terça-feira, 19 de outubro de 2010

Carta a Jovens Consultores (5) - Cobranças difíceis

A pergunta é feita por leitor identificado que pediu o anonimato, diga-se, mas trabalha como consultor de comunicação (isto autorizou-me a escrever).

Pergunta: «Num momento tão difícil que as empresas atravessam, não correm riscos as agências de comunicação de não receber de alguns clientes? Como é que esse problema se ultrapassa?»

Minha Resposta: Uma pergunta muito pertinente nos tempos que correm. A crise da nossa economia pôs muita gente em dificuldades e também, naturalmente, as empresas.

Por isso, tanto agências grandes como pequenas serão afectadas por clientes com dificuldades de tesouraria. E já o eram no passado quando existe manifesta má fé por parte de alguns.

Como resolver a situação? São casos que ninguém gosta de enfrentar, mas dentro dos contratos celebrados há alternativas e a via do diálogo é sempre a melhor. E, por vezes, ter paciência e compreensão é um gesto que ninguém esquece, desde que não haja abusos.

Em casos de reincidência ou atropelos contratuais gritantes, por exemplo, acho que uma Associação ligada ao nosso mercado deveria ter uma lista de maus pagadores e empresas a evitar. Era um contributo para todos e um aviso para que empresários sem escrúpulos tivessem o seu nome (ou da empresa) à vista de todos, o que poderia servir de dissuasão para situações que ninguém deseja.

Porém, há uma situação condenável e que todos os que andam neste mercado deviam banir e reprovar. Agências de comunicação que contratam "gorilas" para assustar e bater em clientes que não pagam (pagando-lhes 30% da dívida a cobrar) é algo de éticamente incomentável e revela uma ausência total de valores e má formação humana.

Ninguém deseja maus pagadores, mas também ninguém gosta de conviver com gente que fomenta tais práticas.

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