segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O tema da Ordem dos Consultores de Comunicação

Tenho sido defensor da criação de uma Ordem dos Consultores de Comunicação. Tenho recebido muitas mensagens de apoio e algumas disponibilidades para estudar e conversar sobre o assunto e também críticas de pessoas que não concordam, o que é perfeitamente natural.

Do Pedro Faleiro recebi este texto que publico com muito gosto.

O tema da Ordem dos Consultores em Comunicação (ou associação, ou outra coisa do género) foi sempre algo que defendi a bem dos profissionais que actuam no sector e de uma clarificação de quem faz ou quê?

Sinceramente chateia-me referências em determinada imprensa que quando não sabem como designar certa pessoa utilizam expressões como "o/a relações públicas", "o/a comunicador/a", etc.

Nunca vi uma referência a alguém com "o/a Psicólogo/a" ou "o/a Técnico Oficial de Contas" ou outra profissão qualquer a quem de facto não o é. As designações de relações públicas, comunicador e empresário servem de refúgio a determinadas personalidades para evitar a palavra "desempregado". Palavra que não é de todo desprestigiante. Ela não define uma pessoa mas uma condição (momentânea, espera-se!). Ora em determinados círculos assumir essa condição é sinónimo de "morte social".

Por isso, sempre é melhor ser qualquer coisa que ninguém ponha em causa para parecer bem na legenda da fotografia. A bem da verdade, certa imprensa também "engoliu" o frete. Tornou-se, ela própria, num "gestor de recursos humanos" e toca de distribuir “profissões de legenda” (não sei porquê lembrei-me da música do Sam the Kid - Poetas de Karaoke).

Divagações à parte, uma organização que represente os profissionais do sector e que ponha "ordem" na quantidade de atropelos à profissão é bem-vinda.

A APECOM representa as empresas, a APCE é um misto de representação (empresas+profissionais), falta uma que só represente os profissionais, independentemente do sitio onde trabalham (em agências, público, privado, social) ou mesmo daqueles que, mesmo sem emprego, querem ser valorizados profissionalmente.

Partilho um exemplo.

Um familiar recebeu a semana passada a cédula profissional emitida pela recentemente criada Ordem dos Psicólogos. Na carta que acompanha a mesma, refere-se que o número da carteira profissional deve constar nos relatórios, trabalhos, artigos e tudo mais que este psicólogo faça profissionalmente. Serve esse número (essa chancela) para dar credibilidade ao autor e à profissão que exerce. É um género de "intel inside" aplicado aos Psicólogos. É criar uma marca para os Psicólogos. É valorizar a sua profissão.

Ora, eu também quero o meu "intel inside". Algo que distinga aquilo que eu e muito outros fazemos daquilo que os "Consultores de Karaoke" fazem.

Pedro Faleiro

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