segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A Coca Cola na China

Há pouco tempo estive num almoço com o embaixador da China. Ali, ele dizia que o mercado chinês continuava atractivo para investir porque o mercado interno tem uma tendência natural de crescimento. E há enormes potencialidades em diversos sectores.

Apesar das recentes notícias de crises, ainda hoje mais uma, na bolsa de Xangai, o que é verdade é que o mercado chinês, pelo seu volume, é uma das geografias onde as grandes empresas têm de estar e sem complexos sobre um regime que não é democrático e é controlado por um capitalismo de Estado dominado pelo partido Comunista.

Ontem lia no El Pais que a Coca Cola vai investir 3510 milhões de euros na China nos próximos três anos, sem temor dos mercados bolsistas nem das ameaças de travagem no crescimento da sua economia. A companhia de bebidas mais conhecida do mundo já investiu mais 8 mil milhões desde 1979 e considera um mercado fundamental para o seu crescimento.

Deng Xiaoping foi o arquitecto da revolução da economia de mercado no Império do Meio, construiu as Zonas Económicas Exclusivas, onde paulatinamente experimentou a introdução do capitalismo. Percebendo que o poder da China poderia ser construído na economia e não pela via ideológica ou militar.

Deng dizia, para explicar a sua opção estratégica, que «não interessa se o gato é branco ou preto desde que cace ratos». As grandes multinacionais nos seus negócios e na busca do lucro, que é para isso que existem, nunca olharam também à cor do gato. O mercado e o seu volume são o seu objectivo e o seu futuro. A China está ali à mão.  

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