto-rei.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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