O Jornal de Negócios decidiu, ontem, ouvir «especialistas em comunicação política», no caso, eu e o director da Agenda Setting, sobre se Pedro Passos Coelho perdeu a boa imagem por causa desta proposta de Revisão Constitucional. E fez 3 perguntas:
1 O timing de anúncio desta proposta foi o ideal?
Respondi: O timing não foi o ideal. Vivemos a muito falada silly-season e naturalmente os portugueses querem ir para banhos, a sua atenção está focada noutras coisas. Depois, a proposta é apresentada muito em cima da data das próximas eleições presidenciais o que pode condicionar o debate. Cavaco não quer falar disso, Alegre só quer falar disso.
2 Face às sondagens que indicam que Pedro Passos Coelho está com uma imagem muito positiva junto dos portugueses, comparativamente com Sócrates, é possível que ele perca essa vantagem?
Respondi: Acho que não. Ele não perde a boa imagem por causa desta proposta. Neste momento Portugal vive o regresso de uma onda laranja, como o indicam todas as sondagens. Passos encarnou a mudança, Sócrates está com uma imagem muito fustigada e dificilmente recuperará.
Além do mais, as questões de regime, hoje em dia, interessam pouco aos portugueses porque não lhes tocam no seu bolso. O que estes querem é soluções para a crise que Portugal atravessa, por isso esta proposta de Revisão não choca com a expectativa positiva que rodeia o novo líder do PSD.
3 O ataque do PS pode conseguir dar nova força a Sócrates e o equilibrar das coisas nas sondagens?
Respondi: Está provado, historicamente, que quando o PS ataca ferozmente, mesmo com agressões verbais, isso é sinal de muitas dificuldades. E esse sinal é que o PS está a correr atrás da agenda imposta pelo líder do PSD. Por isso, vai ganhar muito pouco com isso.
terça-feira, 27 de julho de 2010
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