quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Carta a Jovens Consultores (4) - 1a Resposta

Vou responder à primeira pergunta desta secção. Foi feita por Luis Pedro Silva, External Affairs Officer de uma empresa da área farmacêutica que me pediu para não divulgar.

«Como comenta a qualidade da formação em Portugal na sua área de especialidade (comunicação e relações públicas)?»

Caro Leitor

As Universidades portuguesas não estão preparadas para formar bons profissionais na área de Conselho em Comunicação.

Primeiro, muitos docentes são professores de cultura geral, e alguns são medíocres, sem qualquer conhecimento nem experiência nesta área de actividade.

Pela também falta de conhecimento geral do que fazemos (culpa das associações e empresários do sector), a área de Conselho em Comunicação (as agências) é ainda pouco estudada e pouco conhecida. Logo, os próprios alunos desconhecem na maior parte dos casos (há excepções, naturalmente, dou o exemplo do António Marques Mendes que é um bom professor universitário), o que fazemos.

A melhor formação é a tarimba diária e ter a sorte de ter colegas mais velhos que partilhem experiências e tenham gosto em ensinar. Depois, depende efectivamente da personalidade do jovem consultor.

Uma múmia, um burro, uma pessoa com falta de interesses gerais, sem leituras, sem ler pelo menos diariamente um jornal dificilmente será um bom consultor. Poderá ser um mero medíocre assessor, um operário de comunicação que envia uns press releases para os jornais e pouco mais.

Por isso, apesar de já haver mestrados onde se pedem trabalhos específicos (elaboração de campanhas eleitorais, trabalhos de PR, etc), é preciso que as universidades percebam melhor o que fazemos e deixem de falar de clássicos da comunicação, meros exercícios teóricos, que hoje não fazem sentido.

Mais trabalhos práticos e mais informação do lado dos formadores. Aquando da saída das universidades os mais jovens têm de ter sorte (sempre importante), dinamismo e interesses pessoais, empenhamento e estarem bem integrados nas estruturas profissionais e acompanhados por séniores que tenham gosto em ensinar e ajudar a desenvolver talentos.

1 comentário:

  1. Luis Pedro Silva7/10/10 04:19

    Muito obrigado pela sua resposta.

    Cumprimentos,

    Luis

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